EHealth: impacto da tecnologia no cuidado com a saúde

Por Leonardo Hipólito, Lucas Horugel e Rodrigo Hisgail

O desenvolvimento da tecnologia caminha a passos largos e tudo ao nosso redor tende a sofrer remodelações baseados em inovações. E entre os principais tipos de avanço na atualidade, os que impactam a vida da população são os avanços que a Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) nos proporcionam, principalmente por tornar tudo mais rápido e “portátil”. A nossa antiga locadora de filmes não existe mais, no conforto da nossa casa podemos escolher o que assistir por um serviço de streaming. O ponto de táxi não é mais necessário, pois de qualquer lugar você pode chamar um motorista. Não precisamos mais colecionar dezenas de folhetos de restaurantes, agora temos tudo na palma da mão, a alguns cliques do seu pedido ser entregue.

Com soluções ainda menos maduras que a de outros segmentos de atividade econômica, a Saúde possui um termo específico quando pensamos a embarcação da tecnologia nela empregada: eHealth. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define esse termo como “o uso de tecnologia da informação e comunicação para a saúde”, havendo aí uma unidade pensada em promover e fortalecer o uso e desenvolvimento desse tipo de tecnologia pelos países. Pagliari et al (2005) ao fazer um estudo sobre os significados dados a esse termo produziu outra definição um pouco mais completa: 

“eHealth é uma área nova da informática médica, referindo-se na organização e prestação de serviços de saúde e informação, usando a internet e tecnologias relacionadas. Em um sentido mais amplo, o termo caracteriza não somente o desenvolvimento tecnológico, mas também uma nova forma de trabalhar, uma atitude, um compromisso com um novo pensamento conectado, para promover cuidados com a saúde em escala local, regional e mundial, utilizando tecnologia da informação e comunicação.”

Sendo uma abordagem bastante ampla, a eHealth pode ser dividida em três diferentes domínios: saúde nas mãos, acesso a dados e interações digitais. (Shawn et al, 2017). O termo  saúde nas mãos se refere ao uso de aparelhos e aplicativos para monitorar e se informar sobre a saúde. Neste domínio se dá o empoderamento do usuário sobre a sua própria saúde, sendo a tecnologia uma facilitadora, um lugar no qual pode acessar dados sobre a sua própria saúde ou procurar por informações que possam ajudar no seu autocuidado.

O acesso a dados são as ferramentas de armazenamento e análise de grandes volumes de dados, tanto no que diz respeito a um único indivíduo quanto a grandes populações. Nesse sentido, a ciência de dados vem tendo uma crescente relevância nas áreas da saúde e tais tecnologias permitido com que a eficiência dos tratamentos existentes sejam potencializadas, além de promover o desenvolvimento de novos métodos.

O último e não menos importante é o domínio que se refere às interações digitais, no qual se encontram as tecnologias que permitem a comunicação entre os stakeholders, ou participantes, para o acesso a um  serviço de saúde, permitindo que haja troca de informações entre diferentes profissionais da saúde e seus pacientes, além dos próprios pacientes trocando informações entre si.

A eHealth está sendo, portanto, uma grande revolução nos cuidados com a saúde e, entre os seus pontos mais importantes estão a sua capacidade de empoderar as pessoas e permitir que a saúde vire um processo diário e ativo. Juntamente com os avanços em wearables essa nova área da saúde poderá ser responsável pela melhora dos hábitos da população, como físicos e alimentares, diminuindo diversos marcadores relacionados a doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), que correspondem às principais causas de mortalidade, além de permitir um acompanhamento mais preciso das pessoas durante seus tratamentos. 

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Bibliografia:

• https://www.who.int/ehealth/en/
• Pagliari et al, What Is eHealth (4): A Scoping Exercise to Map the Field, J Med Internet Res. 2005 Jan-Mar; 7(1): e9. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1550637/
• Shaw et al, What is eHealth (6)? Development of a Conceptual Model for eHealth: Qualitative Study with Key Informants, J Med Internet Res. 2017 Oct; 19(10): e324. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5676031/#:~:text=and%20tertiary%20care.-,Domains,several%20subcategories%20(Table%202)