Do linchamento virtual à política do cancelamento: a destruição de uma reputação

Do linchamento virtual à política do cancelamento: a destruição de uma reputação

Além de todas as preocupações que rondam as cabeças de líderes, CEOS e marcas, tanto corporativas quanto pessoais, hoje uma das grandes pautas em debate é a possibilidade de uma marca ser abalada pelo linchamento virtual e pela política do cancelamento, o que pode ser devastador para uma reputação construída ao longo de muito tempo.


No mundo contemporâneo, certos comportamentos antes tidos como aceitáveis não são mais tolerados.


Essa desconstrução social é resultado de um longo processo que incluiu situações dolorosas e totalmente absurdas, vivenciadas durante décadas. 


Pautas como identidade e igualdade de gênero, xenofobia, causas LGBTQ+, assédio em todos os sentidos, direitos da mulher, intolerância religiosa, Bullying e racismo (algo tão execrável, que me jamais deveria ter existido), são debatidos amplamente, e práticas envolvendo tais comportamentos estão expostas nas redes. E aqui não cabem casos absurdos, como os ocorridos em determinadas empresas, que precisam, sim, ser responsabilizadas e punidas!


Toda empresa ou marca pessoal pode passar por linchamento virtual e cancelamento, basta se posicionar de forma equivocada ou se comportar de algum modo que provoque essa situação.


Ter o comportamento inadequado exposto publicamente (quando o acontecimento "viraliza"), perder seguidores em massa, sofrer boicote a serviços, pressão para que fornecedores e parceiros rescindam contratos, são algumas das consequências.


Isso já é devastador para qualquer marca, muitas vezes, sendo necessário um processo de "Rebranding", com a adoção de políticas de ética, compliance, alinhamento da comunicação com stakeholders, entre outras atitudes para gerenciar a crise.


Muitas das vezes um longo e doloroso processo na reconstrução de uma reputação perdida.

Imagem de 412designs por Pixabay 

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Para marcas pessoais, a política de cancelamento pode ser ainda mais devastadora. Muitas vezes, o "tribunal da internet" não quer apenas o boicote, a perda de seguidores e de parcerias. É preciso também destruir a vida do “cancelado”, algo que me faz lembrar da época dos inquisitores, em que nada sobrava para o acusado ou sua família.


Além da reputação abalada, ainda pode trazer ao "cancelado" traumas emocionais, depressão e outros. Enquanto alguns ganham likes nos posts e comentários dos julgadores, muitas das vezes protegidos pelo anonimato ou perfis "fakes" criados somente para esse "tribunal" que, frequentemente, exagera no tom agressivo, há do outro lado alguém, na maioria das vezes sozinho, sentindo culpa e tentando juntar os cacos.


Será que essa política do cancelamento tem o poder de um Tribunal do Júri? Estaríamos perdendo a opção do debate de ideias? Vale a pena a reflexão!

Isa Dantas

Palestrante | Estrategista de marcas pessoais | Consultora de comunicação, marketing e branding pessoal | Publicitária

3 a

Fátima. Concordo exatamente com tudo o que você disse. O comportamento na internet, talvez por encontrar ilusoriamente na tela uma barreira, tem sido de extrema intolerância. Também me lembra a inquisição da idade média.

Luiza Xavier (Ela/She)

Jornalista | Produtora de conteúdo | Assessora de Comunicação | Redatora | Repórter | Fundadora da Dupla Criação Comunicação & Eventos | Idealizadora da comunidade Mulheres da Comunicação

3 a

Exatamente, Fátima! Boa reflexão. Também tenho pensado muito a respeito. Estamos seguindo por um caminho perigoso.

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