E o Brasil em particular?
Pare, pense e questione! Que mundo vivemos atualmente?
Todos movimentos apontam que vivemos a consequência do aumento do nível de desigualdade socioeconômica e concentração de riquezas. Voltamos a níveis anteriores da primeira grande guerra no final do século XIX e início do século XX, onde 50% da riqueza gerada no mundo estava concentrada nas mãos de 1% da população mundial. Somado a isso, também vivemos uma profunda crise financeira iniciada em 2008 e com reflexos até hoje.
Então, alto nível de concentração de riqueza e crise financeira pode ser uma combinação explosiva, pois muita gente perdeu com o sistema globalizado, devido perdas de emprego e de perspectivas de um futuro melhor. Milhares e milhares de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza e na miséria absoluta, desprovidos de recursos básicos para sua sobrevivência, um ambiente fértil para criação de todo tipo de fundamentalismo religioso, terrorismo, propagação do ódio, xenofobismo, corrupção, consequentemente o ressurgimento do Nacionalismo exacerbado, fechamento de “fronteiras” e longos e complexos conflitos bélicos.
Usam –se a ideologia como argumentos para todo tipo de imbecilidades. Entretanto não existe ideologia. O que existe hoje é a fragmentação dos interesses. Ninguém quer pagar a conta!
E o Brasil em particular?
Durante a corrida presidencial de 2014 muito se falou em planos de distribuição ou transferência de renda, de combate à pobreza ou simplesmente dos programas sociais. Foram horas e horas de debates sobre o tema trazendo para população a oportunidade de se informarem melhor sobre o que realmente estava acontecendo no país.
O Plano Real nos anos 90 estabilizou a economia, combateu a inflação que chegava a mais de 900% ao ano e sabemos que essa “doença” ataca principalmente a classe social mais desprovida de recursos. Dessa forma podemos dizer que foi um plano econômico que reduziu a desigualdade social e beneficiou milhões de brasileiros.
No século 21 iniciou o aumento da criação dos planos de combate à pobreza, de inclusão social e o principal seria o Bolsa Família que segundo dados do próprio governo estariam inseridos 50 milhões de beneficiários.
Diante desse quadro, o que ficou claro é que não estamos preparados para realmente ser um país desenvolvido. Falta o mais importante! Uma estratégia educacional de qualidade e sistemática para formação de capital humano. Qualquer plano seja econômico ou social desprovido de estratégias educacionais de qualidade serão inócuos.
Com o atual cenário, o máximo que conseguiremos será formar analfabetos funcionais e dependentes do assistencialismo governamental. Muitas escolas e universidades públicas sucateadas, pouca valorização do professor, existência de escolas e faculdades privadas valorizando mais o aspecto econômico do que a formação de capital humano e total falta de conhecimento por parte da sociedade do que é realmente um projeto educacional de qualidade.
Não adianta ser a 8ª, 9ª, 10ª economia do mundo e transferirmos renda para 50 milhões de pessoas se não aceitarmos o simples fato que não estamos formando capital humano, profissionais capacitados para pensarem e exercerem suas profissões com qualidade. Não adianta aumentarmos a presença de alunos em sala de aula, forçando o professor a não usar de meritocracia, tornou-se quase obrigatório passar aluno de ano e dessa forma distorcer os indicativos educacionais do país.
Só iremos realmente ser um país desenvolvido com o verdadeiro e único plano de redução de desigualdade social e que promova o desenvolvimento: O plano de revolução educacional! A difusão do conhecimento! Só a educação de qualidade liberta, somente ela tem o poder verdadeiro e genuíno de transformar o ser humano. Caso contrário viveremos eternamente na mais profunda mediocridade.
Alexandre Castro Ribeiro
Contador e Mestre em Ciências Contábeis