Suporte Básico de Vida (SBV): conhecimento que salva vidas
Por Leonardo Hipólito, Lucas Horugel, Rodrigo Hisgail
A parada cardiorrespiratória (PCR) permanece como uma das emergências cardiovasculares de grande prevalência e com morbidade e mortalidade elevadas, sendo a doença cardíaca isquêmica sua principal determinante. Em 2013, nos Estados Unidos, a ocorrência de PCR Extra Hospitalar (PCREH) foi responsável por 63% desses eventos, com sobrevida de 9,5% dos casos, refletindo a importância do atendimento inicial realizados pelos presentes no local. Mas quantas pessoas ao seu redor dominam esse importante conhecimento que pode salvar vidas? E se acontecer com alguém ao seu redor?
A criação de protocolos internacionais e nacionais liderados pela American Heart Association (AHA) e Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), respectivamente, permitiu a padronização e a organização tanto da assistência médica, como e, principalmente, do seu reconhecimento e atendimento precoce em uma situação de PCR, contribuído com o prognóstico dos pacientes. Como o principal ritmo de PCREH é a Fibrilação Ventricular (FV) e a Taquicardia Ventricular (TV), pode haver bom índice de sucesso na reversão quando a desfibrilação é realizada precocemente, em até 3 a 5 minutos do início da PCR, sendo a taxa de sobrevida, nestes casos, em torno de 50% a 70%.
Sabe-se que, a cada minuto transcorrido do início da PCR sem desfibrilação, a probabilidade de sobrevivência diminui em 7 a 10%, podendo haver lesões corporais após 4 minutos e morte encefálica após 20 minutos da sua ocorrência. Como consequência, grande ênfase tem sido dada a Programas de Suporte Básico de Vida (SBV) com foco na ressuscitação cardiopulmonar (RCP) de alta qualidade e manuseio do Desfibrilador Externo Automático (DEA) precoce, realizados por leigos. No Brasil, estudo conduzido no Metrô de São Paulo evidenciou sobrevida de 43% sem déficit neurológico. Ademais, a Lei Lucas (13.722/18) estabelece que escolas públicas e privadas se prepararem para atendimentos de primeiros socorros, ministrando cursos que capacitem professores e funcionários em suas noções básicas.
Além da certificação recentemente adquirida em SBV e reconhecida pela AHA, a TriVincit mantém colaboração com algumas instituições, como é o caso da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFEUSP), que oferece em condições normais cursos comunitários de SBV com ênfase na prática em manequins munidos de dispositivos de feedback desenvolvidos especialmente para o ensino das técnicas de RCP e utilização do desfibrilador externo automático (DEA). Para inscrições e maiores informações: http://www.eefe.usp.br/cursoscomunitarios, sbv.usp@gmail.com ou contato@trivincit.com
Bibliografia:
I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia: Resumo Executivo (2012)
Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2019)
Survival After Ventricular Fibrillation Cardiac Arrest in the Sao Paulo Metropolitan Subway System: First Successful Targeted Automated External Defibrillator (AED) Program in Latin America” (2013)