Efeito Paris: O Que as Olimpíadas Podem Fazer Por Nós, Meros Expectadores
As mudanças climáticas têm transformado São Paulo em um cenário de contrastes, onde as temperaturas oscilam de 10º a 26º graus no mesmo dia. Não mencionarei a umidade, embora ela mereça uma honrosa menção. Em meio a essas flutuações, poucos corpos humanos resistem sem sofrer ao menos um resfriado.
Você deve estar se perguntando por que começo um texto sobre os Jogos Olímpicos falando de clima e resfriados. Fiz essa ponte para justificar o fato de eu estar em casa, em plena quinta-feira útil, assistindo handebol às 8 da manhã.
Hoje, o time feminino do Brasil enfrentou a Espanha, adversária que não vencíamos há uma década. Mesmo sem ir ao trabalho, acordei no horário habitual, liguei a televisão para ver o jornal e me deparei com a transmissão do jogo. Decidi deixá-lo rodar enquanto me distraía com um joguinho aleatório no celular. Surpresa: não joguei o joguinho.
Estranhamente, mesmo doente, num dia emocionalmente ruim, altamente inebriada por medicações para resfriado e com muitas interrogações sobrevoando minha cabeça—desde questões conjugais sobre o papel da mulher em um relacionamento heterossexual até se 25 anos é “tarde demais” para iniciar uma transição de carreira—o handebol me salvou.
Quando coloquei na partida, estava 7 a 2 para o Brasil. Sorri e pensei: “Isso mesmo, ganha delas, aqui é Brasil!” Apesar da minha relação conturbada com a Seleção Brasileira masculina de futebol, amo o resto do Brasil. E, como muitos de nós, em épocas esportivas, ativo meu modo patriota.
O jogo continuou. E me vi largando o celular de lado, prestando atenção somente naquelas meninas. Nossa goleira, Gabi Moreschi, era um muro para as espanholas, e outras atletas, como Bruna de Paula, Tamires, Larissa e Patricia, estavam impecáveis (e artilheiras).
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Descobri que são dois tempos de 30 minutos nessa modalidade. Fomos para o intervalo com 15 a 10 no placar. E eu? Estava ensandecida, querendo buscar no fundo do armário minha camisa e gritar aos quatro ventos: “Aqui é Brasil! Tem que respeitar!”
Durante o intervalo, publiquei em minhas redes sociais memes sobre como eu estava envolvida com tudo. De repente, me vi pesquisando e seguindo as atletas, procurando os próximos jogos. Até me deu vontade de jogar. Não farei uma análise esportiva aqui (embora adoraria), mas devo dizer que o muro brasileiro, chamado Gabi, fez 14 defesas impecáveis e vencemos por 29 a 18.
E o que tenho a dizer? Durante aqueles sagrados minutos, nada mais importou, nada mais ocupou minha mente, nada mais apertou meu coração. A única coisa que importava era ver aquelas meninas vencerem o jogo.
E vencemos com louvor. Obrigada, Olimpíadas. Será um prazer acompanhá-las!
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Application Security Specialist at RecargaPay || DevSecOps || Software Engineer
4 mParabéns! 👏👏👏