Diversidade com propósito.
É tão bom ver empresas que buscam ter compromisso com seus colaboradores, mas é preciso mais. Acabei de comentar, nesta rede, na publicação do CEO de uma empresa (que, aliás, admiro bastante) se eles, porventura, possuem algum programa de Diversidade e Inclusão e como trabalham isso dentro do grupo.
Porém, quando se faz esse tipo de pergunta, das duas uma: ou ela é vista como desaforo e incabível ou entende que é um ponto atual e importante, sim, de ser levantado.Torço para que a segunda opção prevaleça. Afinal, quando um dos frames principais é inovação, o debate de diversidade precisa caminhar lado a lado.
E ainda que não tenha um programa, é importante ter esse ponto não só como pauta, mas também é preciso existir o desenvolvimento de um plano de ação. Assim, num futuro próximo, seja um dos valores não só pensado, mas vivido.
Acredito que ponto não é colocar x empresa na parede, já basta todos os dedos em riste que o mundo faz questão de erguer. Sabemos que a mudança começa dentro, mas não só deve partir dos colabores e times de RH. Ou seja, os líderes possuem um papel fundamental. Fundamental para que a diversidade se faça presente para além de dias importantes do calendário. O que eu quero é dizer , é que não basta viver diversidade em dias específicos. É preciso mais. Somos e seremos construtores de uma sociedade mais igualitária quando entendermos isso.
Uma sociedade que não só enxergar, mas compreende quais diferentes cenários e realidades em que esse grupo se encontra. E que não só dê oportunidades, mas que acredite no potencial de cada de cada um. Que estejamos presentes, para além de cargos operacionais e pequenos. Afinal, e aqui me faço presente, somos muito mais dos que nos dizem sermos. A questão não está conosco. É preciso, primeiramente, se permitir a sair desse lugar onde se encontra e limpar sua visão das inúmeras pré-concepções que nos colocastes.
Aliás, quantas empresas não mudaram de uns anos para cá? Quantas não recuperam sua imagem e posicionamento e entenderam que realmente existiam pontos de melhorias? Quantas não construíram, junto aos seus colaboradores e líderes , um ambiente mais incluso, inspirador e de sucesso?
E é importante reforçar que quando menciono "diversidade", falo, sobretudo, de minorias. Minorias não no sentido à sua quantidade/número de pessoas, mas de minorias que estão não só de forma estrutural, mas socialmente em desvantagem. Ou seja, grupos e subgrupos que comparativamente são impactados pela dominância.
Porém, ainda é preciso lembrar de que tal grupo não é apenas dominado - e aqui no sentido real da palavra, mas também - na maioria das vezes - sofre discriminação por parte da maioria. Nesse sentindo, é importante que empresas/organizações caminhem na contramão dessa realidade. É preciso acabar com esse vício de querer trabalhar diversidade apenas para que não sofra qualquer tipo de ataque da sociedade.
E sendo franca e bem aberta, o debate de diversidade e inclusão sempre foi e será diacrônico. Vamos precisar bater nessa tecla até enquanto não superarmos. E aí, veja bem, não basta receber um certificado da Great do Place do Work, entende? O certifico é importante e valida, mas é preciso pensar além.
Por isso, as perguntas e reflexões que proponho são estas:
1 - Você busca estar no topo do ranking apenas para disputar com outras empresas?
2 - Você trabalha diversidade apenas porque é vendável?
Ou realmente acredita que é um ponto fundamental de responsabilidade e compromisso social com esse grupo?
A resposta está nas perguntas. Descubra e ressignifique seu olhar. :)