O PERMANENTE DILEMA E AS EXPECTATIVAS NA SAÚDE CORPORATIVA

O PERMANENTE DILEMA E AS EXPECTATIVAS NA SAÚDE CORPORATIVA

Empresas rotineiramente perguntam “o que podemos fazer para conter as despesas com saúde?“. A típica ação é aumentar o custo para o empregado elevando deduções e/ou aumentando a contribuição. Ambas as opções significam uma coisa: “menos por mais”.

O aumento do premio não afeta somente o bottom line, mas tem efeito em toda a operação do negócio: menos dinheiro para aumento de salários, menos dinheiro para atrair bons profissionais, menos dinheiro para pesquisas e desenvolvimento. Os custos crescentes, sempre maiores que a inflação, tem sido um dilema para os empregadores.

Integrar o conceito de promoção de saúde e engajar a área no desenvolvimento e suporte da gestão de saúde diminui custos e utilização dos planos, aumentando a qualidade de vida e a produtividade. Sabemos hoje que o estilo de vida é a primeira causa das doenças crônicas, englobando 80% das doenças cardíacas, AVC e Diabetes tipo II, representando 75% do total de custos médicos. Esse quadro é bem conhecido e há tempos permanece inalterado.

Meu envolvimento com a saúde corporativa após quase uma década como cirurgião pediátrico foi um processo natural. Anos interessantes nos quais alimentação (nutrição enteral/dieta elementar) medicina desportiva, medicina ocupacional e fisiologia do exercício me proporcionaram experiências e estimularam ir ao encontro da promoção da saúde, como forma de minimizar a pouca atenção à saúde e estimular os profissionais da área médica a enxergar além do tratamento da doença.

Na década de 90, literalmente se falava com as paredes.  Mostrar para colegas e profissionais de RH outra abordagem na saúde de empregados era o desafio diário. O setor só pensava no “tratar doenças” com recursos, tecnologia e conhecimento insuficientes para uma atenção mais consistente à saúde. Apresentar experiências internacionais foi uma das ações do CPH nesse processo, que ficou comprovada como sendo uma contribuição bastante positiva. Nomes de referencia globais como Robert Karch, Paul Terry, Steve Aldana, John Harris, Michael O’Donnell, Wolf Kirsten entre outros, conheceram a cultura da saúde de nosso país. Tornaram-se bons amigos e contribuíram para a área.

Evoluímos muito, mas a cultura da doença ainda persiste. O problema é que desejamos resultados diferentes, mas não mudamos o modelo de gestão da saúde nas empresas.

Percebe-se atualmente que valor e atenção à saúde estão mais presentes nas agendas de algumas empresas e só recentemente estabeleceu-se a visão de que o desempenho e a produtividade devem caminhar ao lado da boa saúde. A demanda por conhecimento tem aumentado assim como a de profissionais capacitados.

O aumento do interesse e maior atenção à saúde da população que compõe o capital humano da companhia já é um fato. Educar na gestão pessoal da saúde e estilo de vida é uma das melhores soluções existentes. Produtos e serviços com qualidade já existem. Falta um melhor ajuste entre RH e área financeira para decolar de uma vez. A expectativa para os próximos anos é de maiores investimentos e desenvolvimento de novas tecnologias especificas com alto impacto na sinistralidade.

Sem dúvida, boas perspectivas à frente... 

Welmer Carneiro

Gerente de Estratégias de Saúde Ocupacional | D'Or Consultoria Rede D'Or São Luiz

6 a

Ricardo, você descreveu de forma simples, clara e direta, sobre como as empresas ainda patinam nesta seara. E lhe afirmo sem medo de errar que ajem assim não por falta de informações e conhecimentos sobre o assunto, mas sim pela carência de exemplo "atiitudinal" das altas e médias lideranças. Ao mesmo tempo faltam-lhes muitas vezes a capacidade/coragem de promoverem as mudanças estruturais institucionais que produzam ambiências corporativas que possam conduzir seus "Capitais Humanos" aos hábitos saudáveis. Saudações.

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