Educação universitária: muito mais do que apenas perspectiva de emprego
Estava vendo uma notícia sobre o ranking das maiores universidades do mundo e é inquestionável o papel do ensino acadêmico para a sociedade. Esse tipo de coisa me convence, cada vez mais, o quanto é importante investirmos na educação. Para mim esse é, inclusive, a melhor forma de alavancar um país.
Infelizmente, por outro lado, também vi uma notícia, cujo objetivo era passar a ideia de que não vale mais à pena os jovens investirem na graduação, trazendo dados alarmantes mas sem embasamentos, tentando vincular a ideia de que a educação universitária é desperdício de tempo e dinheiro. Mas é fácil entender essa visão quando a mesma vem de um vendedor de cursos “alternativos”. Daí ficou clara a intenção da “reportagem”, faltou só um #ad (indicando se tratar de um texto publicitário).
Quando se busca um curso universitário é óbvio que a maior parte das pessoas está buscando um processo de formação que visa, em última instância, refletir em um bom emprego futuro. Entretanto, nos muros das salas de aulas, nas conversar com os colegas e professores, existem ensinamentos que transformam vidas.
Comete um erro aqueles que enxergam a educação universitária apenas contribuindo sob a perspectiva do emprego imediato. Existem muitos benefícios adicionais. Obviamente que é possível desenvolver habilidades analíticas e críticas de outras maneiras, mas um curso de graduação é a maneira mais organizada e mais direta de fazê-lo.
Podemos apontar também como um inegável benefício o processo de compreensão profunda do assunto escolhido, seja em uma área de exatas, humanas , biológicas ou de negócios, por exemplo. Assim, a educação universitária se estende muito além das necessidades de emprego.
Também é importante ressaltar que só se tem benefícios de um processo bem estruturado, sério e bem feito. Isso implica que a graduação ou mesmo uma pós-graduação só terá impacto real e positivo se existiu qualidade no processo (por parte da instituição e também do aluno). Quando bons alunos e boas graduações se encontram e se abraçam, os benefícios são garantidos.
Também não podemos ignorar os benefícios sociais da educação superior - aprofundando e ampliando o grupo de indivíduos capazes de se envolver criticamente com questões complexas da nossa sociedade. Além disso, a educação em países menos favorecidos economicamente é, talvez, uma das poucas formas de ascensão social. A educação não garante tudo mas é uma boa alternativa para diminuir os abismos que existem na nossa sociedade.
Infelizmente também sabemos que o acesso ao ensino de qualidade não é tão simples e fácil para grande parte da sociedade (e precisamos fazer com que essa situação mude). Mas os que têm essa possibilidade devem receber incentivos e estímulos.
Talvez você já tenha ouvido o argumento de grandes empreendedores que nem fizeram graduação e alcançaram o sucesso. Mas precisamos ter um pouquinho de cuidados com esses casos. Bill Gates, um grande multimilionário é usado como exemplo de pessoas que largaram a universidade e criaram grandes impérios no mundo empresarial.
Entretanto, quando ele “largou” o ensino, ele estava em uma das maiores universidades do mundo e já tinha uma sólida base educacional. O contexto era outro, o país era outro. E casos como esses são exceções e não regras. Ninguém precisa ter passado numa universidade para ter sucesso. Elas não são garantias mas pontes para a vida profissional. Lembre-se: educação nunca é demais.
Para algumas profissões a necessidade da educação universitária parece mais óbvia ainda. Imagine ser atendido por um médico sem formação ou morar em um prédio construído por um engenheiro “prático”.
Até financeiramente falando, um diploma e a educação como um todo ainda vale à pena a longo prazo. Pessoas com baixo nível de instrução têm bem menos oportunidades e recebem os salários mais baixos.
Essas métricas financeiras são apenas um dos aspectos relacionados à educação universitária, mas não deve ser a única questão norteadora . O valor da educação universitária não deve ser analisado apenas sob o ponto de vista de um estudante de forma individual, devemos encarar os ganhos como um todo.
Claro que que o ensino superior deve se modernizar cada vez mais, mas não acredite que ele é desnecessário ou improdutivo (estou falando de quando ele é bem feito). Ensino superior, científico, estudos auto-didatas, cursos adicionais, práticas, são coisas complementares e não excludentes.
Num país como o Brasil, onde pouca gente tem acesso ao ensino, devemos olhar para a educação com carinho e não com o desprezo que algumas pessoas tentam vender. Fazer uma faculdade não vai garantir o futuro mas trará habilidades e conhecimentos que vão ajudar na busca de um futuro melhor. Aliás nada dá essa garantia. Conhecimento nunca é demais...
As pessoas estudam por diversas razões, mas independente disso, os benefícios para elas e para a sociedade são amplos.
Talvez esses outros texto que eu escrevi sobre esse tema também possa te interessar:
- Quando um diploma vale muito mais que apenas um título
- Títulos não valem nada!
- O diploma morreu... Será mesmo?
Muito obrigado por sua leitura! Um abraço,
Patrick
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5 aExcelente artigo, Parabéns.
Psicóloga | Psicanálise | Pesquisadora
5 aParabéns pelo artigo! Ótimas ideias.
Formadora; Mentora : #mentoriacristanofeminino ; Criadora de Conteúdos Digitais;
5 aExcelente Artigo! Vale muito a pena Ler!