E quando o cliente dos sonhos se torna o maior pesadelo das startups?
Muitas startups sonham em colaborar com grandes empresas. Mas, quando isso acontece, o sonho pode virar pesadelo… Para os dois lados!
As empresas lançam desafios e chamados ao ecossistema de inovação como forma de se aproximarem de startups disruptivas. Mas, na verdade, é preciso bem mais do que vontade de interagir com uma startup para que esta relação funcione!
Da mesma forma, interagir, cooperar e inovar em parceria com uma grande empresa pode ser a oportunidade de ouro para uma startup. Conheço casos de muito sucesso, mas conheço também alguns em que a relação se transformou numa péssima experiência para ambas.
O problema está na assimetria de processos e na diferença de culturas entre as duas partes. As grandes empresas, com seus processos rígidos e hierarquias engessadas, muitas vezes, sufocam a inovação e a agilidade que as startups trazem na bagagem.
Para que a relação flua e prospere, o lado mais forte precisa antes de mudanças internas e culturais que o permita absorver o potencial inovador das empresas nascentes, e não agir como se fosse mais um acordo de prestação de serviço com seus pares da velha economia.
Acontece que, muitas vezes, há pouca disposição das big corps em promover menos rigidez na hora de incorporar as soluções das startups.
Como consequência, isso gera um gasto de energia imenso, seguido pelo sentimento de frustração em empreendedores e empresários!
Quem já viu aquelas POCs (Provas de Conceito) que nunca terminam? A startup entra cheia de gás, mas se depara com burocracias que não acabam mais. O resultado? Um projeto que deveria durar semanas se arrasta por meses, e o entusiasmo inicial vai por água abaixo junto com parte dos recursos em caixa da startup.
A comunicação entre startups e grandes empresas também pode ser um desastre. O empreendedor quer velocidade e flexibilidade, enquanto a big corp responde com formulários, reuniões intermináveis e uma lista de requisitos que parecem nunca acabar.
A autonomia também se perde entre as sucessivas aprovações que precisam ser chanceladas por várias camadas de hierarquia. Isso não só atrasa o andamento dos projetos, mas também desmotiva os times da startup, que se sentem impotentes frente à máquina corporativa.
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Como reduzir esses ruídos?
Estabeleça Expectativas Claras Desde o Início: Antes de fechar qualquer acordo, tenha conversas francas sobre os processos, prazos e expectativas. Defina claramente os objetivos da parceria e os papéis de cada um. Quanto mais claro estiver o caminho, menos surpresas desagradáveis no meio do percurso.
Tenha um Ponto de Contato Dedicado: Nada pior do que ficar perdido dentro de uma big corp sem saber com quem falar. Tenha sempre uma pessoa de confiança dentro da empresa grande que possa te ajudar a navegar pelos processos internos. Essa pessoa será sua guia e pode ajudar a agilizar muitas coisas.
Busque Parcerias Com Cultura Similar: Nem todas as big corps são iguais. Algumas estão mais preparadas e abertas para trabalhar com startups. Pesquise bem e tente alinhar sua startup com empresas que já tenham uma cultura de inovação e que valorizem a colaboração horizontal.
Mantenha a Agilidade da Startup: Mesmo dentro de uma parceria, não perca a essência da sua startup. Lute para manter a agilidade, a flexibilidade e a inovação que são a sua marca registrada. Isso é o que você traz de diferencial. E é isso que as big corps precisam.
Enfim
Colaborar com grandes empresas pode ser desafiador, mas claramente é uma estratégia que precisa de vontade e competências dos dois lados para funcionar. Com as estratégias certas, é possível transformar esses desafios em oportunidades e escalar a inovação de forma colaborativa e produtiva.
O segredo está na comunicação clara, na gestão das expectativas e na manutenção da essência inovadora das startups.
É nisso que acredito. E vocês?
Sócio-diretor na Bridges Social Media | Jornalista ghostwriter | Especialista em criação de autoridade digital
6 mÉ uma grande verdade o que aborda sobre as POCs que nunca avançam. Conheço vários casos Susana Kakuta