Do esporte para vida profissional. O que é possível aprender?

Do esporte para vida profissional. O que é possível aprender?

Que o esporte faz bem à saúde, traz bem-estar, diminui o stress e te deixa em forma, acredito que todo mundo já esteja “meio careca” de saber. Você já parou para refletir sobre o que o esporte pode trazer de aprendizado em situações muito parecidas com a do cotidiano profissional?

No meu caso, separei algumas reflexões que fiz sobre o esporte que pratico, trilha de moto (off-road). Para quem não conhece, a trilha de moto consiste em desfrutar da natureza e transpor desafios naturais por ela apresentados (em uma moto, claro).

Motivação: O que você faz para motivar seu time? Do meu ponto de vista, ninguém motiva ninguém. As pessoas encontram motivação nelas mesmas. O que podemos fazer é criar ambientes e situações que reduzam as condições que desmotivam as pessoas porque, no fim, cada um é responsável por motivar a si mesmo. A etimologia da palavra Motivação é Motiva – Ação, ou seja, motivo para fazer algo. Nesse caso, o exemplo não parte de mim, mas de uma pessoa bastante motivada que me impactou. Um grande amigo me ligou por vários dias tentando me convencer a começar o esporte. Depois de muita insistência da parte dele, pensei que conseguiria encerrar o assunto dizendo que se ele conseguisse comprar a moto com 20% de desconto, eu toparia (certo de que ele não conseguiria). Uma semana depois, ele me retornou dizendo que havia conseguido a moto dentro da condição proposta. Estar motivado te permite assumir uma postura proativa, de perseverança e busca por alternativas até a realização dos seus objetivos. Indo além, a motivação do outro pode refletir positivamente na sua vida. Talvez, se esse meu amigo não estivesse tão motivado, eu nunca teria iniciado as trilhas.

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Busca por conhecimento: Quantas vezes olhamos para pessoas que fazem algo com facilidade, assumimos que também conseguimos e tentamos fazer do jeito que pensamos que é ao invés de procurarmos pelo menos entender como fazer? A busca por conhecimento, estudando, perguntando, se torna fundamental para desmistificar qual é de fato a maneira de se executar algo. Ao olhar as pessoas fazendo trilha, assumia que era fácil e ainda pensava: “A moto é que te carrega”. O aprendizado veio rápido. Já no começo da minha primeira trilha, veio o primeiro desafio: um pequeno morro com raízes. Primeiro, observei um amigo subir. Logo depois, lá fui eu... para o meu primeiro tombo! Fazendo um paralelo, este evento reforçou para mim a importância da busca pelo conhecimento. Se antes de subir eu tivesse buscado instruções com meu amigo e não tivesse pressuposto que era apenas fazer de qualquer jeito, talvez o resultado fosse diferente. O problema aqui não está na tentativa, muito pelo contrário. Na trilha, mudanças nas características do solo (se está molhado, seco, liso, com pedras, raízes etc.), de caminho e o surgimento de novos obstáculos, trazem consigo a necessidade de tentar. Entretanto, para sua chance de sucesso aumentar, é necessário saber minimamente qual é a técnica mais adequada para a situação que você está vivenciando.

Coragem: Sabe quando você precisa tomar uma decisão, mas trava? A incerteza acerca do resultado traz consigo o medo da falha. Quantas vezes, mesmo sabendo que temos capacidade de realizar algo, decidimos não fazer? Na trilha, você é constantemente colocado frente a novos obstáculos. O ambiente te proporciona situações muito parecidas com o dia a dia: medo de não conseguir, não tentar por se importar com o que os outros vão pensar ou falar, medo de se machucar, etc. Gosto muito da frase que diz que “Coragem não é a ausência do medo. Coragem é ir mesmo com medo”. Para mim, a trilha se transformou num gatilho para a coragem. Frente a um obstáculo, busco identificar se o que está me travando é incapacidade ou medo. Quando percebo que é a segunda opção, sigo para o enfrentamento. Ao levar este paralelo para o meu cotidiano, observei um aumento considerável na minha capacidade de realização.

