Dividir para Somar
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Dividir para Somar

Tarefas hercúleas são, por definição, empreendimentos que necessitam de muito esforço e dedicação para estarem feitos. A palavra tem mesmo origem no nome do semideus da mitologia grega Hércules, por este ter uma força imensa em si.

Ora bem, sempre que me proponho a começar um novo projeto, há deles bem extensos e complexos. A boa notícia para ti, é que no artigo de hoje comprometo-me a fazer os novos investimentos e projetos um pouco menos assoberbantes.

Muitas vezes hesitamos em dar o primeiro passo, por sabermos todos os que lhe irão dar seguimento. Frequentemente a consciência do tamanho do esforço é o maior impedimento em começar o que quer que seja. A tarefa pode nem ser muito complexa, mas se é extensa ou exige muito do nosso tempo, já é meio caminho andado para a procrastinarmos. O título do artigo de hoje, embora pareça contraproducente, é realmente a chave para ver o fim de qualquer tarefa hercúlea.

Em vez de te preocupares em traçar o caminho todo, procura focar-te no próximo passo a dar. Quando vemos que o percurso tem 397 quilómetros, pode ser tentador desistir no sétimo quilómetro. No entanto, se optares por partir o caminho em etapas e te empenhares em cada uma como algo estanque, a probabilidade de fazeres o caminho com menos peso sobre os ombros e sem a constante noção do quanto falta é bem maior. Um sonho escrito no papel é um objetivo; um objetivo partido em pequenos passos é um percurso para o cumprimento do mesmo. Desta forma, ao dividires o percurso por fazes, somas objetivos cumpridos, porque não há nenhum que fique incompleto.

Mesmo que falemos a nível de trajeto de vida, não precisamos de ter tudo traçado; o caminho faz-se caminhando. Para escolher um projeto ou nicho, não é preciso imaginar o que gostaríamos de estar a fazer daqui a 40 anos. Nada é tão permanente e imutável assim; basta ter clareza sobre qual o próximo passo a dar. Não raras vezes, o primeiro passo deve ser simples, óbvio e relativamente fácil de cumprir.

Para exemplificar, vou utilizar este meu projeto de artigos. Todos os dias tenho por hábito escrever. Dependendo se tenho a voz comigo ou não (se não sabes do que falo sugiro que voltes atrás uns artigos), posso demorar 10 minutos a escrever um artigo ou então 1 hora. No entanto, nunca deixo que a tarefa pareça demasiado longínqua de se ver cumprida. Qualquer que seja o primeiro passo, não deixo que o mesmo me impeça de começar. Com isto em mente, torno-o simples e óbvio. Enquanto muitos colocariam o primeiro passo de escrever um artigo como “escrever um parágrafo”, eu coloco-o como “ligar o computador”. Precisamente pela tarefa parecer exigir um esforço mínimo e ser relativamente rápida de cumprir, já estou a vencer o atrito estático. Depois do computador ligado, basta escrever a primeira palavra; depois a primeira frase; depois o primeiro parágrafo. Por ter um propósito bem claro e um primeiro passo concluído, a partir daqui nada me detém de terminar a tarefa.

 

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