Eleição é Pragmatismo!

Eleição é Pragmatismo!

ATENÇÃO: O texto a seguir é sobre Estratégia e Marketing Eleitoral e NÃO SOBRE POLÍTICA.

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Final da tarde de 06 de Setembro de 2018.

Estávamos no meio de uma gravação com um candidato quando alguém comentou: "Facada em Bolsonaro!".

A frase era tão inesperada no contexto que a maioria da equipe reagiu com "ãn?", "hein?", "oi?"... até que alguém elaborou melhor: "Como assim?".

"Uma facada! Deram uma facada em Bolsonaro. Mandaram o vídeo no grupo da campanha!"

Na hora, sem pensar muito, meu comentário foi: "Ganhou!".

E aí, pausa para um lanche, começaram todas as especulações possíveis, desde "vai morrer" e "não deve ter sido nada" até "isso é fake!".

Nas horas seguintes notícias iam chegando dando conta da gravidade e o que se via nas campanhas era um misto de corre-corre e reuniões pra todo lado com completa imobilidade.

O resto da história todos sabemos...

Se a faca elegeu Bolsonaro ninguém pode garantir, mas a reflexão que faço é a respeito da dificuldade que o meio do Marketing e Comunicação Eleitoral tem de aceitar que a eleição de Bolsonaro é fruto direto de uma ESTRATÉGIA que soube reagir e se adaptar rapidamente à REALIDADE.

Se foi a melhor ou a pior, a mais desorganizada ou a mais arriscada não há também como saber, mas há como afirmar, sem dúvidas, que foi a que FUNCIONOU.

Faltando um ano para o ápice das eleições municipais de 2020, ainda vejo muita gente no meio esperneando, negando que haja vida inteligente fora dos seletivos círculos dos consagrados marqueteiros, marquetólogos, mercadólogos, consultores, estrategistas ou como queiram chamar(-se).

Aqui, ali, principalmente nos bastidores, alguns chegam a admitir que "a casa caiu" e que há um novo modelo, caótico, multiforme e heterogêneo, de fazer campanha, baseado em técnicas e estratégias que sequer conseguem ser vistas a olho nu ou de um só ângulo.

Mas em público - quase - ninguém fala.

Como admitir que o jogo zerou e ninguém tem certeza de nada?

Eu sempre acreditei - muito antes de Bolsonaro - e continuo acreditando que eleição é pragmatismo e pronto.

O resultado de uma campanha agora é fruto do Zeitgeist - o espírito do tempo - daquele período muito específico de um mês, quinze dias antes do dia da votação!

Até chegar naquele momento tudo é preparação, ação, reação e adaptação constantes, diárias, instantâneas.

Grandes vitórias nunca foram frutos do know-how do passado, de técnicas meticulosamente planejadas ou da antecipação de tendências que não se sabe se serão validadas (e eleição, com raras exceções, não é período pra isso).

Grandes vitórias eleitorais sempre foram consequência da capacidade de observar, estudar, aprender, entender, testar, aplicar e começar tudo outra vez, tendo como principais elementos de suas construções a experiência de errar, já que ninguém aprende nada com o sucesso, principalmente dos outros; a humildade pra aprender e a perseverança para não desistir.

A anatomia do voto sempre foi e sempre será formada por quatro "órgãos" básicos daquele que faz sua escolha diante da urna (o Eleitor): Estômago, Bolso, Coração e Cérebro. Nesta ordem!

Eu não tenho nenhum constrangimento, orgulho ou pudor em dizer que aprendi e continuo aprendendo muito com as estratégias que elegeram Bolsonaro - Sim, eu vejo estratégia ali! - e me atrevo a dizer que acredito que ele seria eleito com ou sem faca.

Porque o que elegeu Bolsonaro, assim como todos os grandes políticos do ocidente democrático nos últimos 70 anos não foi a política. Foi a Estratégia, a Comunicação e o Marketing.

É o que acredito.

É o que pratico.

Respeito e Boa Sorte pra quem não tiver o mesmo entendimento.

Com certeza vamos retomar esse tema em outra data, exatamente daqui a um ano e 28 dias.

E que história teremos para contar sobre o final da tarde de 4 de outubro de 2020?

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