Diversidade no ambiente de trabalho

Já passamos pelo momento em que trabalhar a diversidade nas organizações estava em ter um lindo plano de inclusão e aceitação de todas as tribos. Atualmente o plano de inclusão já deve fazer parte da cultura empresarial, mas nem sempre foi assim.

Existiu um momento em que as organizações foram pressionadas a trabalhar a diversidade e olhando a nossa linha do tempo, conseguimos chegar a alguns momentos importantes:

A década de 90 foi muito importante para a construção do que chamamos hoje de diversidade no trabalho. Nesta época, tivemos o grande avanço da globalização econômica e com isso muitas mudanças significativas na cultura e comunicação das empresas.

Com o avanço tecnológico houve o encurtamento das distâncias, onde atualmente muitas vezes a distância física é ignorada quando equipes conseguem se comunicar e avançar seus projetos mesmo estando fisicamente em milhares de km. A distância física passou a não ser mais um impeditivo, mas juntamente a isso nasceram muitas dúvidas e questionamentos: Como vender, como atender, como comunicar, como compreender as necessidades de tantas pessoas diferentes se elas não fizerem parte de nosso time?

E neste cenário nascem e ganham força as políticas de diversidade, se espalhando pelo mundo. No Brasil as empresas norte-americanas iniciaram este movimento, pois replicavam exatamente o que já era feito na matriz. No mesmo período as pesquisas acadêmicas começaram a dar respaldo ao discurso da diversidade ligado a criatividade, melhor clima organizacional, respeito as ideias, redução de absenteísmo e da rotatividade.

Algumas décadas depois, estamos a 60 dias de entrarmos em 2020 e a luta continua. Acredito que muitos conceitos foram sendo elaborados ao longo destes anos, mas mesmo assim se faz necessário esclarecer o que não é diversidade nas empresas.

O que não é diversidade nas empresas:

• Não é caridade ou assistencialismo;
• Não é contratar para cumprir lei e cotas;
• Não é priorizar contratação com foco em grupos específicos.

Acredito que trabalhar a diversidade nas empresas não iniciam com a seleção. Embora este momento seja muito importante, pois não basta que a seleção seja sem preconceito e sim focada nas experiências, habilidades e conhecimentos do candidato. Identificar qual seria a contribuição que o candidato traria a equipe. É necessário ter foco no que realmente a diversidade traz de resultado, como ela poderá auxiliar nos objetivos corporativos, como a equipe estará trabalhando e aceitando o novo. É necessário nunca esquecer o propósito de trazer evolução e dinamismo ao time através do compartilhamento de cultura, trajetória, experiência, visão de mundo diferente.

Quando a empresa consegue sair da superficialidade da seleção e realmente trabalha a inclusão, aceitação e troca de experiências acaba identificando algumas vantagens.

•    Redução de conflitos

A redução de conflitos é desenvolvida nos ambientes que priorizam o respeito ao próximo e a empatia. Esta característica é fortemente trabalhada na inclusão, pois este trabalho estimula a aceitação, a empatia, compreensão e respeito as diferentes características do próximo. Consequentemente o clima organizacional se torna mais harmônico.

• Maior produtividade

Conforme o artigo da Harvard Business Review, os colaboradores ao perceberem que a empresa estimula a diversidade, passam a entregar o que está além da sua responsabilidade, melhorando a qualidade das entregas.

• Lucratividade

O relatório divulgado pelo Instituto de Pesquisa Credit Suisse trouxe a informação de que empresas que possuem mulheres no conselho, apresentam: maior valor das ações, maior retorno sobre o patrimônio e avaliações mais positivas.

Quando elevamos a todos os tipos de inclusão a lucratividade poderá ser ainda maior. Equipes equilibradas, com visões e habilidades diferentes e sendo usadas como complemento conseguem produzir resultados superiores.

• Compartilhamento e enriquecimento cultural

O enriquecimento cultural é outro ponto importante quando se está analisando as vantagens da diversidade nas empresas. Quanto maior for a diversidade, a mescla de vivência, cultura, experiência, conhecimento, mais facilidade terá a empresa em trabalhar o crescimento da cultura organizacional. Um ambiente onde todos os colaboradores tivessem o mesmo perfil não seria nada atrativo para a inovação, adaptação, aceitação do novo, pois a homogeneidade acaba impedindo o nascimento do novo.

Para Rafael Krug, Sócio diretor da ZERO DEFECT "a diversidade não fica limitada apenas a questões de gênero. A possibilidade de se trabalhar com uma equipe com diversas disciplinas de conhecimento pode trazer uma vantagem competitiva para os projetos, tendo em vista que o valor agregado resultante dessa diversidade profissional pode acelerar a inovação. o grande desafio dos gestores é trabalhar com a inteligência relacional. A forma de como esses profissionais de diversas áreas se relacionarão no futuro será o fator determinante para obtenção de resultados significativos para a organização."  

Rafael Krug chama atenção para o grande desafio que os gestores precisam trabalhar neste novo cenário e utilizar da diversidade para gerar resultados e Marcos Cardinalli nos mostra que um dos 7 desafios em trabalhar a diversidade nas organizações o envolvimento e engajamento da alta liderança. Conseguimos perceber que ainda temos muito o que evoluir quando o assunto é diversidade nas organizações Brasileiras.

Gostaria de receber seu comentário sobre a diversidade na empresa que trabalha.