Inovação com resultado é pleonasmo!
Dizer que se faz "inovação com resultado" é o mesmo que dizer que vamos subir pra cima, entrar pra dentro ou adiar pra depois.
Para mim, existem apenas duas explicações para uma pessoa afirmar que faz ou ajuda a fazer “inovação com resultado”.
A primeira é que a pessoa não conhece (ou finge que não conhece) o conceito de inovação.
Quem já estudou um pouco do assunto, bem pouco mesmo, sabe que o resultado exitoso ou o sucesso residem no cerne dos mais diversos conceitos de inovação que existem por aí. Veja só esses 2 exemplos:
Inovação é a exploração com sucesso (= resultado) de novas ideias.
Inovação é a geração de valor (= resultado) a partir da aplicação de novos conceitos e ideias.
É bom que se saiba que uma “inovação” que não tem resultado não passa de uma “invenção”. Aliás, sabe aqueles powerpoints que os grupos apresentam para a diretoria com projetos que desenharam durante um programa de intraempreendedorismo? Pois é, se não foram implementados, não são inovações. Sorry.
Bem, a segunda explicação para o uso do termo “inovação com resultado” tem a ver com um fenômeno que tenho observado nos últimos meses: a necessidade de disseminar ou reforçar o verdadeiro significado do conceito*, tão deturpado nos últimos anos pelo teatro da inovação.
Parece que finalmente estamos vendo no Brasil a gestão da inovação chegar a um momento importante da sua evolução: a hora do “vai ou racha”, ou, num linguajar mais polido, um momento mais sóbrio, onde o choque de realidade começa a chegar nas empresas praticantes da inovação.
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Depois de muitas ações e investimentos para: envolver os colaboradores e criar uma cultura pró-inovação, conectar a empresa com o ecossistema empreendedor, captar os recursos de fomento porque é dinheiro barato, participar e às vezes ganhar os prêmios de inovação, mapear e ouvir as dores do cliente, e encher o portfólio de projetos criativos - não necessariamente nessa ordem - chegou a hora em que os resultados começam a ser cobrados.
Sim, a ficha da liderança caiu. Se não tem resultado, por que tanto esforço para inovar?
A parte boa é que as organizações que realmente querem inovar vão ter que encarar a dura decisão de ter consistência no propósito de inovar. Parar de investir apenas na imagem e de fato investir em inovação. Terão que ter uma estratégia clara de inovação, terão que aprender a investir consistentemente nos esforços inovativos e proporcionalmente ao tamanho de sua ambição, terão que aprender a decidir sobre descontinuar ou investir mais em projetos de alto nível de incerteza, terão que aprender que o maior desafio da inovação está na sua EXECUÇÃO, ou seja, quando a GERAÇÃO DE VALOR acontece, quando o RESULTADO vem.
Acredito que a partir de agora, mais do que há alguns anos, passaremos a ver no Brasil mais empresas** como a Embraer , Suzano , Grupo Boticário , Ambev , WEG , Petrobras , Hospital Israelita Albert Einstein , Magazine Luiza , EDP Brasil , Eurofarma , Aché Laboratórios Farmacêuticos , Dexco , ArcelorMittal Brasil , BASF , Bosch Brasil , MSD , Timenow que acreditam e investem consistentemente na inovação como uma alavanca de geração de valor e transformação dos seus negócios.
Bons tempos estão chegando. Estamos muito felizes aqui na Inventta com a chegada desse momento.
* Ah, e antes que me perguntem, dói um pouco ouvir, mas eu ainda consigo engolir o “inovação com resultado” quando é para combater o teatro da inovação.
** Essa não é uma lista exaustiva, mas os primeiros nomes de empresas que brasileiras ou que atuam no Brasil que eu particularmente reconheço que têm consistência com o propósito de inovar.
Facilitador de Inovação Lean | Miro MVP
3 mTomara que esse momento ou vai ou racha chegue logo! E então modelos de negócios que sobrevivem de editais de inovação sem resultado (sim, existe “ empreendedor” de 12 Startups ao longo da vida e nenhuma notícia de produto no mercado) isso acontece em massa no Brasil principalmente com editais de subvenção econômica que acaba engolindo qualquer projeto em prol do número
Inovação Aberta | Captação de Recursos - Funding | Gestão de Ecossistemas
9 mAcho. A grande questão nas organizações, é o conceito de êxito.
C-Level Marketing e Vendas | Diretor de Negócios I Investidor e Mentor de Startups I Conselheiro de Empresas
9 mMuito legal a provocação e porque não o esclarecimento, Bruno Moreira.
Diretor Técnico de Inovação Aberta | Ambientes Promotores de Inovação | Startups & Ecossistemas de Inovação | Deeptechs | Coordenação de programas e projetos de inovação aberta | Formação de redes | Obtenção de fomento
9 mBruno Moreira gostei! Acho estranha a tentativa de medir/comprovar a inovação via depósito de patentes. Principalmente nas universidades e nos institutos de pesquisa, quando as patentes, em sua grande maioria, nem geram valor ou permitem a exploração da solução com o sucesso. Quais são os melhores meios de se medir a contribuição para inovação das universidades e institutos de pesquisa? Apenas quando existe aplicação efetiva da solução/tecnologia com redução de custos e/ou aumento do faturamento das empresas?