E você, já pensou em morar no Japão? (3/6) - Mercado de trabalho
Terceira parte: Mercado de trabalho
Encontrado as motivações para morar no Japão e feito o planejamento para a viagem, chega a hora de se aprofundar na questão do mercado de trabalho para brasileiros que lá residem. Por ser uma nação muito industrializada, há uma grande concentração de oportunidades nesta área, onde nem sempre é necessária uma plena fluência na língua local. Abaixo, listo algumas curiosidades e pontos de atenção para quem busca obter um emprego na terra nipônica:
· Assim como em boa parte dos países desenvolvidos, há ofertas de empregos técnicos e/ou especializados, os trabalhos “comuns” e os subempregos. Os primeiros são os mais difíceis e geralmente pedem fluência em inglês, bom entendimento em japonês, além de certificações e experiência comprovada na área de atuação;
· Já os empregos “comuns” são ofertados em grande parte por empreiteiras que terceirizam serviços, geralmente no setor industrial. Existem trabalhos nas fábricas de eletroeletrônicos, automotivos, construção civil e até mesmo na produção de refeições (“marmitas”, conhecido como “obentô”). O salário nas empreiteiras geralmente é pago por hora, e não há de direitos que aqui possuímos como 13ª salário, assistência médica, férias nem bonificações. No Japão, trabalhou, ganhou. Folgou, ficou sem. Simples assim;
· No tempo em que trabalhei nas indústrias de lá, os únicos acréscimos nos rendimentos aconteciam com a realização de horas extras ou pelo adicional do trabalho noturno. O expediente era de 8 horas com 1 à 3 horas extras diárias, 6 dias por semana, e com direito a uma folga não remunerada semanal. Às vezes era necessário trabalhar os 7 dias da semana, mas isso era acordado de antemão. Os turnos de trabalho mudavam semanalmente, com uma semana de trabalho diurno, e outra noturno, sucessivamente;
· Por fim, os sub-empregos são chamados de “arubaito”, do alemão “arbeit” (que significa trabalho): trata-se de um emprego temporário de curta/média duração que pode ser renovado de acordo com a necessidade do estabelecimento e o desempenho do empregado. Estes trabalhos são oferecidos nas indústrias para cobrir uma demanda esporádica, nas milhares de lojas de conveniência lá existentes (aqui, é necessário fluência no japonês), na construção civil, logística ou nas empresas de serviços diversos. Não há garantias de trabalho de médio nem longo prazo, e geralmente são ofertados para períodos de poucos meses.
Como havia citado anteriormente, a idade limita a oferta de vagas pois em grande parte há a necessidade de esforço físico no expediente (no caso de trabalhos oferecidos por empreiteiras).
Em todos os casos, é necessário que o candidato saiba falar a língua japonesa mesmo que minimamente, até para seguir ordens e cumprir as metas acordadas entre o empregador e o empregado.
De acordo com o tempo de serviço, a experiência adquirida e a performance demonstrada, existe a possibilidade de se tornar um empregado “direto” da empresa (chamado de “seishain”): estes possuem os mesmos direito e deveres dos japoneses, incluindo férias, bonificações e demais benefícios, além de ser realmente "difícil" de ser demitido sem uma causa plausível. Gostou?
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