Divisões para além dos fins didáticos: do copidesque ao copywriter

Divisões para além dos fins didáticos: do copidesque ao copywriter

Alguns anos no mercado me calejaram o suficiente para entender a necessidade desse texto e querer escrevê-lo. Estou falando de abordar a dificuldade de clientes, colegas de trabalho e até mesmo pessoas que têm zero envolvimento no assunto de entender a pluralidade dos profissionais de texto. 


Não faz muito tempo que eu mesma tinha dificuldades em rotular minhas atividades profissionais. A universidade não me preparou para o mercado de trabalho e os cursos que fui buscando para alicerçar minha jornada mostraram muitas direções a seguir.


O que quero esclarecer para você aqui é: o profissional do texto enfrenta muitos desafios, principalmente de formação e identidade. Esse artigo é para que entenda a existência de subdivisões mais complexas, nas quais uma não exclui a outra. 


Selecionei alguns profissionais para falar contigo hoje:


  • O copywriter (e o redator);
  • O revisor;
  • O copidesque;
  • O editor de textos; e
  • O preparador de textos. 


Como eu disse há pouco, uma função não substitui a outra, mas há profissionais que acumulam algumas funções. Para se ter uma ideia, saiba que um redator não necessariamente é um revisor e que um não substitui o outro. Prometo que vai entender melhor a seguir. E aí, bora?


O copywriter


Esse profissional destoa de todos os outros citados abaixo por um simples motivo: ele cria do zero ao invés de ajustar de alguma forma. O copywriter é quem se dedica a escrever textos persuasivos, independente de onde o conteúdo vai ser veiculado. A prática necessita de alguns conhecimentos de termos e linhas do marketing e pode ser destinada a:


  • E-mails;
  • Catálogos;
  • Sites;
  • Anúncios;
  • Cartas de vendas....


Vale distinguir o copywriter de um redator que, apesar de também criar do zero, não tem um caráter persuasivo em sua escrita. O redator geralmente recebe uma espécie de briefing em que encontra tema, persona, palavras-chave, tom da linguagem e referências para então escrever. Decidi encaixar o redator aqui porque não é incomum ter que equilibrar as duas funções em um único trabalho. Por exemplo: já desenvolvi um projeto em que o foco principal era a redação de artigos para blog, mas alguns artigos específicos deveriam ser em tom de copy.  


O revisor


É aquela pessoa que há de mais tradicional no mercado, que faz aquele serviço mais conhecido. O revisor exerce uma função mais de corretor. Tudo que é veiculado de forma escrita precisa de um revisor, ele vai além daquele conhecido que corrige tcc. Só para se ter uma ideia, venho trabalhando com uma marca de produtos de beleza revisando os textos de rótulos, modo de uso e etc. Em comparação, não é como se o revisor fizesse o trabalho mais superficial, longe disso, mas seria aquele menos abrangente. Dedicando-se a:


  • Correção de imperfeições;
  • Esclarecimentos;
  • Uniformização...



O copidesque


O copidesque é um revisor com um nível de interferência bem maior no texto. Vamos dizer que ele toma para si algumas liberdades em prol do conteúdo final, seria um co-autor invisível. Não são todos os profissionais do texto que conseguem exercer a função porque exige conhecimentos avançados de gêneros textuais e gramática, além de equilíbrio no sentido de fazer seu trabalho mantendo o que chamamos de “ethos discursivo”, a identidade do autor. Particularmente, encontrei mais dificuldade em não só me manter invisível no texto como também prezar pela identidade do autor em livros em geral e obras literárias. Suas liberdades incluem, mas não se limitam a:


  • Reescrever textos;
  • Adaptar de acordo com o veículo;
  • Verificar fontes...


O editor de textos


Basicamente, é a pessoa que vai acompanhar e gerenciar o projeto do início ao fim, responsável principalmente pela visão de final uniformizada. É a mão direita do autor, quem vai direcioná-lo. Não necessariamente tem a liberdade de alterar o texto, apesar de que sua leitura é recomendada. No mercado, essa função tem sido um pouco distorcida quando exercida por pessoas que não têm familiaridade com gêneros textuais e afins, além de ser confundida como um mero gerenciamento de projeto. Dentre suas tarefas temos:


  • Encaixe de requisitos;
  • Escolha, uniformização e checagem de algarismos de numeração;
  • Numeração;
  • Falso rosto;
  • Catalogação na fonte;
  • Detalhes de estilo e diagramação...


O preparador de textos


Esse papel é meio controverso. Na teoria, ele seria como um editor mas, na prática, acaba tendo funções de copidesque. Vejamos alguns dos pontos que devem ter a atenção de um preparador:


  • Formatação;
  • Grafia;
  • Furos no conteúdo;
  • Notas de rodapé;
  • Referências...



Moral da história


Apesar da divisão soar didática, esse resumão se propôs a mostrar que é preciso mais do que ser bom de português para conseguir exercer os trabalhos citados. Além disso, o que tratei aqui é só a ponta do iceberg, ainda há o revisor de provas, o revisor publicitário e por aí vai… E, novamente, apesar da divisão soar didática, isso não limita as funções a cada cargo, ao contrário, a combinação de conhecimentos enriquece muito o texto. Mas, então, se você chegou até aqui queria te dar os meus parabéns e dizer que você acabou de dar o primeiro passo para reconhecer o profissional de texto.

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