EDGE COMPUTING - Por que se fala tanto nisso?
Caso você ainda não tenha percebido, o assunto do momento é Edge Computing, ou Computação de Borda em português. E atenção: não é uma simples modinha…
Quando ouvi o termo “Edge” confesso que a primeira lembrança que me veio a cabeça foi a música “Livin’ On The Edge” do Aerosmith. Poderia ser também sobre The Edge, o “guitar hero” do U2. Mas não é nada disso… é sobre TI, inovação e negócios.
Não quero aqui escrever um longo tratado técnico descrevendo as possíveis arquiteturas ou dissecando definições. A internet está cheia de material técnico para todos os gostos. Eu proponho uma conversa solta e leve, e se ao final do artigo você se sentir motivado em querer saber mais, já me dou por satisfeito.
É indiscutível a transformação que a computação em nuvem tem proporcionado aos negócios e seu impacto a tudo que se refere à Tecnologia da Informação. As nuvens públicas oferecem ilimitada capacidade de processamento ao alcance de um clique, inovações a passos largos desimpedidas das restrições de infra-estrutura, somente para citar alguns benefícios. Mas as empresas logo perceberam que flores tem espinhos. Dados sensíveis e controlados ainda precisavam ficar “em casa” e muitos workloads são mais baratos, rápidos ou confiáveis rodando localmente. Ou seja, como nem tudo que reluz é ouro, nem tudo valia a pena ou poderia ir para a nuvem pública.
E então o ambiente local (on-premisse) que muitos profetizavam sua morte, ganhou fôlego e defensores, se uniu a nuvem pública e fez do ambiente híbrido uma opção de arquitetura mais racional e inteligente para as empresas.
Mas isto não basta. Temos novas demandas, e a arquitetura híbrida precisava ser melhor explorada.
A Inteligência Artificial (IA) aliada a capacidade computacional da nuvem acelerou de maneira inquestionável a inovação nos negócios, gerando poderosos insights a partir dos dados. Mas a escala e a complexidade sem precedentes dos dados criados pelos dispositivos conectados superaram os recursos de rede e infraestrutura. Enviar todos os dados gerados para um datacenter centralizado ou para a nuvem causa problemas de largura de banda e latência.
O poder computacional dos dispositivos da Internet das Coisas (IoT) tem aumentado de maneira explosiva, e consequentemente o volume de seus dados. E também temos as redes 5G que a medida que são implementadas aumentam o número de dispositivos móveis conectados e o volume de dados gerados será ainda maior!
Ter os dados processados e analisados mais perto de onde foram criados é uma alternativa mais eficiente. Como os dados não passam pela rede para uma nuvem ou data center para serem processados, a latência é drasticamente reduzida.
Edge Computing significa ter processamento no local físico, próximo do usuário ou da fonte de dados
Com Edge Computing, os dados são coletados e analisados localmente, próximos de sua origem, e somente depois e se necessário, são transmitidos para um local centralizado. Com o processamento mais próximo conseguimos uma análise de dados mais rápida e abrangente, melhores tempos de resposta. Os clientes se beneficiam de serviços melhores, mais rápidos, mais ágeis e experiências aprimoradas enquanto as empresas aproveitam a flexibilidade da arquitetura híbrida, distribuindo um pool de recursos por um grande número de locais.
O Gartner estima que, até 2025, 75% dos dados serão processados fora da cloud ou dos data center tradicionais. ¹
São muitos os casos onde há um enorme benefício em processar os dados próximos da sua origem. Veja por exemplo a Inteligência Artificial utilizada no setor de varejo. Uma rede de supermercados poderia utilizar IA para analisar o comportamento dos clientes de uma determinada loja, e baseado nessas informações locais tomar decisões de negócio com rapidez e eficiência, eliminando o tráfego de um enorme volume de dados entre a loja e a central, e economizando um dinheirão por isso. Sem falar ainda que a autonomia local é importantíssima para a continuidade das operações em caso de perda de conexão com a matriz. Aliás, continuidade da operação é outro enorme benefício que falaremos em outra ocasião.
Minha intenção por hora é apenas provocar a reflexão e despertar a curiosidade sobre o tema. Nas próximas semanas quero falar sobre outros casos de uso que se beneficiam de Edge Computing ou que até não seriam possíveis sem ele. O exemplo acima é do varejo, mas podemos falar de telecomunicações (5G !), agronegócio com IoT, transporte e logística, saúde, turismo, mercado financeiro, etc… a lista é extensa.
Ah, e não poderíamos deixar de ter desafios: gerenciamento e segurança são alguns deles. Ainda falarei disso.
Ficou curioso e quer saber mais a respeito antes que eu escreva a próxima matéria? Veja este vídeo no link abaixo onde Rob High, membro e CTO da IBM, fornece informações sobre os conceitos básicos e os principais casos de uso da computação de borda.
E se quiser saber como a IBM pode ajudar seu negócio a tirar proveito do Edge Computing, me chame para conversar. Será um prazer.
Até mais,
Sérgio Yamasaka
¹"O que a computação de borda significa para os líderes de infraestrutura e operações", Rob van der Meulen, Gartner Research, outubro de 2018
Especialista em Desenvolvimento de Produtos e Inovação | Estratégia de Negócios e Crescimento | CSPO® | Canastra R2'24
5 mSérgio, obrigado por compartilhar!!!
Empowering people and organizations to take decisions through the value of Data | Data Literacy Devotee | Data Enthusiast | Dad of two
4 aMuito legal seu texto, Sérgio Yamasaka. Interessante como termos que julgamos "diferentes", logo passam a fazer parte da nossa rotina. E o Edge Computing aliado ao BI, fazendo o processamento onde o dado está, torna a tomada de decisões muito mais rápida!
Senior Executivo de Contas na Red Hat com foco no Mercado Financeiro | Problem Solver | Customer Advocate | Experience Composer
4 aExcelente artigo Yamasaka!
Solution Architect | Enterprise Public Sector | Tech Sales |
4 aMuito bom
Account Executive na NTT DATA Business Solutions com foco em Agronegócio
4 aSérgio. Muito boa e elucidativa o artigo. Parabéns.