Disruptivo é não terceirizar responsabilidades.
Trabalho há dezessete anos com comunicação, pouco perto de alguns colegas, mas já vivi e vi algumas coisas.
Hoje, antes de entrar em uma reunião, me perguntava se, em algum momento o mercado foi tão ambíguo.
Ao mesmo tempo em que há uma democratização do conhecimento (sou 100% a favor), me preocupo como o mesmo é compartilhado. Atualmente, tenho participado de poucos eventos. Ando um pouco cansada de ouvir sempre os termos como: disruptivo, propósito, inovação e outros. Não é ranço com as palavras, mas sim com o contexto em que são apresentadas. Geralmente, são vistos casos maravilhosos, com clientes que tem estrutura, poder de investimento, metas claras e certo entendimento do que estão fazendo. Um povo que exige, mas que não terceiriza a responsabilidade. Afinal, o sucesso de uma ação depende de como a engrenagem funciona. De nada adianta chamar alguém para sua loja, se seu atendimento é uma droga. Não se deve contratar um influenciador sem poder dar continuidade. Comprar seguidor é cilada e se espelhar em quem faz isso é cilada em dobro...
No livro “ A Cultura da Convergência” Jenkins afirmou que “ A inteligência coletiva pode ser vista como uma fonte alternativa de poder midiático. Estamos aprendendo a usar esse poder em nossas interações diárias dentro da cultura da convergência. “. Esse aprendizado, tratando-se de Brasil, fica dentro de um contexto de imediatismo. De promessas milagrosas, nas quais o marketing (principalmente o digital) resolve todos os problemas, principalmente o de vendas, em tempo recorde. Algo que considero um tanto irresponsável. Tem uma galera pincelando conteúdos por aí e fazendo dinheiro com o empreendedorismo de palco. Gente, sabemos que as reuniões, vídeos e palestras, com vários termos em inglês, empolgam e enfeitam. Mas no dia a dia, lidamos com crise, diferentes anseios dos consumidores, falta de interpretação de texto, investimentos pequenos e muita gente que vive de holofotes (citando apenas algumas variáveis).
Como diria Celso Roth “ vamos ter cautela”. Grata.