E o que aprender com os portugueses e com os europeus?
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E o que aprender com os portugueses e com os europeus?


Qual a máxima que desejamos alcançar em nossas vidas? Muitos sem dúvida dirão ser a felicidade, a tão almejada felicidade. Mas o que é ser feliz? Bom, para esta pergunta, sem dúvida existem inúmeras respostas, quantidade igual ao número de habitantes do planeta Terra. Cada um de nós possui algo que nos faça feliz e muitas vezes, o que te faz feliz, não faz o outro feliz. Aquela comida que você acha maravilhosa e que vem acompanhada de prazer, pode ser repugnante aos sentidos de outrem. Sabemos também que a felicidade não é algo que sentimos a todo tempo, temos momentos de decepções e tristezas também. Mas se você decidir ser uma pessoa feliz, seus erros, suas decepções, tristezas e frustrações, inerentes a nossa vida, serão novas conquistas e aprendizados.

Bom, mas o que tudo isso tem haver com os portugueses e com os europeus? Quando pensamos nos europeus, sendo brasileiros, sempre nos vem em mente um povo bonito, elegante, bem vestido com casacos de pele, cheirando a perfumes maravilhosos e ... esnobes; não é isso? Lembramos também dos carros luxuosos, transitando por ruas maravilhosas; pensa também em jóias e relógios caros. Concordam? Se sim sua imaginação será capaz de acrescentar ainda mais detalhes a estas descrições. Se não, você já começa a aproximar-se um pouquinho da realidade.

Como diria Steve Jobs “a simplicidade é o máximo da sofisticação” e se a simplicidade for algo sofisticado, aí sim, podemos afirmar que os portugueses e os europeus, em sua grande maioria, são sofisticados. Você pode andar em um carro dito como luxuoso, mas ser uma pessoa simples. Complexo? Não, simples assim mesmo. Exigir e consumir bons produtos, não é ser esnobe, mas é valorizar a matéria prima. Como forma de não desperdício, ela deve ser elaborada da melhor maneira para ser consumida pelas pessoas. Um produto mal feito será logo descartado, uma comida mal feita será rejeitada; desperdício sem fim.

Ao andar pelas ruas das cidades deste velho mundo, vemos pessoas de todos os tipos de todos os gostos: cabelos diferentes (verdes, azuis, roxos, laranjas, curtos, longos), roupas fora de padrão; estão a pé, correndo, de bicicleta, patinete, ouvindo música com fone de ouvido ou com uma caixinha de som, passeando com seu cachorrinho ou com seu enorme cachorro. Mas aí você pensa: não é só em Portugal ou na Europa que acontece isso, é em todos os lugares, certo? Certo, mas infelizmente minhas palavras, ainda não tão maduras, não consigam exprimir a essência destes lugares. É isso mesmo, essência de acolhimento e satisfação; é sentir-se pertencente a um lugar, é sentir-se parte. As pessoas não estão apenas a andar pelas ruas de passagem de um ponto A para um ponto B, elas estão nas ruas e, as ruas, pertencem a elas. A rua, ou seja, sua cidade, seu bairro, sua freguesia, seja o que for, também é seu espaço, também faz parte da sua vida é extensão do ser lar. Esta junção do espaço privado e espaço de todos, faz com que toda a sociedade tenha tantos direitos, mas também deveres. Os deveres estão relacionados principalmente ao cuidado à conservação: lixo no lugar correto, sempre, por exemplo.

O máximo do ser humano é poder “ser humano” e, para isso precisamos estar plenamente livres de padrões pré-estabelecidos; livres de pré-conceitos, do certo e do errado, é valorizar em primeiro lugar as pessoas, suas necessidades, desejos e vontades. Perceba, para isso, também deve haver muita maturidade. Exercer minha liberdade não é tirar a liberdade do outro, é uma linha tênue que passeia entre o que eu quero, o outro e prioridades do coletivo.

Atravessar na faixa de segurança, guardar o carrinho do supermercado no lugar correto, parar para o pedestre atravessar, respeitar a sua vez em uma rotatória, esperar a sua vez em um cruzamento, dentre outras ações de cumprimento a regras já previamente estabelecidas, no espaço público, não transforma você em uma pessoa menos esperta; são regras simples mas de grande importância para o convívio social. Destas ações surgem outras e de tantas outras que surgem e que surgirão, poderemos diminuir a violência, aumentar o respeito e valorizar o que deve ser realmente valorizado: as pessoas.

Tudo é perfeito e maravilhoso em Portugal e na Europa? Não. Mas essa é uma das grandes lições que podemos aprender com os portugueses e com os europeus.

Texto de Fabíola Messias (Consultora Educacional/ Redatora e Produtora de Conteúdo)


 

 

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