Diversificar para comunicar
O debate sobre diversidade, equidade e inclusão tem estado muito presente hoje na sociedade, tratado sob diversos ângulos e possibilidades. No momento em que nos encontramos, acredito que já seja consensual o fato de que termos times mais diversos significa maior abertura para inovação e maior compreensão sobre as demandas da nossa sociedade. No entanto, há ainda um trabalho a ser feito não só sob o ponto de vista da inclusão, mas também sobre a maneira mais clara, eficiente e adequada para comunicar sobre o tema. E não só comunicar, mas comunicar o que é legítimo, no melhor conceito “walk the talk”. Não basta só dizer; é preciso praticar o que se diz.
No mundo da comunicação, o conceito de storytelling é muito amplamente difundido, versando sobre a melhor maneira de se contar uma história. No entanto, quando se trata de temas tão densos e importantes como diversidade e inclusão, o storydoing é nosso ponto de inflexão. Antes de contar, é preciso que as empresas estejam fortemente engajadas na solução para que as histórias contadas tenham força, sejam palpáveis e verificáveis. Fazer a história para depois contá-la é o melhor jeito de praticar advocacy. E o público interno, quando bem informado sobre os valores de uma organização e testemunhando sua prática, torna-se o principal disseminador dessa história. É isso que tece a credibilidade em torno do tema.
Hoje, com a velocidade das redes sociais, toda história é facilmente questionável e checável. Portanto, a base de uma comunicação efetiva e genuína é a legitimidade do que está sendo contado. A história precisa refletir os valores da organização e a organização também deve deixar claros seus esforços no sentido de construirmos uma sociedade e um ambiente de trabalho mais diversos nas ações do dia a dia. A nós, comunicadores, cabe a tarefa de encontrar os melhores formatos, a melhor linguagem e os melhores canais para chegar até os públicos de interesse, de maneira rápida e amplamente compreensível. E garantir que essa entrega seja ampla e democrática.
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Narrativas consistentes, autênticas e sintonizadas com o espírito do tempo, colocam empresa e marcas no caminho do sucesso. Nesta era da comunicação ágil e acessível a todos, os formadores de opinião estão em todos os lugares.
É preciso lembrar que a sustentabilidade não está relacionada apenas à preservação do meio ambiente. Ao mesmo tempo em que as organizações têm de estabelecer metas claras para tornar os negócios neutros ou positivos em emissões de carbono, precisam também, fundamentalmente, estabelecer uma cultura diversa, igualitária e inclusiva. Afinal, acolher as diferenças muda o jogo.
A partir disso, o trabalho de comunicação torna-se parte dessa cultura e é estrategicamente construído tendo a diversidade e a inclusão como premissa. Não só com a representatividade nas peças, mas no alcance, na acessibilidade, no contato frequente com diferentes grupos e ideias.
Consultora em Comunicação Inclusiva | Founder & CEO na BlackID | Conselheira Consultiva | Moderadora Comitê D&I | Speaker & Trainer | Mentora | Coautora - Mulheres que Comunicam a Transformação| Conselheira 101
2 aComunicação é ferramenta poderosa de inclusão e revestimento, acabamento da obra de D&I, portanto ela só entra com a construção em andamento para não haver risco aumentado de desabamento.
Muito lúcido, Nelson Silveira