Duas Formas Estupidamente Simples de Arrancar um Feedback do Chefe

Ah, o velho e bom feedback! Tão importante para o sucesso na carreira profissional, enfim, na vida, e ao mesmo tempo tão negligenciado…

Não que tenha se falado pouco sobre isso, muito pelo contrário. Vídeos, artigos, revistas, TV, empresas, no futebol, dentro de casa…Vire e mexe o assunto vem a tona.

Dentro de casa, aliás, por algum motivo misterioso raramente utilizamos a palavra feedback. Talvez soe corporativo demais? Mas o conceito está bem representado em expressões como “falta de comunicação”, “calado demais” (essa é para os homens, em geral!) entre outros.

Um dos maiores motivos do fracasso nos relacionamentos conjugais, não somente no Brasil, mas no mundo todo é a falta de comunicação. E dentro deste pacote chamado “falta de comunicação”, tem um elemento que tem um grande destaque: é justamente o tal do feedback. Ou melhor dizendo, a falta dele.

A ação da maioria das pessoas frente ao problema da falta de feedback é mais ou menos parecida: “Fulano não me dá um feedback. Não há nada que eu possa fazer, estou de relações cortadas”.

Ficamos frustrados, remoendo a situação… Talvez esperando que, no caso da empresa, o nosso chefe, pergunte por que estamos calados, meio chateados.

O problema é que poucas vezes isso acontece, e sabe por que?

Seu chefe pode estar preocupado como você, tão chateado como você, mas não com você exatamente… e sim com o chefe dele! . Motivo? falta de feedback, veja só!

Outro motivo comum? Seu chefe pode estar sobrecarregado de trabalho a ponto de estar falhando nesse ponto crucial na gestão de pessoas. Não se justifica, mas acontece.

Enquanto ficamos esperando passivamente pela atitude da outra parte, a relação vai se deteriorando.. e já sabemos onde isto costuma terminar, não é?

Então, para não ficar nessa indefinição, sugiro duas atitudes infalíveis para superar esse problema que emperra tanto o seu desenvolvimento profissional:

1 – Dê feedback sem que o chefe peça

Entregue um relatório para seu chefe sobre o andamento de suas tarefas, projetos, de preferência pessoalmente.

Por que? Assim você poderá sentir a reação dele através de suas expressões, gestos, linguagem corporal, coisas que o email ou uma ligação telefônica não vai proporcionar.

Mas mantenha o email, apenas adicione a isso alguns minutinhos de conversa informal e descontraída, como quem estivesse passando pela mesa dele e lembrou, de repente, de comentar sobre o assunto…

Comece a criar esse hábito de dar feedback de graça. Quando agimos de assim de forma proativa, passamos uma mensagem subliminar para nosso chefe de que a nossa parte tem sido feita.

Isso provavelmente vai começar a incomodá-lo de forma positiva, de modo que começará a seguir seu exemplo ao retribuir o feedback.

Agora, se mesmo assim não funcionar…

2 – Peça feedback: Porém, timing é tudo 

Não tenha medo. Perguntar não ofende, SE perguntado sem tom de ameaça, ironia ou cobrança E no momento adequado.

Não queira pegar seu chefe armado, ou perturbado por problemas pessoais ou profissionais. Espere o momento mais calmo, e desarme-o com humildade no modo de falar, tom de voz e postura. E seja claro nas perguntas enquanto pede o feedback a ele.

Por exemplo, pergunte “como achou que lidei com o conflito com os fornecedores no projeto X?’ ou “Como achou que me saí na apresentação do novo sistema aos usuários? Onde acha que poderia melhorar naquela situação específica?” Nada de perguntas muito genéricas, do tipo, “como está o meu trabalho, alguma reclamação?”

Se você não quer ouvir feedback genérico e inútil do tipo "hã? Ah, você está indo bem, sim!", então seja específico, preciso em suas perguntas.

E desarme-se você também!

Esteja pronto para ouvir críticas também, não somente elogios. Nas críticas, deixe seu chefe falar sem ser interrompido, e se preciso, deixe para refletir e responder com mais substância em outra conversa, e não no calor da emoção.

E seja explícito nessa intenção: "chefe, obrigado por apontar esses ajustes, vou refletir sobre o que você falou e gostaria de retomar o assunto mais tarde".

Se você pede feedback, subentende-se que você está disposto a ouvir e não a discutir ou se justificar. Aliás, como você reagiu da última vez que recebeu feedback do seu trabalho?

Se defendeu prontamente contra as críticas, dando a entender que seu chefe estava redondamente errado em sua avaliação? Ou escutou atentivamente, com postura humilde?

Não que você não tenha o direito de refutar algumas críticas que considera injustas, mas quando pensamos mais friamente sobre os fatos, temos maiores condições de fundamentar nossos argumentos sem parecer presunçoso, e ainda evitar de dizer coisas que possamos nos arrepender depois.

Ah, e claro, a mesma técnica pode ser aplicada dentro de sua casa. É um hábito que fortalece desde relacionamentos familiares, passando por relacionamentos corporativos, e por aí vai.

E ainda por cima é uma atitude que não custa nada no seu bolso!

Por outro lado, ela exige muita boa vontade, humildade, mente aberta e profissionalismo, mas seus resultados costumam valer a pena, pode apostar!

Este artigo foi publicado originalmente em carreiradeti.com.br

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Vinicius Nogueira é Consultor em Carreira e Tecnologia da Informação e autor do livro "A Estratégia do QI Digital" - clique no link para pegar sua amostra grátis!

É também autor do site CTI - Carreira e Tecnologia da Informação, há quase uma década no ar orientando profissionais de TI sobre Carreira e Tecnologia. Já são mais de 1.200 artigos publicados, dá uma passadinha lá!