E A PARTE DA ESTRATÉGIA QUE SERIA EXECUTADA EM 2020?

E A PARTE DA ESTRATÉGIA QUE SERIA EXECUTADA EM 2020?

Em uma crise como essa, há negócios que foram drasticamente impactados, outros relativamente impactados, outros que até crescem bastante, e mais alguns que ainda surgirão, frutos das oportunidades que sempre existem nas grandes mudanças.

Os reflexos na indústria de base, na aviação, nos aeroportos, em diversos serviços atrelados a eventos, no transporte executivo, dentre muitos outros, foram muito fortes e negativos. Por outro lado, drogarias, supermercados, as indústrias por trás deles, serviços de entrega domiciliar, dentre alguns outros também, estão inclusive demonstrando grande crescimento de demanda.

Falemos sobre aqueles negócios que estão sofrendo drasticamente com os reflexos da pandemia do COVID-19. Vocês acreditam que algum Plano Estratégico, de qualquer que seja a empresa ou segmento, contava com previsibilidade em seus objetivos, metas, projetos e ações que refletisse a crise? Não, não mesmo. É realmente algo totalmente excepcional, que veio e pegou rápido. Mas e aí, o que fazer com as metas definidas para 2020 e com os projetos a elas atrelados?

Há a máxima de que metas não podem ser revisadas a torto e direito, partindo do princípio que também foram definidas pelo método “SMART” (Específicas – Specific; Mensuráveis – Measurable; Atingíveis – Attainable; Relevantes – Relevant; Com prazo definido – Time-Bounded). A coerência e foco da gestão, com um desdobramento consistente das metas para todo o time e, principalmente se tudo estiver atrelado a um plano de meritocracia, tende a gerar bom direcionamento e engajamento das pessoas. Contudo, como já mencionado, o cenário atual é totalmente excepcional e era imprevisível quando da definição dos planos empresariais para o exercício de 2020. Metas inalcançáveis são grandes gatilhos para o desengajamento e para a criação de ambientes de desmotivação e, portanto, as empresas negativamente afetadas pela crise devem sim rever suas metas e projetos.

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Talvez uma boa sugestão seja manter as métricas originais e fazer a revisão de cenário estabelecendo  forecasts, ou seja, mantendo as metas originais como uma linha de base e derivando a gestão de resultados para os forecasts (previsões), de forma que possam ser feitas comparações e análises do antes e depois, sem perder registros originais.

Se participarem de negócios que realmente sofreram e estão ainda sofrendo pelos efeitos da pandemia, não deixem de, em seus forecasts, falar sobre, disseminar, apoiar e definir metas e projetos que traduzam e estejam focados em transparência, conformidade, efetividade de comunicação interna e externa, relação colaborativa com a cadeia de suprimentos, gestão próxima e detalhada da Tesouraria (“sentem no caixa” da empresa), apoio efetivo às áreas de desenvolvimento, tecnologia e inovação. Aproveitem para permitir que as métricas internas reflitam o que é a empresa para seus clientes e para o mercado, fazendo realmente jus à importância de um plano, pois de nada adianta uma métrica única e exclusivamente interna, se ela não traduzir, de alguma forma, a posição da empresa para com os clientes e o mercado (concorrência).

É claro que, em um cenário desses, muitas vezes são inevitáveis medidas duras, mas nunca deixem de lado a transparência e o respeito. Como sempre termino com um tom de esperança e fé, que o mundo após pandemia se recheie de novos negócios que, aproveitando o momento, revisaram, além das metas, também seu posicionamento e seu propósito, refletindo o bem que fazem a toda uma cadeia de clientes e fornecedores e a tentativa que impõem de trazer felicidade a sua gente e à sociedade.


Mayara Farias

Especialista em transformação digital, gestão estratégica, gestão de projetos e gestão de processos.

4 a

Metas inalcançáveis não geram engajamento e ainda motivam a acomodação, dado que já se sabe que não serão alcancadas. Ainda que em um cenário nebuloso, é preciso assumir que é preciso fazer ajustes, seja de trajetória, seja de ritmo. Excelente a reflexão!

Alessandra Gaspari

Gente e Gestão | Cofundadora do IBEGESP

4 a

Muito legal. Por aqui mantivemos as métricas originais e propusemos novas derivadas. Precisamos saber o que conseguimos alcançar e traçar novas rotas. Boa sorte por ai e tenhamos fé.

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