A EaD: Reduzindo distâncias, aumentando aprendizados

A EaD: Reduzindo distâncias, aumentando aprendizados

Em meio a IV Revolução Industrial ou também denominada de Indústria 4.0 (termo cunhado pelo alemão Klaus Schwab, diretor e fundador do Fórum Econômico Mundial), ainda existem aqueles de olhares nostálgicos que acreditam que a boa educação era mesmo a do passado. Nela, decoravam-se fórmulas, textos, excertos, datas e uma infinidade de outras informações com o intuito de gabaritar uma avaliação na Escola e/ou na Faculdade. Tudo isso, posteriormente era replicado para a prole da sua próxima geração com o objetivo de torná-lo tão bem sucedido quanto o fora. Contudo, o fato é que, as duas primeiras décadas do século XXI provaram que esses conhecimentos decorados caíram por terra. Num cenário de tempos e espaços não-lineares a educação passa por um processo de reformulação dos seus paradigmas educacionais.

Dentre essas reformulação paradigmáticas, consolida-se como um modelo educacional a EaD, embora, a sua existência ateste o ano de 1728, ou seja, século XVIII. Foi com o curso de taquigrafia do professor Caleb Phillips, divulgado pelo jornal local da cidade de Boston-EUA, que a Educação a Distância, ganhou seu primeiros contornos da possibilidade de aprender de maneira efetiva sem estar vis-à-vis com o seu professor. De lá pra cá muitas mudanças ocorreram, passando pelas cartas, jornais, rádio, computadores, mobiles e, etc. Contudo, o grande boom da Educação a Distância se dá com a expansão da internet e web em fins do século XX e início do século XXI.

Com o intuito de interiorizar e democratizar a EaD iniciou o seu percurso disponibilizando cursos para aqueles que não podiam frequentar o Ensino Presencial, ou seja, sempre vista como segunda opção. Contudo, essa característica ficou para traz, sendo hoje a EaD já não mais vista apenas como uma segunda opção, mas, em muitos casos, a primeira e a única. As estatísticas consolidam esse processo. Em 2018, matricularam-se 7,1 milhões de estudantes na modalidade à distância em detrimento de 6,3 milhões em cursos presenciais, de acordo com os dados do Ministério Público da Educação. Esse fenômeno se dá principalmente por 03 (três) fatores presentes na EaD, a saber:

  • rompe barreiras geográficas;
  • quebra barreiras temporais;
  • diminui barreiras transacionais.

Em relação às barreiras geográficas, parece não nos causar enormes estranhamentos, uma vez que, foi devido a esse fator que a EaD ganha espaço nas políticas públicas educacionais desde a LDB de 9394/96 art. 80. Posteriormente a regulamentação dos processos se deu pelo Decreto 5.622/2005. Mas quando pensamos nessa interiorização temos em mente apenas longínquas regiões, contudo é interessante notar que sujeitos de grandes metrópoles podem ter como via de acesso uma educação de qualidade apenas pela EaD, tornando-se não atrativo o ensino presencial.

A barreira temporal é de fato um ganho da EaD, ainda mais se levarmos em conta que sujeitos diferentes aprendem em momentos diferentes. Nesse caso, não é apenas uma relação de causa e efeito no sentido de só ter o horário do almoço ou da noite para estudar, porque se trabalha. Mas o fato é que, para além dessa característica de organização do tempo própria de cada sujeito, há também a própria característica assíncrona da Educação a Distância. Aprender em tempos individualizados é acima de tudo, respeitar que cada indivíduo possui um ritmo biológico e pode alcançar melhores desempenhos nas mais variadas horas do dia.

Por fim a EaD busca romper a distância transacional, na medida em que há uma significativa experimentação de processos gamificados para essa modalidade. Plataformas buscam transformar seus Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) cada vez mais dinâmicos e adaptativos para uma conexão ainda maior entre o aprendiz e o curso desejado. As linguagens tem se tornado mais dialógicas e menos formais com o objetivo de captar principalmente as duas maiores gerações em processos de ensino aprendizagem hoje, a saber, geração Z e geração millennials.

Com o constante esforço por parte dos designs instrucionais, pedagogos voltados para a EaD, desenvolvedores de softwares, bem como de outros profissionais envolvidos no pensar a Educação para essa modalidade, têm-se cada vez mais possibilitado uma relação de aprendizagem mais atrativa e menos distante. Com uma boa metodologia e o uso correto das mídias para o processo de ensino-aprendizagem como fóruns, e-mails, chats, a EaD pode tornar-se ainda mais interativa do que o ensino presencial; reduzir distâncias e aumentar aprendizados.

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