Do fracasso ao sucesso pela capacitação
Essa é uma história real de uma empreendedora que errou e não tem vergonha de falar, não mais!
Olá, essa sou eu, a nova versão de uma empreendedora que errou em todas as suas tentativas e “quase certas” de empreender e viver fazendo o que gosta. Até descobri que, na verdade, ama!
Foi em 2016 que fui empreender pela primeira vez, em uma área que eu não fazia ideia de como funcionaria. Comecei com uma doação simples que virou um negócio, e aí eu vi tendo que aprender marcenaria. Lá se foram muitos vídeos no YouTube para aprender a preparar madeira, tempo de secagem e os melhores vernizes para durabilidade, qualidade e proteção contra cupins. Foram mais de três anos nessa área, e eu consegui que seria um sucesso com várias franquias espalhadas pelo estado. Foi aí que veio o primeiro tombo.
Com a minha baixa experiência em gestão de negócios, pouco conhecimento e nenhuma ajuda jurídica, surgiram os problemas mais complicados para um empreendedor iniciante: fluxo de caixa, contratos trabalhistas, fornecedores, compras de matéria-prima ou insumos, e por aí vai. Eu, uma empreendedora solo, para lidar com tudo, cometi os primeiros erros. Um deles foi confiar em pessoas próximas para cuidar de pagamentos de colaboradores e toda essa parte que vocês podem imaginar. Foi aí o meu primeiro erro!
Aceitei o caos irreversível da marcenaria e fechei o negócio lá por meados de 2019. No mesmo ano, mudei de bairro e parti para um novo negócio, que abriria meses antes do caos da pandemia.
Foi um sucesso. Aos 29 anos, eu estava realizando meu sonho: ter um bar!
No entanto, esse foi o meu maior sonho realizado, também foi o meu segundo erro como empreendedora, gestora, produtora e cofundadora.
Aprendi na dor que devemos nos posicionar diante de nossos projetos, que devemos nos resguardar, nos proteger enquanto criadoras e cocriadoras de ideias e negócios, porque em algum momento você precisará se defender e atacar.
“…A confiança é uma mulher ingrata que beija e te abraça…”
Esse verso fez e faz todo sentido para mim hoje. Após confiar tanto em pessoas próximas, que conheceram minhas fragilidades, meus anseios, planos e sonhos, foram essas pessoas que transformaram tudo em ruínas. Mas eu também tenho minha parcela de culpa, minha culpa também está presente.
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São oito anos como empreendedora. Vivi por pouco tempo o “auge do sucesso”, o topo quase palpável se esvaiu pelos dedos não por um, mas vários deslizes e tudo isso por falta de confiança e conhecimento para gerenciar meus negócios. Mesmo antes de eu entender que era uma mulher de mente inovadora, eu já criava negócios inovadores; só precisava ser lapidada e mais capacitada, e foi isso que fui fazer: me capacitar!
Depois da pandemia, depois dos sonhos destruídos por todo o contexto que veio durante e após a pandemia, eu amadureci enquanto chorava durante os banhos e nas longas horas de insônia na madrugada. Nesse meio de lágrimas pela frustração e vergonha do fracasso, veio a vontade intensa e insana de mudar para sempre, de ter o que ninguém ou fatores externos tirariam de mim: o conhecimento, a capacitação, as hard skills que me faltavam.
Mudei tudo! Mudei de curso, mudei de segmento sem sair dele, fui me aperfeiçoando e aprendi coisas que, de fato, eu não sabia que precisava para ser uma empreendedora de sucesso. Fui me formar em Empreendedorismo e Inovação, me aprofundei em como fazer negócios e não perder os negócios.
Aprender sobre tecnologia — não o suficiente, mas o necessário para ser um gestor de tecnologia — e como inovar e gerenciar com competência, agilidade, criatividade, autoconfiança, disciplina e, principalmente, desconfiança. Pois, nesse percurso, aprendi que devo sempre desconfiar de todos e confiar em ninguém. Poucos, além da nossa família e parceiros (talvez), querem o seu sucesso. Muitos ao seu lado para você ver fracassar, não para que você segure se você cair.
Quando chegar o final deste ano, chegará também o final de um ciclo. Serei tecnóloga em Gestão de Inovação e Empreendedorismo Digital, com o pensamento em negócios inovadores, sociodigitais e escaláveis.
Seguirei falando e motivando outras mulheres que também assumem os riscos de serem empreendedoras com pouco conhecimento em gestão, inovação e liderança. Levarei para as escolas e comunidades meu conhecimento em tecnologia, ensinarei os mais velhos e pouco alfabetizados a terem autonomia no mundo digital. Eu seguirei minha missão.
Ser empreendedora é minha paixão e meu foco é transformação e inclusão; e o dinheiro será o resultado.
Por fim, não estou dizendo que nunca mais irei errar. Afinal, os erros fazem parte da nossa jornada humana. Foi com os erros que aprendi e resolvi mudar. Foi com os d(anos)s que encarei a vergonha e a vontade de mudar, me capacitar e estudar o que eu gostava e o que fazia sentido para a vida.
E, nesses quase 10 anos, como empreendedora de vários negócios que deram certo enquanto duraram, eu comemorarei vibrante, porque enquanto haverá chão, eu trilharei o caminho.
Devagar também se chega lá e lá nem sempre é o fim.