DOIS DEDOS DE PROSA SOBRE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Foto: Jucineide Carvalho | EAD precisa de imagem, requer estar com e não apenas para.

DOIS DEDOS DE PROSA SOBRE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

O Ensino Superior em nosso país nunca foi tão cogitado. Cada vez mais pessoas e de diversas faixas etárias tem tentado acesso à Universidade. O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM/2019), contou com aproximadamente 5.095.308 milhões de inscrições para tentativa de vagas. Nesta multidão de candidatos/as, a procura por cursos realizados na modalidade Educação a Distância (EAD) tem sido muito grande e, nos últimos dez anos, com bastante ênfase nas Instituições Públicas.

Enquanto em muitos países da Europa, África e Estados Unidos, a EAD e a Educação on line são realizadas de maneira muito qualificada, por tradicionais e conceituadas Universidades e como política pública de acesso à aprendizagem, no Brasil, a modalidade enfrentou (e ainda enfrenta, infelizmente) muitos preconceitos. Questionamentos que vão da qualidade da formação realizada à validade dos diplomas permeiam as discussões de quem anseia a qualificação e também dos/as pesquisadores/as no campo da Educação. São questões importantes e que devem ser consideradas nesta escolha.

Muitas experiências equivocadas de EAD colaboraram para esses olhares desconfiados. E há de se desconfiar mesmo! Desconfiar de qual instituição presta o serviço, e do que entende por formação e que para mim não significa apenas estrutura de curso, mas, principalmente concepção de mundo, de gente, do que, para que e para quem o conhecimento, do que as instituições elegeram para ser trabalhado no curso e a partir dele e, principalmente da homogeneidade. Isso mesmo, desconfiar da padronização! Todos/as temos aspectos comuns e todos/as temos singularidades. E em Educação (EAD é Educação!), as singularidades não podem ser negadas, mas, consideradas, respeitadas, realçadas, pois as diferenças é que nos constituem.

Para escolher uma Instituição e um curso a distância é muito importante atentar à valorização das experiências de professores/as e estudantes que são autores e atrizes principais e não coadjuvantes, e se os caminhos de ensinar e aprender podem ser alterados ou são engessados e ainda se fazem sentido às pessoas e não somente às sedes das instituições que coordenam os projetos. Os polos de apoio ao ensino presencial precisam ter autonomia e qualificação para realçar a identidade local e realizar as ações próprias do Ensino Superior (ensino, pesquisa, extensão às comunidades) e as sedes das Universidades precisam pensar currículos mais abertos, ou seja, que considerem as experiências das pessoas que estão nos polos, à potência das redes sociais digitais nos cursos, às compreensões de quem vive a EAD e, portanto, à formação como uma experiência que está dentro de cada pessoa e não determinada por programas de cursos.

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