Dois braços num abraço
As expressões faciais e os gestos são universais, mas são também um produto da cultura, e pode ser profissionalmente relevante, tal como aprendemos uma língua ou a falar em público, de uma aprendizagem e treino específicos para interpretar e usar esta comunicação de forma a liderar, motivar e comunicar de forma mais eficiente.
Como vimos no caso de João Félix e de Rui Costa, a utilização da comunicação não verbal pode maximizar o impacto das nossas intenções. Os estudos de Mehrabian destacaram que a comunicação não verbal é especialmente importante quando se trata de exprimir sentimentos e atitudes, e sabemos hoje também que a nossa linguagem corporal molda não apenas como os outros nos veem, mas também como nos vemos a nós próprios (Amy Cuddy, 2015).
É importante notar, no entanto, que esta regra se aplica a situações onde se pretende comunicar sentimentos e atitudes, mas não a todos os tipos de comunicação. Em situações onde a informação factual ou o conteúdo lógico são mais relevantes, as palavras têm um peso maior.
Com efeito, os reconhecidos psicólogos especialistas em comunicação não verbal David Matsumoto e Paul Ekman mostraram que a linguagem corporal pode ser muito reveladora, mas também pode ser enganadora. Não se devem tirar conclusões definitivas sem considerar o contexto e o conhecimento da pessoa.