Dores Sociais - Um desequilíbrio nas relações humanas
Um joelho ralado dói bem menos que um coração partido... será?
Essa frase da música “Era uma vez”, interpretada pela cantora Kell Smith, nos induz a sensação de que a dor física causada por um arranhão é bem menos dolorosa que a dor emocional derivada de um sofrimento amoroso; mas é verdade mesmo?
É fato, as dores sociais têm causado um grande desequilíbrio nas relações e na vida humana em geral.
Certa vez, em uma palestra da Ines Cozzo , especialista em Neurociências, ela relatou sobre uma pesquisa publicada na revista Science, onde cientistas avaliavam, por meio de condições manipuladas e um aparelho de ressonância magnética, as reações neurais das pessoas quando expostas à situação de frustração, rejeição ou dor social.
Com isso, comprovou-se que a região cerebral ativada nessas situações é a mesma acionada pela dor causada por estímulo físico.
Ao analisar o estudo feito pelo cientista Jaak Panksepp da Bowlind Green State University, de Ohio, Ines conclui que: “A dor psicológica nos humanos, especialmente o luto e a solidão, segundo o cientista, podem dividir os mesmos neurônios usados para elaborar a dor física”.
Então, vemos que em nosso organismo a percepção é a mesma; mas por que emocionalmente não?
Quando enfrentamos essas situações de dores sociais temos como característica registrar uma cicatriz emocional muito forte que gera um trauma, diferente de quando machucamos o corpo devido uma queda ou acidente, que também dói (e muuuiito), mas passada a recuperação e renovação da pele, já não lembramos mais ou não nos gera a mesma dor ao lembrar.
Para ficar mais fácil de entender, vamos pensar da seguinte maneira: você vai dormir e ao chegar no quarto bate o dedinho do pé em cheio no pé da cama! Aaaaaiiii putz grila! Caramba!
Vai doer? É claaaaro que vai!! Sei bem que com você também já aconteceu isso, nega não!!
Mas aí eu te pergunto: no dia seguinte você vai dar um salto à distância para pular na cama e tentar evitar bater o dedo de novo? Acho que não, né?! Até porque eu mesmo nem lembro no dia seguinte.
Outra situação: você está no local de trabalho ou na escola, rodeado de colegas que por alguma incompatibilidade ficam o tempo todo a te excluir, dando risadinhas pelas costas e fazendo fofoquinhas de maneira muito deselegante ou combinando outros eventos em que deixam claro que você não está convidado.
Deixando de lado a falta de educação dos colegas, acredito que você não se sentirá confortável nesta situação, tô certa? E é bem provável que não irá mais participar deste tipo de evento (a menos que seja obrigatório), afinal por mais bem resolvido e participativo que você seja, a interação com este tipo de pessoa não irá te interessar, porque machuca. Assim, você registra um trauma.
Então vemos que as dores sociais “machucam mais” sim pelo fato de gerar um gatilho psicológico que te faz sentir essa dor ao lembrar. É uma tortura mental, como colocado pelo psicólogo clínico António Norton: “De algum modo, a reacção do corpo ficou cristalizada. É como imaginar um botão de alarme que ficou preso e nunca se desliga”.
Assim como você, eu também já fui vítima dessas situações de dor social, principalmente no trabalho. Muitos se desesperam com sua autoestima ferida e entram em crises pessoais fortes.
Outros analisam a situação e não permitem que a fraqueza alheia perturbe a essência e cause dor novamente. E assim eu fui!
Quando idealizamos a marca Costa Barbosa Advocacia, definimos como propósito “Equilibrar as relações sociais”, pois já faz parte da essência pessoal minha e do meu parceiro e fundador Djanildo, e partindo desse norte defendemos com afinco a causa de todos nossos clientes.
Mas não para por aí não, minimizar as dores sociais é um trabalho bem amplo e que pode ser efetivado em ações simples, vou te dar alguns exemplos que praticamos muito aqui:
Não discriminar – seja por diferenças físicas, materiais, poder aquisitivo, linguagem, crenças e julgamentos;
Dar atenção – o mundo está carente de atenção! Somos muito atenciosos em todo atendimento, muitas vezes a pessoa não quer só a solução para o problema, ela precisa desabafar e ouvir que, dentro do possível, vai ficar tudo bem;
Favorecer parceria – Nos mostramos a disposição para ser parceiro do negócio do cliente;
Não impor barreiras – Colocamos o cliente em relação de igualdade. Alguns profissionais pensam que ocupam posição de destaque perante o outro que não possui o mesmo conhecimento e se põem acima das pessoas criando barreiras. As barreiras afastam, complicam a relação;
Tratar com leveza – Nos comunicamos com leveza e simplicidade para que a pessoa sinta conforto e desfrute de uma experiência positiva.
Como eu digo: todo cliente é um mundo diferente, mas ao mesmo tempo somos todos iguais!
Equilibrar as relações sociais é o nosso propósito, mas você também pode participar prevenindo posturas que causem essas dores, e todos juntos teremos um mundo melhor!
Se você se identificou com o texto porque é uma vítima de dor social, neste momento o que tenho a te dizer é: se fortaleça e busque apoio em pessoas íntegras, ao final você será muito mais forte, pois terá enriquecido sua armadura enquanto outras se preocupam em afiar suas lâminas!
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#traumasocial
#gatilhospsicologicos
#relaçoessociais
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Caroline de Oliveira: Gestora de Comunicação e Relacionamento no Costa Barbosa Advocacia. Formada em Comunicação Social/Relações Públicas e pós graduada em Gestão de Pessoas e Psicologia Organizacional.
Apaixonada por gerar conexões fortes e verdadeiras com as pessoas através de uma comunicação direta e acima de tudo atenciosa e dedicada, e assim desenvolver relacionamentos genuínos.
Adoro falar sobre relacionamento e experiência do cliente, gestão de pessoas e desenvolvimento, e claro, também sobre nosso trabalho no âmbito do Direito.
Para entrar em contato com a nossa marca é só acessar aqui.
Redatora
5 aParabéns pelo artigo! Aliás, ele poderia virar um manifesto corporativo. Os ambientes beiram a tal insalubridade psíquica que sentir falta de quem foi tóxico não é incomum. Síndrome de Estocolmo? Certamente!
Professora de inglês |Impulsione sua carreira com o essencial do inglês
5 aValorizar esses pontos é muito importante, pois ainda há muito desequilíbrio e falta de empatia nas relações sociais!
Head de Recursos Humanos | Gestão | Consultora | Mentora | Treinamento e Desenvolvimento | DHO
5 aExcelente artigo, Carol. Como profissionais da área jurídica tratar das dores sociais com tamanha empatia é fundamental e uma necessidade intrínseca nos dias de hoje. Certamente vocês farão a diferença na vida de muitas pessoas e serão diferenciados nos negócios da arte legal.
Assistente em Administração| Especialista em Comunicação Corporativa
5 aÓtimo artigo. Acho que muitas pessoas acumulam essas dores sociais e nem se dão conta e aos poucos a vida vai ficando muito pesada.