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Resiliência: Cair nesse esporte não é incomum. Em trilha de moto, existe um ditado que diz: “Fazer trilha é uma arte, cair faz parte”. Assim como na vida, algumas quedas são inevitáveis e nos mostram que devemos ter força para levantar, entender onde erramos, mudar o comportamento e tentar novamente. Este exercício não só desenvolve a resiliência e a paciência, como também permite a compreensão de que, algumas vezes, mesmo entregando o seu melhor e lançando mão de todas as ferramentas que tem, o inesperado pode acontecer! Cair, além de não ser prazeroso, faz as coisas parecerem impossíveis, sua mente tenta te convencer a parar a todo momento, mas a sensação ao conseguir transpor um obstáculo premia todas as dificuldades anteriores.

Autoperformance: Na trilha de moto, você precisa dominar a moto em diferentes condições de terreno, clima e estado mental. Assim, a constante busca por aprimoramento nessas diferentes áreas se torna fundamental para a evolução no esporte. Normalmente, quando estamos fazendo trilha, andamos na companhia duas ou mais pessoas devido ao risco inerente ao esporte e é normal que cada piloto do grupo esteja em um nível diferente de desempenho. Dessa maneira, se ao invés de competir com o companheiro, a pessoa buscar aprender como ele faz, ela se coloca numa condição de competir consigo mesma. Nesta posição, ela pode buscar hoje ser melhor do que foi ontem, conseguir se reconhecer, perceber as limitações, as qualidades e assim traçar um plano de melhoria continua. Isso, além de facilitar a evolução no esporte, reduz a probabilidade de incidentes por ultrapassagem de um limite que você não domina ou ainda não conhece.

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Colaboração: Vez ou outra, alguma moto estraga, algum piloto encontra dificuldade para ultrapassar obstáculos ou acontece alguma outra coisa que compromete o prosseguimento do evento. Entretanto, a trilha só continua quando uma solução conjunta é encontrada. Conclusão: não adianta ser o melhor ou mais rápido porque todos que saíram juntos, chegarão juntos ao final. Se trouxermos esse cenário para nosso dia a dia, principalmente para o contexto de trabalho onde pessoas diferentes estão (ou deveriam estar) buscando o mesmo objetivo, poderemos refletir se estamos trabalhando em equipe ou não. Em muitos momentos durante a trilha nos sentimos exaustos e assim também acontece no trabalho. Muitas vezes estamos cheios de problemas e super atarefados, mas se alguém precisar, devemos encontrar formas de ajudar. Sozinhos podemos até ir mais rápido, mas juntos vamos mais longe.

Nestes 13 anos de trilha, as experiências são tantas que eu poderia estender esta lista fazendo reflexões sobre respeito, planejamento, transmissão de conhecimento, escolha das ferramentas corretas, luta pela meta, gestão de crise, etc. Sou muito grato por todos os aprendizados e acertos que me foram proporcionados, pela oportunidade de conhecer lugares que talvez eu nunca pudesse estar, por me reunir com pessoas espetaculares, transformando muitas delas em grandes amigos e, principalmente, por saber que fim de semana tem trilha!

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Aproveite e escreva nos comentários qual reflexão o esporte trouxe para sua vida.

Abraço,

Matheus Lettieri Junqueira.

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#gestão #liderança #criatividade #Transformação #empreendedorismo #Negócios #mindset #insight #gzerooficial #reaprendizagemcriativa #startup

JOSÉ ROBERTO CASTANHEIRA CAMARGO

MENTOR EMPRESARIAL E DO AGRONEGÓCIO na CASTANHEIRA CONSULTORES ASSOCIADOS

4 m

Obrigado por compartilhar!

Cara, comprei uma CRF 250 mês passado e lembrei de vc! Qndo pegou sua motoca tentou me convencer na época.. demorou mas rolou, tomando muito capote ainda, mas bom demais. Quem sabe nos encontramos numa buraqueira por aí! Abração!

Fabricio Steinheuser

Team Leader / Mechanical Engineering Specialist

4 a

Muito bom Matheus 👏👏👏

Melissa Ochiai

Coordenadora de Qualidade de Vida | Sesi São Paulo | CAT Cruzeiro

4 a

Texto maravilhoso, leitura muito recomendável, reflexão que todos deveriam fazer. Parabéns!

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