Do que Precisamos?
Há poucos dias visitei uma amiga recém-formada, que recebeu algo que muitos bacharéis em direito e até mesmo jovens estudantes sonham em suas precoces carreiras no meio jurídico: um escritório com processos, clientes fiéis, clientes novos entrando todos os dias pela porta da frente de um prédio próprio e muito trabalho para fazer... mas, muito trabalho...
Quando cheguei para conhecer o seu escritório fui surpreendido pelas dificuldades que ela enfrentava para reorganizar tudo, desde o aproveitamento do espaço físico até a administração da carteira de processos.
Necessitava colocar tudo no seu devido lugar. Diante disso, o caro leitor deste texto poderia estar pensando “ah se fosse comigo...”, outros pensando nas mais diversas dicas de como fazer e o que fazer.
Entretanto, enquanto ficávamos em sua sala conversando por algumas horas, notei que toda a dificuldade decorria não da organização física e virtual do escritório, mas, na verdade, da falta de pessoas certas para fazerem as coisas certas.
Os sócios não brigam, contudo, possuem objetivos diferentes para a vida futura. Então, o escritório para um representa o futuro enquanto que para o outro serviu e ainda serve, talvez, de meio para conquistar algo mais.
Não precisa dizer que os objetivos diversos refletem diretamente na forma como as coisas andam no dia-a-dia do escritório.
Dessa forma, refletindo sobre essa situação, cheguei a uma conclusão, a qual todos os especialistas sobre gestão de escritórios de advocacia já sabem há milhares de anos, contudo, para mim foi uma percepção enriquecedora diante da experiência. Ou seja, que na maioria das vezes, quando o gestor procura uma solução para os problemas que enfrenta na gestão de seu negócio, principalmente no que se refere à organização física e virtual das coisas (por virtual, entenda-se toda a informação digital armazenada em HD), na verdade deve, antes disso, verificar como está organizado internamente, em relação a si mesmo, em seus sentimentos, emoções, desejos e reflexões.
Deve, também, verificar como está se relacionando com os demais sócios e com os seus colaboradores.
Depois disso, refletir séria e intensamente a respeito do que deve ser feito a partir de si mesmo e de que maneira pode influenciar de forma positiva os demais profissionais ao seu redor para que todos os problemas comecem a se resolver de fora para dentro, da relação entre as pessoas para, finalmente, chegar-se a um ambiente físico e virtual ideal e saudável para se trabalhar, para se exercer a profissão de maneira satisfatória e mais plena do que antes.
Creio que as pessoas vêm em primeiro lugar e não se muda nada sem antes mudar a si mesmo e tentar se relacionar cada vez melhor com os demais. Tentar encontrar caminhos convergentes de acordo com a expectativa e os desejos de todos que colaboram para com o funcionamento do negócio, seja ele qual for, inclusive de um escritório de advocacia.
Pessoas são importantes. Uma cadeira confortável para o cliente sentar é importante, também. Por outro lado, mesmo que a cadeira do cliente seja dura e desconfortável, ele ainda assim vai ouvir o profissional que está lhe atendendo se esse profissional for capaz de lhe passar confiança, respeito, cuidado, conhecimento, sabedoria, entre outras virtudes.
Isso foi o que aprendi da vida nos últimos dias, refletindo sobre as experiências que tive. Por isso resolvi compartilhar aqui no LinkedIn e espero que seja de bom proveito para muitas pessoas.
Até uma próxima reflexão!!!