E se todo mundo empreender?
E se todo mundo empreender?

E se todo mundo empreender?

Se você está lendo este artigo, tem grandes chances de também ter sido contaminado por um forte desejo que têm dominado muitos. Num cenário onde, grande parte das novas gerações afirma que pretende empreender num futuro próximo, fica difícil não conhecer alguém que empreenda ou que ao menos tenha isso como meta de vida.

O desejo de empreender é motivado principalmente pela autonomia para tomar decisões, flexibilidade de horário e criação com sentimento de pertencimento ao negócio e o desejo de realização e reconhecimento.

Empreender é uma tendência que veio para ficar, disso não temos dúvida, mas e aí? Se a maioria das pessoas for empreender, quem vai trabalhar para as novas empresas? Como alavancar o crescimento de novas empresas sem bons talentos?

Diante dessa corrida ao empreendedorismo, vemos inúmeras empresas lutando para manter seus talentos. Empresas como Mercado Livre, Locaweb, Netshoes investem em espaços de trabalho acolhedores que tentam estimular a criatividade e gerar flexibilidade de horário. Outra prática que tem se acentuado nos últimos anos se baseia na Inovação Colaborativa, que é uma forma de intraempreendedorismo que pretende estimular o envolvimento de colaboradores com os objetivos estratégicos da empresa, fomentando a inovação. O intraempreendedorismo é um mecanismo para transpor barreiras e construir pontes para que o colaborador possa participar de forma mais ativa e motivadora estimulando sua criatividade. Todo esse movimento considera o fato de que as pessoas querem se sentir parte do negócio, realizar coisas, serem valorizadas e recompensadas por seus diferenciais.

Confira algumas das principais ações para estimular o intraempreendedorismo:

Conscientização dos objetivos estratégicos da empresa

Os colaboradores devem estar cientes da missão e visão da empresa. Fica muito mais fácil contribuir quando se sabe quais são os objetivos estratégicos do negócio, dessa forma, ao invés do colaborador propor ideias mirabolantes, ele pode focar em ações reais.

 Todos devem participar

Não importa se o colaborador é um engenheiro ou um porteiro, pois cada pessoa possui um potencial não aproveitado. Imagine que a empresa é uma sala, onde cada pessoa está sentada numa posição diferente, com a capacidade de visualizar a sala sobre um ângulo diferente e consequentemente ver problemas e propor soluções de formas diferentes. Muitos colaboradores são subestimados, devido sua posição ou até mesmo por uma atitude mais retraída, mas acredite, todos possuem um potencial incrível não aproveitado.

Cultura aberta a opiniões

Os espaços para opiniões devem estar abertos e isso deve ficar claro para todos os colaboradores. O medo de errar é um dos principais inibidores da criatividade e certamente um matador do desejo de contribuir. Faça eventos, momentos de descontração que envolva a todos e enfatize a cultura de abertura na empresa.

Canais de comunicação bem definidos

O canal para comunicação de ideias deve ser padronizado, não só como forma de organizar o processo, mas de efetivamente instituir isso como cultura. Ferramentas que padronizam o processo de apontamento de sugestões e facilitam a análise de ideias já existem no mercado e devem ser aproveitadas.

Gamificação

A gamificação é um mecanismo que utiliza a dinâmica de jogos para estimular ações e engajar a participação. Interessante que exista tarefas pré-determinadas, com níveis e fases a serem superadas. A competição saudável entre colaboradores é muito bem vinda e os resultados se tornam ainda superiores quando o colaborador é desafiado.

Plano de recompensas

Na mesma linha da gamificação, o plano de recompensas deve ocorrer para estimular a participação. As recompensas são premiações, bonificações, geração de pontos para as ideias e projetos gerados. A premiação pode ser um dia de folga, um presente, uma viagem, pontos para uma promoção, enfim, vale até deixar aberto para que o colaborador escolha o que deseja.

Prazos e feedbacks bem estabelecidos

Um ponto chave para o intraempreendedorismo florescer nas empresas é o feedback. Nunca, jamais deixe o feedback de lado. É muito frustrante se empenhar para construir uma ideia e ela simplesmente desaparecer. Se o que é proposto não é atrativo para empresa naquele momento, deixe isso claro para o colaborador e mesmo assim seja grato por seu empenho. Isso estimula o aprendizado por erros e motiva novas participações. Um programa de intraempreendedorismo, assim como qualquer outro, deve ser controlado para manter os resultados planejados. Implantar por implantar, sem controle posterior é perda de tempo.

 Por fim

Abrir espaço para a maior participação de colaboradores é caminho que exige muitos esforços, como vimos, dar voz significar estar pronto para ouvir e responder. Mesmo assim, o intraempreendedorismo pode ser muito útil quando bem instituído numa organização, trazendo bons frutos para os colaboradores com espírito empreendedor e também para a empresa, que além de manter seus talentos, passa aproveitar melhor seus potenciais.

 Mas se mesmo assim, ficou o seu forte desejo de empreender, aproveite o texto para já pensar nas formas de reter seus futuros talentos. Certamente iniciar uma empresa com a cultura de intraempreendedorismo é um dos valiosos segredos para se manter competitiva, alcançar e manter o sucesso.


Jéssica dos Santos

Head Open Startups na 100 Open Startups

6 a

Ótima reflexão!

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