Edição de Agosto 2024

O futuro da indústria é agora: integrando tecnologias digitais para maior eficiência e sustentabilidade

O futuro da manufatura está sendo moldado pelos dados. Como CEO de uma empresa líder em tecnologia, testemunho a rápida evolução do setor, impulsionada por tendências e inovações que estão redefinindo tanto a operação atual das empresas quanto seu futuro. No centro dessa transformação estão a integração de tecnologias digitais e a crescente pressão por práticas sustentáveis, que promovem uma mudança profunda na maneira como as indústrias funcionam.

A era digital traz eficiência e inovação, mas também desafios significativos. Atualmente, 86% das empresas estão empregando técnicas de manufatura enxuta, e 41% delas utilizam mais de 11 práticas distintas. No entanto, o verdadeiro desafio é a incorporação de tecnologias digitais avançadas. Apesar de 90% das empresas reconhecerem o potencial dessas tecnologias para melhorar as práticas existentes, preocupantemente, 40% das empresas ainda não implementaram 14 das 18 tecnologias digitais identificadas como benéficas.

A transformação deve começar a partir de processos e áreas específicas, fundamentada na experiência prática dos trabalhadores e evoluindo para uma mudança coordenada por equipes especializadas. O sucesso da iniciativa não depende apenas da adoção das tecnologias, mas da integração eficaz dessas ferramentas no cotidiano da empresa. É fundamental que o CEO desempenhe um papel ativo nesse processo, assegurando não apenas a implementação das tecnologias, mas também o suporte contínuo necessário para a aplicação bem-sucedida nos negócios. O envolvimento estratégico e o compromisso do CEO são essenciais para garantir que as mudanças sejam efetivas e sustentáveis, promovendo uma integração harmoniosa e eficiente das novas soluções.

Nesse contexto, a digitalização abre portas para oportunidades imensas, desde o processamento em nuvem até o uso de Machine Learning. Contudo, seu maior valor está na capacidade de correlacionar dados entre diferentes processos e sistemas. A criação de plataformas que facilitem essa correlação é crucial para acelerar a transformação. Identificar problemas com clareza, acessar dados relevantes e correlacioná-los para criar modelos que possibilitem decisões rápidas e precisas é fundamental para empoderar as pessoas e tornar as operações mais autônomas. Além disso, a tecnologia promove uma ecoeficiência que combina sustentabilidade com competitividade, com empresas buscando operar de forma mais eficiente e sustentável.

A Internet das Coisas (IoT) é umas das tecnologias-chave na criação de ambientes industriais inteligentes e conectados. Com impacto econômico estimado em US$ 11 trilhões até 2025, a IoT, especialmente quando integrada à Inteligência Artificial (IA), está impulsionando a escalabilidade e otimização dos processos, além de melhorar a segurança dos sistemas. No Brasil, a combinação de IoT com IA já é uma realidade em mais de 70 mil empresas. Exemplos como John Deere e Siemens demonstram como essa integração pode aprimorar processos e assegurar a entrega pontual de produtos e cargas.

Outro avanço significativo é o uso de digital twins aprimorados por IA, que permitem otimizar processos, reduzir custos e prevenir falhas. O mercado global de digital twins deve gerar mais de US$ 25 bilhões em receitas até 2025. Parcerias como a entre a NVidia e a BMW, onde a montadora usa digital twins para otimizar sua linha de montagem, exemplificam o potencial desta tecnologia.

A computação quântica está se firmando como uma força revolucionária na indústria de manufatura, prometendo avanços significativos em diversas áreas. Até 2040, estima-se que essa tecnologia poderá gerar entre US$ 450 bilhões e US$ 850 bilhões anuais em valor econômico. Sua capacidade de processar informações com velocidade e profundidade inéditas oferece soluções inovadoras para os desafios complexos das indústrias modernas.

Um impacto notável da computação quântica será na simulação precisa. Atualmente, as simulações de produtos e sistemas são realizadas com modelos computacionais tradicionais, que têm suas limitações. A computação quântica pode superar essas limitações, oferecendo uma precisão muito maior ao lidar com interações complexas entre componentes de hardware. À medida que a tecnologia evolui e se torna mais acessível, as indústrias poderão explorar suas capacidades para impulsionar a inovação, melhorar a eficiência e elevar a qualidade dos produtos. Com isso, a computação quântica promete transformar a manufatura, elevando a eficiência e a precisão a novos patamares.

Como se pode notar, a IA está no cerne da revolução industrial atual, impulsionando inovação e sustentabilidade. O crescimento de 270% na adoção de IA nos últimos quatro anos e a previsão de expansão anual de 44,2% no mercado global de IA na manufatura até 2030 destacam sua importância estratégica. Com 70% das empresas acreditando que a IA oferece uma vantagem competitiva crucial, fica claro que essa tecnologia é agora uma necessidade essencial.

À medida que a indústria avança para um futuro mais sustentável e eletrificado, a IA e a computação quântica se tornam ferramentas indispensáveis. Elas desempenham um papel vital na redução do desperdício de energia e no cumprimento das metas de emissões líquidas zero. A combinação de manufatura tradicional com tecnologias digitais modernas promete não apenas crescimento contínuo, mas também a manutenção da competitividade.

A integração eficaz da IA e da computação quântica, com insights baseados em dados, será fundamental para garantir que os esforços de sustentabilidade sejam bem coordenados e aplicados ao longo de toda a cadeia de valor. O sucesso dependerá do compromisso da liderança com a inovação e da capacidade de utilizar essas tecnologias para promover um futuro mais sustentável, eficiente e lucrativo para o setor industrial.