E se todos os profissionais de Marketing fossem iguais?
Tem gente que acha que dá para comprar um CMO no supermercado. “Passe na gôndola dos profissionais de comunicação e escolha um modelo que funcione com inteligência artificial, por favor” – disse o empresário para a pessoa do Recursos Humanos da firma.
Ops, exagerei. Será?
A contratação de um marketeiro gera grandes expectativas nas empresas. Algumas esperam a chegada de um gênio criativo. Outras contam com a chegada de um mago do mundo digital. E ainda há aquelas que sonham com um generalista que vai resolver todos os tipos de problemas do negócio. E aí, quando chega o “príncipe encantado” … fica apenas alguns meses.
Marketeiros não são domadores de leões, milagreiros ou trambiqueiros. Profissionais de comunicação não conseguem fazer um assunto parar de ser falado na internet imediatamente e nem conseguem fazer um produto ser querido por todo mundo do dia para a noite. CMOs não serão capazes de fazer “um pequeno ajuste no produto” que vai fazê-lo lucrar dez vezes mais. E suas agências jamais poderão fazer um vídeo mágico de 30 segundos que torne a sua empresa conhecida mundialmente e nem explicar o retorno sobre o investimento exato de cada centavo que você colocou (ainda que a tecnologia esteja ajudando muito nisso). Parece óbvio, mas não é.
“Roubar” o líder de marketing do seu concorrente não vai resolver os seus problemas. E colocar uma pessoa sem experiência na cadeira também está longe de ser a melhor opção. Não podemos, ainda, esquecer a famosa tentativa de contratar alguém com um “currículo padrão”, alguém que siga o perfil do profissional ideal. Sinto informar, mas essa pessoa não existe.
Um bom líder de marketing será uma pessoa que entende muito sobre os seus consumidores.
Alguém que vai propor ideias novas nessa direção. Alguém que saberá fazer algumas coisas muito bem, mas que precisará de ajuda em outras. Alguém que não terá todas as respostas, mas que saberá apontar a direção para onde a marca deve ir.
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Alguns são mais “artistas”, outros mais “cientistas”. Alguns adoram negócios dinâmicos que mudam de planos todos os dias. Outros são melhores em elaborar estratégias de longo prazo. Há os que são mais visionários, os que contagiam toda a empresa e os que são ótimos em relacionamento. Alguns são mestres em “saber qual botão apertar” e outros preferem se focar em “apertar o botão bem apertado”. E quase todos eles odeiam trabalhar em um lugar onde não conseguem realizar as coisas, satisfazer os consumidores e agregar valor.
O que aconteceria se todos os profissionais de marketing fossem iguais? Você perderia a oportunidade de achar a pessoa certa para construir algo único e inesquecível no mercado. Pense bem qual é o tipo de talento de que você precisa ao seu lado, que vai te ajudar a deixar uma MARCA na história da empresa. Cada dia mais, percebo que essa é a verdadeira MARCA que o marketing ajuda a construir.
*também publicado no Meio&Mensagem
Se esse assunto te interessa, conheça o livro Desmarketize-se : o novo Marketing não parece Marketing.
Que belo texto João! Viva a pluralidade, inusitude e diversidade dos CMOs, CROs, CGMOs e de todos os que atuam nessas disciplinas com seus estilos, forças e fraquezas! Me senti incrivelmente representado nesse teu texto!
Marketing Digital/ Social Midia
9 mMuito bom artigo!
Marketing Director | Growth Director | Trade Marketing Director | Sales Director
9 mAcima de tudo alguém de marketing vai ter que se arriscar além da condescendência hierárquica e liderar conversas difíceis. Acho que o conhecimento do marketeiro deve ir também além do “consumidor”. O bom senso não paira em todas as mesas de reuniao e alguém que só pense na “grande campanha”, mesmo com um bom storytelling, vai ter cada vez menos espaço. A “criatividade”, assim como o “digital”, já se conectam com tudo e imaginar as duas coisas como “disciplinas de marketing” é uma ingenuidade. Marketeiro tem que pelo menos saber ler um P&L e fazer pivot table. Depois pode almoçar por 3 horas no SPOT.
Criatividade e dados mudam TUDO!
9 mExcelente texto, eu mesmo já tomei um 'banho de loja' no meu ultimo emprego pois precisava passar uma imagem mais coorporativa para 'ser como todos os outros profissionais de marketing e suas vestimentas"