Economia compartilhada, valor e enfoque mercadológico
O conceito de valor compartilhado redefine as fronteiras ao conectar melhor empresas com o progresso da sociedade, abre maneiras de atender a novas necessidades, ganhar eficiência, criar diferenciação e expandir mercados. Uma empresa pode criar valor econômico com a criação de valor social. Pode reeditar produtos e mercados, redefinir a produtividade na cadeia de valor e montar clusters setoriais de apoio nas localidades da empresa. Cada uma delas é parte do círculo virtuoso do valor compartilhado; melhorar o valor em uma área abre oportunidades nas outras.
A sociedade tem necessidades ainda não satisfeitas como saúde, moradia, nutrição, auxílio para o idoso, maior segurança financeira, menos danos ambientais. Sendo assim, as empresas brasileiras poderão chegar a milhões de novos clientes.
O ponto de partida para empresas na geração de valor compartilhado é identificar necessidades, benefícios e mazelas sociais que estão ou poderiam estar associados aos produtos da empresa. Oportunidades não são estáticas; mudam constantemente conforme a tecnologia evolui, as economias se desenvolvem e prioridades da sociedade mudam. Uma exploração contínua das necessidades da sociedade levará a descoberta de novas oportunidades de diferenciação e reposicionamento em mercados tradicionais e a potenciais novos mercados.
Satisfazer necessidades em mercados sub atendidos requer a reformulação de produtos e métodos de distribuição distintos. Isso desencadeará inovações fundamentais com aplicação em mercados tradicionais. Empresas precisam de renovação, melhorar produtividade e aprimorar seus sistemas.
A velocidade das transformações econômicas, afetam todos os setores da sociedade, em novos modelos e formas de consumo
A economia compartilhada tem por objetivo permitir que empresas mantenham a capacidade produtiva e comercial através da interação com outras áreas e parceiros que, antes, não eram considerados nos modelos econômicos. Será necessário desenvolver novas abordagens mercadológicas perante os novos hábitos de consumo com mudanças no comportamento dos clientes e novos modelos de negócios com transformações tecnológicas unificando atividades, processos, comportamentos, através de plataformas, aparelhos móveis, formas de pagamentos, redes sociais e grupos virtuais.
Consumidores tendem a dividir o uso dos produtos e serviços que acessam através do consumo colaborativo e não exclusivo
Mudanças no campo econômico é a tendência à unificação monetária, a monetização do estoque, flexibilidade financeira desde cartões de crédito a moeda digital e capital de risco abundante. Como características da nova sociedade destaco a elevada densidade populacional, desenvolvimento do conceito de sustentabilidade e necessidade de solidarizar experiências, bens e serviços. O compartilhamento torna-se uma forma eficaz de racionalizar o uso de produtos e serviços nos países mais desenvolvidos, onde não há carência, nem a falta de recursos para satisfazer necessidades de consumo.
Estima-se que até 2025, este conceito inovador alcance 335 bilhões de dólares
Surgem exemplos na economia compartilhada através de recursos digitais, como computador, tablet ou celular para agendar acomodações ou simplesmente caronas, como através do site UniCaronas, da Universidade Estadual de Campinas, permitindo melhor relacionamento entre os alunos e combinando pontos de encontro com os colegas. Já o Bliive, é uma rede virtual de troca de conhecimentos que permite que o usuário dê aulas sobre determinado assunto e, como gratificação, recebe aulas sobre assuntos que necessita conhecer. Grandes empresas utilizam o novo conceito, como Uber, serviço de transporte voltado para carona/compartilhamento, onde o cliente se cadastra no aplicativo, conecta-se a um motorista e fica ciente no ato do preço da carona. A Toyota, passou a alugar carros em algumas concessionárias e o Citibank, em Nova Iorque, patrocina programa de compartilhamento de bicicletas.
Entre os benefícios da economia compartilhada, surgem novos modelos de negócios, novas oportunidades de emprego/trabalho; redução do impacto ambiental; melhoria no tráfego/veículos; alternativa para enfrentar crises financeiras; maior solidariedade entre usuários; incentivo para usufruir dos serviços através de recompensas; aprendizagem entre diferentes profissionais que ocupam um mesmo espaço, entre outros.
