E-commerce: futuro estará nas mãos das grandes corporações?

E-commerce: futuro estará nas mãos das grandes corporações?

O e-commerce cresceu exponencialmente nos últimos anos, mas será que o futuro desse canal estará definitivamente nas mãos de grandes corporações?

A notícia de que a varejista Avenida, especializada em moda feminina, encerrou suas operações online e passou a focar somente no varejo físico, chamou a atenção do mercado por sua ousadia (podemos chamar assim?). Mas não são os únicos que entenderam que as vezes é melhor renunciar ao digital em virtude de suas peculiaridades.

Caso semelhante é o do varejista Havan, onde nitidamente é possível observar seu e-commerce com baixíssima relevância dentro da estratégia de investimentos da empresa. Existem alguns fatores que podem explicar esse movimento.

O e-commerce é um canal de vendas caro, principalmente para empresas que atuam como revenda, ou seja, é um modelo de negócio que opera com margem insuficiente para arcar com os diversos "come cotas" do lucro. Batizei com esse nome todas as soluções inerentes ao e-commerce que cobram percentual sobre venda, incluindo nessa conta as comissões de marketplaces, que em alguns casos bizarros, podem chegar a módicos 25%.

Para completar essa brincadeira existe ainda despesas com logística (e a perversa conta do frete grátis), com reversa, com marketing digital e mais um punhado de outras contas que drenam o resultado.

Considerando esses fatores, é possível visualizar um futuro próximo onde o e-commerce esteja concentrado nas mãos dos grandes marketplaces e muito provavelmente aos chamados e-commerces DTC, modelo de negócio criado para dar um Bypass na cadeia de distribuição e engordar a margem da indústria.

Essas marcas, se bem consolidadas, poderão ter a capacidade de investir em tecnologia e inovação para oferecer uma experiência de compra mais completa e personalizada, além de ter a escala necessária para competir com os marketplaces ou se juntar a eles como parte da jornada.

Mas voltando ao caso das Lojas Avenidas, quanto essa decisão de preservar o curto prazo afetará o longo prazo da marca em um ambiente crescente de consumo através do digital? No longo prazo todos estaremos mortos, pode ter sido a resposta dos gestores da empresa.

A ver as cenas dos próximos capítulos...

Por Luiz Claudio D.


Entre para ver ou adicionar um comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos