Duas mulheres e um só desejo

Falar de dinheiro é um trem complicado, não? Tô aqui matutando, como começar um texto que vai prender a sua atenção, sem cair em fórmulas prontas. Ainda mais no LinkedIn, onde há gente muito boa, falando coisas superbacanas. Daí pensei no título desse artigo, que mais parece uma tradução tosca de filme estrangeiro que passava no cine privê (piada interna para quem tem mais de 30 e muitos anos e assistia a isso escondido dos pais). Espero que nesse momento, alguém esteja lendo. Obrigada, você deve ser o único ou a única. Aliás, esse é um texto pensado para elas, mas a utilidade do tema é unissex, então, vá adiante. 

Segue o baile.

Não fique totalmente decepcionado, sim, há duas mulheres nessa história...duas não, quatro. As duas primeiras não se conhecem. Uma é uma profissional liberal, em seus 50 anos, casada, com um filho. Vamos chama-la de Teresa. A outra, tem seus 20 e poucos anos, está começando a vida profissional e atualmente tem um estágio - esta é Cristina. Ambas com um único desejo: investir. As duas partem do zero e querem construir uma reserva financeira para fazer o que quiserem com o dinheiro (sim, temos esse direito). 

Como você já deve supor, Teresa tem um desafio maior. Seu estágio de vida demanda mais gastos e sobra pouco (quando sobra) no final do mês. Cristina ajuda nas despesas da casa, mas a maior parte de sua renda fica para si - o que não significa muita coisa, já que o salário é de estagiária. (Rolou alguma identificação por aÍ? Sobra mês...falta dinheiro...) 

Qual o problema para elas que decidiram começar a investir agora?

NENHUM. Isso mesmo, não tem problema algum. Ao contrário, isso é solução. Há diversas opções de investimento para quem está começando e um monte de material gratuito na internet para dar os primeiros passos. A maior dificuldade é realmente transformar o desejo em ação.

Há mais ou menos um ano, reencontrei uma amiga de faculdade (aqui estão as outras duas mulheres da história) e descobrimos que tínhamos um amor recém-descoberto em comum: investimentos. Nós duas já com mais de 35 anos, tínhamos acabado de entrar nesse mundo maravilhoso da multiplicação do dinheiro pelo simples ato de respirar. E notamos como falta mulher nele. (Então, quando aparece uma Teresa ou uma Cristina e diz "quero investir" imagine como fico louca de alegria).

Eu e Anita resolvemos criar uma comunidade (link no final do texto) para tentar estimular mais mulheres a pensarem no assunto, falarem de dinheiro, administrarem melhor aquilo que ganham. Em menos de um ano, reunimos 1.300 participantes.

O desafio é muito grande. A maioria das meninas (sempre seremos meninas) ainda tem muito medo de tomar a atitude, de errar, de perder, de pagar imposto de renda (esse é um cara que mete medo, viu - apesar de eu achar que ele apenas é uma criatura incompreendida)...Como romper essa barreira? Experimentando, não tem jeito. De pouquinho em pouquinho.

Faith Popcorn, em seu livro EVEolution, que traz as oito verdades para fazer marketing para mulheres, fala sobre características importantes do comportamento feminino. Dentre elas (e eu concordo), ela diz que nós, mulheres, gostamos de compartilhar coisas, pensamos coletivamente e percebemos a interligação entre os diversos aspectos de nossa vida e como um influencia o outro (gente, o dinheiro passa por todos eles, acredite).

Concordo com sua visão e acredito que é dessa forma também que atrairemos mais mulheres para os investimentos: avançando juntas, compartilhando umas com as outras onde buscar informação, incentivando a tomar a primeira atitude, a ver que não é preciso saber cálculos complexos (sou de humanas, fazer conta não é meu forte) ou ter muito dinheiro para começar. E mais, saber que não está sozinha nessa jornada.

Quer participar da discussão? Acesse Sovinas - Mulheres que Investem.

Quer entender um pouco mais sobre a relação das mulheres com o dinheiro? Dá um pulo aqui: Mulher Econômica.

bjo&invista