É sabido que empresas reconhecidas pela abordagem prática nos negócios — como GE, Google, IBM, Intel, Johnson & Johnson, Nestlé, Unilever e Walmart — já propõe iniciativas para gerar valor compartilhado ao redefinir pontos entre sociedade e desempenho empresarial. O valor compartilhado, leva profissionais a adquirir novas habilidades e conhecimentos como uma apreciação mais profunda das necessidades da sociedade e maior compreensão das bases de produtividade da empresa.
A tendência será alimentar a onda de inovação e crescimento da produtividade na economia global
O capitalismo que foca a satisfação das necessidades humanas, o aumento da eficiência, a criação de emprego e a geração de riqueza, terá de enfrentar os grandes desafios da sociedade que segue crescendo. Sendo assim, o propósito das empresas deverá ser redefinido como o da geração de valor compartilhado, não só o do lucro por si só e também deverá redefinir sua relação com a sociedade.
Redefina a produtividade na cadeia de valor
A cadeia de valor de uma empresa afeta e é afetada, por vários temas da sociedade, como uso de recursos naturais e da água, saúde e segurança, condições de trabalho e igualdade de tratamento no local de trabalho. Surgem oportunidades para a criação de valor compartilhado porque problemas sociais podem trazer custos econômicos para a cadeia de valor da empresa. Produtos com embalagem excessiva e gases do efeito estufa não custam caro só para o meio ambiente, mas para a empresa, que deverá buscar reduzir custos de produção e distribuição. É possível obter grandes avanços no desempenho ambiental com tecnologias melhores a um custo nominal incremental — avanços que podem até resultar na redução líquida de custos graças ao melhor emprego de recursos, à maior eficiência de processos e a avanços na qualidade.
As oportunidades valem para todo recurso, não só os identificados por ambientalistas. O consumo de energia ao longo da cadeia de valor está sendo revisto, seja em processos, transportes, edificações, cadeias de suprimento, canais de distribuição ou serviços de apoio. Sistemas logísticos são redesenhados para reduzir distâncias de transporte, otimizar o manuseio, melhorar rotas de veículos e outras iniciativas. A maior conscientização ambiental e avanços tecnológicos estão catalisando novas abordagens em áreas como utilização da água, matérias-primas e embalagens, bem como a expansão da reciclagem e do reúso.
A perspectiva do valor compartilhado mostra para empresas novos caminhos para inovar e liberar maior valor econômico
Cito alguns exemplos relevantes, Coca-Cola e Dow Chemical derrubaram consideravelmente seu consumo mundial de água. A demanda por tecnologias para economia de água é crescente, tanto que permitiu à uma empresa indiana, fabricante de sistemas de irrigação por gotejamento para conservação de água, atingir taxa de crescimento anual da receita acima de 40% nos últimos cinco anos.
Empresas trabalhavam suas compras e exercendo grande poder de barganha sobre fornecedores para derrubar preços. Atualmente as empresas já entendem que fornecedores marginalizados não têm como seguir produtivos, sustentar ou melhorar a qualidade. Ao aumentar o acesso a insumos, partilhar tecnologias e conceder financiamentos, uma empresa pode melhorar a relação com o fornecedor e garantir um volume crescente em busca do aumento da produtividade. À medida que o fornecedor se fortalece, seu impacto ambiental costuma cair drasticamente, o que aumenta ainda mais a eficiência e gera valor compartilhado.
Quando uma empresa compra localmente, seus fornecedores tendem a ficar mais fortes, ter mais lucro, contratar mais gente e pagar salários melhores, o que acaba beneficiando outras empresas na comunidade, gerando valor compartilhado. A Distribuição é um fator preponderante a ser analisado visualizando todos as interferências. Essas tendências podem levar a empresa a refazer sua cadeia de valor, o que incluiria instalar certas atividades mais próximas e manter um número menor de unidades de produção. Muitas empresas achavam que globalizar era transferir a produção para locais com a mão de obra mais barata e projetar a cadeia de suprimento de modo a conseguir o impacto mais imediato nos gastos. Na verdade, as concorrentes mais fortes em geral serão as que criarem raízes mais profundas em comunidades importantes. Empresas que puderem assimilar esse novo raciocínio na localização vão gerar valor compartilhado.
Especialista em Logística e Gestão de Frotas | Otimizando Transportes Aéreo e Contratações na Conexlog
7 aÓtimo texto Luís! Nós da área de gestão de frotas, estamos com nosso foco neste horizonte, este texto afirma para nós que estamos no caminho certo estimulando os nossos projetos a saírem do papel. Parabéns e sucesso!