DR com sócios e parceiros: como obter bons resultados em conversas delicadas?
Se você já teve alguma conversa dessas com sócios e parceiros, sabe o quão desafiador pode ser manter o foco no que realmente se deseja construir, ao invés de deixar as as mágoas, desafios e chateações do momento tomarem conta de você e ditarem o tom do diálogo.
Recentemente, em meu trabalho como coach e mentora, mediei 3 conversas muito delicadas entre diferentes equipes. Isso me fez pensar em todos os processos de conversas delicadas que participei (e em todos os erros e acertos). Dentre os principais erros na hora de ir para um bate-papo decisivo desses, estão:
- Não levar em conta o nível de experiência e maturidade de cada um dos envolvidos.
- Perder o foco do que realmente se deseja construir
- Pensar unicamente em erros, no lugar de observar as lições aprendidas e como implementá-las.
Como evitar esses erros?
Uma maneira simples de evitar esses erros é ter claro qual o objetivo da conversa, quem participará e quais são as expectativas e necessidades de cada um dos participantes.
No caso de empresas familiares, é bom levar em conta tanto os papéis corporativos, quanto os papéis da família. Isso evita que os participantes misturem papéis e interpretem mal algumas colocações durante a conversa.
Vai falar que não gostou de algo? Foque no comportamento em si, sem ofender a pessoa:
"Não gosto de você ser teimosa" ou "Não gosto da sua teimosia". Esse tipo de comentário é algo inespecífico, diretamente relacionado à personalidade da pessoa (e não ao real problema), pode parecer ofensivo e oferece poucas alternativas de mudança.
"Vi que essa foi uma decisão tomada às pressas. O sonho era bonito e a intenção era boa, mas acabamos não conseguindo levar isso para frente... O que você acha de na próxima vez realizarmos uma pesquisa antes de definir como prosseguir?". Menos ofensivo, não parece uma afronta pessoal e sugere um caminho para a melhoria. Além disso, resguarda as intenções positivas das partes e relembra a todos que o objetivo do grupo não foi alcançado, evitando que os participantes se vejam como oponentes.
Aí vai uma listinha de perguntas e atitudes que podem te ajudar em um momento como esse:
1-Anote suas chateações, limitações, impedimentos, resultados não satisfatórios (da empresa, dos seus papéis, dos papéis dos envolvidos...).
2-Lembre do objetivo ao longo prazo para o relacionamento e do objetivo da conversa. Como eu quero que estejam as relações ao final desse encontro? Que informações eu preciso que estejam claras ao final dessa conversa? Que tipo de comprometimento, crenças e segurança eu preciso fortalecer, entregar ou iniciar para quem está comigo?
3-Entre nos sapatos dos participantes: dentro das especialidades, conhecimentos, personalidades, históricos e papéis de cada um, como que os atores se sentem, performam, o que eles querem e o que eles esperam de volta?
4-Revise (vai por mim): Que informações eu preciso que estejam claras ao final dessa conversa? Que tipo de comprometimento, crenças e segurança eu preciso fortalecer, entregar ou iniciar para quem está comigo?
5-De que maneira clarear expectativas e abraçar necessidades? (abraçar necessidades não significa fazer o que o outro quer, significa fazer com que ele se sinta reconhecido e ouvido nas suas angústias).