Educação financeira como um investimento para o futuro

Saber controlar as receitas e despesas pessoais e do seu negócio é um passo fundamental para realizar projetos e ter uma vida mais tranquila. No entanto, só isso não é mais suficiente, é preciso saber como usar e aplicar o dinheiro, ou seja, a educação financeira se tornou essencial!

Eu pude constatar ao longo das recentes viagens que fiz por diversas cidades do Brasil e por países como os Emirados Árabes, Egito e Estados Unidos, diferentes realidades sociais. Além das belezas únicas de cada lugar e da cultura local, eu testemunhei o impacto que o investimento em educação provoca no desenvolvimento de uma sociedade. A disparidade que encontrei, diferencia governos que priorizam a educação daqueles que ainda não o fazem com a mesma intensidade.

Enquanto o Egito, por exemplo, enfrenta desafios sociais e econômicos, com situações tristes como crianças fora da escola, trabalhando nas ruas e uma taxa de alfabetismo de 45,1%, Dubai, em sua maioria, apresenta o oposto, o que pode ser percebido em sua taxa de alfabetismo elevada: 91%. A cidade árabe se destaca como um modelo de organização e desenvolvimento, graças principalmente aos investimentos maciços no desenvolvimento educacional dos cidadãos. Um indício são os gastos federais destinados pelos Emirados Árabes Unidos especificamente para a educação, que representam cerca de 25% dos gastos totais com o país.

Essas experiências me levaram a refletir sobre a importância do educar, principalmente as crianças, a fim de fomentar um crescimento futuro sustentável. Afinal, um país próspero é construído com base em uma população educada e que tem segurança para projetar as suas realizações com suporte e oportunidades reais de evolução!

No nosso país também encontramos disparidades. Apesar de ter uma taxa de alfabetismo alta, 94,4%, um pouco mais da metade (53,2%) da população conclui a educação básica obrigatória, de acordo com o IBGE. O investimento federal destinado especificamente para a educação é baixo, somando cerca de 5,5% dos gastos totais. Isso se reflete no dia a dia, pois nossa população jovem carece de informações sobre finanças pessoais. Isso é rapidamente percebido quando olhamos os dados do “Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil” do Serasa, que diz que mais de 63 milhões de pessoas estão inadimplentes no Brasil em 2023. A média das dívidas gira em torno de R$ 4 mil e, em sua maioria, são feitas por jovens. Outro dado interessante é do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) que mostra que 46% das pessoas com idade entre 25 e 29 anos e 19% com idade entre 18 e 24 anos não pagaram suas dívidas. Vemos aí uma carência de organização financeira, nossos jovens calculam mal o seu orçamento e se endividam. Para mudar isso, só existe um caminho: a promoção da educação financeira, num cenário ideal, desde a primeira infância e com o auxílio da escola.

Diante desse cenário, nós tomamos a iniciativa de oferecer aos filhos dos nossos consultores autorizados e licenciados e colaboradores uma visão prática de finanças e de como funciona uma empresa. O programa “Start” é, muitas vezes, um primeiro contato com o nosso setor por jovens a partir de 16 anos que, se quiserem, poderão suceder seus pais à frente dos negócios. Durante uma semana, eles conhecem todas as áreas da empresa e fazem dinâmicas e exercícios práticos de gestão, entre os quais, como gerenciar um orçamento.

Essa é uma maneira de despertarmos nesses jovens a capacidade de planejar a longo prazo, isso com certeza fará diferença no percurso profissional e pessoal deles!

Mas a nossa iniciativa é singela perante o cenário brasileiro. É preciso que as estratégias de governo se concentrem nas necessidades básicas da população, direcionem investimentos consistentes para área educacional o tornando no pilar para o desenvolvimento do nosso país.

Diante dessa perspectiva, convido você a refletir como podemos influenciar, promover e incentivar a educação financeira no Brasil. É preciso que as instituições governamentais e privadas unam forças para criar programas de finanças pessoais acessíveis a todos. 

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