Diversidade levada a sério!
Diversidade levada a sério
O mundo está evoluindo. Ainda bem!
O tema diversidade ganhou um protagonismo nunca antes visto. Nunca se falou e se viu tanto sobre o tema nos programas de TV, reportagens, posts, publicidade, programas específicos nas empresas que contam com revisão de cultura organizacional, treinamentos, campanhas, somente para citar alguns. E que bom, que finalmente falar de diversidade se tornou uma rotina, ainda que não signifique que todos os desafios estão superados.
Mas o que é diversidade mesmo? Se você pesquisar no google o significado da palavra, vai encontrar algo assim: “1 qualidade daquilo que é diverso, diferente, variado; variedade. 2. conjunto variado; multiplicidade".
Extremamente simples de entender, não acha? Pois é, o ponto crucial aqui é que entender o significado é super importante, mas ainda mais relevante é fazer a interpretação correta, de modo que os planos de ação, os projetos e os programas dentro das organizações, sejam desenvolvidos com base no critério, que eu chamo de justo para todos. Todos os colaboradores precisam abraçar estas ações. Aliás, não preciso nem mencionar, que fugir dos modismos é regra básica, porque todos nós sabemos que até nas grandes organizações e infelizmente, muita coisa é feita porque está na moda.
Bom, aí que entra o ponto mais polêmico e que vou tentar colocar aqui com base na minha experiência de 20 anos em Recursos Humanos e minhas convicções, de modo que você leitor, compreenda exatamente o que eu penso, ainda que não concorde.
Vamos lá… Gênero é diversidade, orientação sexual é diversidade, cor da pele é diversidade e tantos outros grupos… Até aqui tudo bem e as empresas estão cada vez mais engajadas em dar luz a este tema, criando programas e ações reais admiráveis e que efetivamente contribuem para ampliação de consciência de todos. Entretanto, ao fazer escolhas, ou seja, definir um ou mais grupos do universo Diversidade que eu (organização) vou apoiar e fomentar, estou ao mesmo tempo renunciando a outros grupos. Olha que interessante… Já parou para pensar que gestantes, pais cujo filho ou filhos diagnosticados com o transtorno do espectro autista (TEA), ou qualquer outra condição de saúde mais sensível, mães solteiras, profissionais 50+, imigrantes e estrangeiros, pais solteiros, só para citar alguns, são também grupos que pertencem a tal diversidade? É aí que está a armadilha que muitas organizações, ainda que bem intencionadas, estão caindo, na minha modesta opinião. Erros comuns:
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#1 - Escolher apenas um grupo dentro da temática Diversidade, e com isso implementar programas sem considerar o todo! Não faz sentido a empresa ter por exemplo, um programa estruturado e completo de inclusão e desenvolvimento para negros, e não ter uma política de flexibilização de horário para mães e pais cujo filho ou filhos diagnosticados com o transtorno do espectro autista (TEA). Só para ficar neste exemplo.
#2 - Não agir Walk the Talk. Qualquer que seja a opção da causa ou grupo que uma empresa irá fomentar discussões e ações, é recomendável lembrar que neste momento está se firmando um compromisso fiduciário de garantir que seja algo consistente, que as ações não sejam apenas passageiras, que a cultura da empresa incorpore o tema, que o time de liderança, especialmente a liderança senior esteja "in" (dentro). Essas ações serão a imagem da empresa perante a sociedade e seus colaboradores. E se não fizer o Walk the Talk, expressão em inglês que significa algo como: "Praticar o que se discursa", espere por dificuldades!
#3 - Falta de equilíbrio. Em uma empresa cada colaborador tem seu próprio roteiro de experiências profissionais e acadêmicas, uma história, uma família e, faz parte de algum grupo de diversidade, seja ele qual for (minoria ou não), e depositará nesta empresa suas expectativas como qualquer um de nós. Mas e quando este colaborador começa a perceber que ele não faz parte de nenhuma ação de diversidade da empresa? Que tem que apoiar e se juntar a casusa, mas sem que efetivamente suas necessidades sejam consideradas pelas empresa também. Só para mencionar mais um exemplo, pessoas 50+, que ainda sofrem muitos preconceitos no mercado de trabalho, mas muitas vezes esquecidas pelas organizações. Morei dois anos nos EUA, um país cheio de defeitos e qualidades como qualquer lugar do mundo, mas é impressionante a quantidade de pessoas 50+ 60+ que trabalham. É lindo ver cabelos brancos nas lojas, nas boutiques, nos restaurantes, nas empresas.
#4 - Entrar no modo Tik Tok, ou seja, fazer porque todo mundo está fazendo! Lamentável ver como o modismo é uma armadilha. Posso dar meu testemunho. Um "headhunter" (um recrutador) entrou em contato comigo para falar de uma oportunidade interessante de Diretor RH, e me disse ao final que só teria um detalhe: a empresa definiu que, se na lista final tivesse um candidato homem e um mulher, a decisão seria sumária de aprovar a mulher. Neste momento pensei... Faz sentido?. Quando você está empregado corre o risco de achar tudo lindo e maravilhoso, mas tente usar da empatia para aí sim, tomar suas conclusões, se colocar no lugar do outro. E se fosse comigo? Ah, já vi algumas vagas tradicionais publicadas aqui no LinkedIn, com um parênteses (vaga exclusiva para pessoas negras). Será que este é o caminho?
#5 - Definir de forma equivovacada o time responsável pelo tema. O tema diersidade requer muita atenção, por isso eleger um conselho, comitê diverso é crucial. Não adianta colocar somente representantes que não tenham uma visão mais ampla da diversidade para cuidar de um assunto tão importante e ao mesmo tempo, sensível. Confirme na sua empresa, se nos comitês estão incluídos mãe solteiras, gestantes, pessoas 50+, estrangeiros etc.
Bom, tudo isso faz parte do aprendizado e grande amadurecimento que estamos vivendo acerca deste tema, e penso realmente que logo entraremos no ponto de equilíbrio, como um pêndulo suspenso, que ao movimentá-lo ele vai de um canto para o outro, mas quando para de se movimentar, se alinha ao centro. Então, bora trabalhar o tema de forma ampla, com equilíbrio e imparcialidade! Vai dar tudo certo!
Ah, a propósito, se achar adequado e fizer sentido para a sua empresa, faça uma pesquisa ampla para entender o mundo da diversidade interna já existente, e trabalhar nas ações. Não cometa o erro que ir a público defender um grupo ou mais grupos em específico, ser listado como uma empresa inclusiva etc, se dentro de casa, há muito a se fazer ainda.
#diversidade #inclusao
CPA10/ Negócios/ Finanças/ Comunicação/ Vendas/ Gestão Empresarial
2 aPerfeito Daniel! Eu percebo também que, falta “tato” para diversidade de pensamento! Em muitos lugares, o profissional que tentar propor algo novo, sob uma nova ótica, por vezes não é bem visto … ora tachado como reativo e tal. É óbvio que existem políticas e processos que devem ser respeitados, mas ouvir o “diferente”, na minha visão, é promover a diversidade e o contrário disso é o modismo. Forte abraço! Excelente artigo!
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2 aQue legal esse texto , parabéns