A Educação básica importa!

Esta semana fiz a atualização do meu perfil aqui no LinkedIn e recebi muitas felicitações pelo “novo cargo”. Assumi na última semana uma das vagas de professor de Geografia da 1ª Série do Novo Ensino Médio, na ótima EEB Caetano Bez Batti, em Urussanga, aqui pertinho de Criciúma.

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Docente universitário com alguns anos de experiência também no EM, fiz minha estreia na disciplina para a qual estou me licenciando. Sim, após a primeira graduação em Comunicação/Jornalismo e mestrado e doutorado em Ciências Ambientais, iniciei em 2020 uma licenciatura EAD. Não dá para parar.

Aos 57 anos, ministrar aulas no ensino básico para mim, a despeito de algumas opiniões discordantes por conta do meu currículo acadêmico e a opção “discrepante”, representa um importante investimento profissional e pessoal. “Por que dar aula para crianças e adolescentes sendo doutor?”, certo dia perguntou um conhecido, considerando um “descompasso”.

Talvez por essa visão, a docência seja historicamente tão desvalorizada no ensino básico, quando deveria ser o contrário. Exatamente no momento tão fundamental, decisivo para a formação qualificada dos alunos e estímulo a perseverem nos estudos.

Tenho colegas doutores que são professores na graduação e pós-graduação, e ainda mantêm há vários anos um turno na educação básica. Sempre me inspiraram a fazer o mesmo. Ademais, trago na memória as lembranças do tempo quando, aluno das séries iniciais, recebia todo o estímulo das minhas professoras para pegar gosto pelo estudo. Peguei. E o céu é o limite.

Portanto, recebo com muito carinho as manifestações pelo “novo cargo”, cujo pouco salário não traduz a sua relevância. Mas a experiência valerá a pena, pelo tanto que poderei contribuir na jornada de meus alunos, principalmente ao buscar sensibilizá-los à valorização do conhecimento como caminho emancipatório à cidadania plena. Ensinar e aprender, aprender e ensinar, porque “o menos” aqui é “mais”!

Alex Sander da Silva

Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação - Universidade do Extremo Sul Catarinense

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Brilhante reflexão! Vivemos num país de hipocrisia e na educação não é diferente! Defendemos a qualidade da Educação básica, no entanto, não se valoriza seus profissionais. Mas o jogo tem que ser duplo, precisamos de profissionais bem qualificados também na educação básica. Me parece que pode ser um movimento de resistência. Ter doutores nesse nível de ensino pode alavancar a própria necessidade de valorizar a Educação em todos os níveis. Parabéns pela iniciativa, seguimos firmes na coerencia daquilo que esteja a nosso alcance.

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