Duas Ferramentas para a Gestão da Inovação
Folha de Pernambuco - Opinião (23.08.2017)

Duas Ferramentas para a Gestão da Inovação

Já defendi em vários artigos que a inovação pode e deve ser gerenciada nas organizações. E para que isso aconteça, trago duas formas de organizar o trabalho: a formação de grupos de discussão e a definição de métricas de desempenho.

Começamos pela formação dos grupos de discussão, cujo objetivo é discutir plataformas de inovação (problemas ou questões prioritárias). Estes grupos precisam ter espaço adequado (físico e político) e tempo para reflexão, geração de ideias e experimentação. Além disso, é importante que sejam heterogêneos em estilos, formação e em áreas e níveis hierárquicos. Também precisam de capacitação em inovação e orientação necessária para os projetos, reconhecimento e estímulo, ferramentas adequadas de comunicação e mecanismos de colaboração e cocriação. Ainda é preciso registro, sistematização e organização de sua produção.

Além do mais, para que sejam efetivos, os grupos precisam de fóruns de integração e consolidação das produções, que funcionam como espaços para interação e síntese. Aliás, o estímulo à síntese das ideias por meio da busca por inovações que se reforcem mutuamente pode aumentar o seu o potencial; e ainda ajuda a formar um banco de ideias e projetos passados, que funcionarão como um registro acessível.

Porém, esta síntese e escolha das ideias e projetos precisa ter foco no potencial para o futuro e não “no hoje”. Todavia, é necessário o alinhamento dos projetos com as competências e ativos estratégicos (senão não será possível executá-los) e a avaliação das incertezas críticas e do tempo necessário para implantação/viabilização. Devem ser escolhidas as iniciativas com maior potencial e alinhamento com a estratégia e as competências da empresa.

O outro ponto é em relação às métricas de desempenho. É importante que se articule o desempenho em inovação e empreendedorismo com a avaliação da atuação dos profissionais, podendo colocar como objetos da análise: (a) atitude empreendedora e inovadora; (b) potencial empreendedor e de inovação e; (c) estímulo aos pares, equipes e gestores à inovação e ao empreendedorismo.

Além disso, é muito positiva a mensuração de geração de ideias, potencial de inovação e resultados da inovação. É salutar ainda a definição de metas em inovação para a organização como um todo, unidades de negócio e áreas, articuladas com a estratégia da empresa.

Essas práticas não geram obrigatoriamente uma série de ideias e projetos inovadores com resultados perceptíveis no curto prazo. Entretanto, elas maximizam a possibilidade de inovações em comparação com um processo não sistematizado e sem gestão. E por isso mesmo, um dos grandes desafios para a competitividade empresarial é estruturar, implantar e ter perseverança na gestão da inovação.

Alexandre Dimas

Analista do Banco Central do Brasil

7 a

Excelente artigo, muito alinhado à abordagem Design Thinking para soluções invadoras. abçs.

Nestor Araujo

Compensation & Benefits l Remuneração e Benefícios l Human Resources l Recursos Humanos

7 a

Artigo muito bom, parabéns Fernando!

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