Eles querendo ser como a gente, e a gente querendo ser como eles!
Dizem que os jovens são cheios de energia e disposição, o que não posso negar 100%, mas acho que há preço a ser pago por isso…
Me encontro em 2024 com 22 anos, estudando e estagiando, meio que vivendo um sonho que muitos da minha idade gostariam de viver.
Estou proibido de reclamar, meu estágio é maravilhoso e a cada dia me esforço para conquistar minha efetivação.
Minha vida agora é um misto de convivências: pela manhã(estágio) estou em contato com pessoas mais experientes do que eu, os anos à frente, ainda que sejam poucos, por vezes são muitos, que me fazem ponderar bastante meus próximos passos.
Pela tarde(curso) me encontro com os da “minha época”, amigos e colegas mais novos ou na mesma idade que eu.
Agora percebo que estou no meio de uma espécie de linha do tempo. Para meus companheiros de trabalho, sou o passado deles, para meus colegas, eu sou o seu futuro.
Os mais velhos se lembram quando tinha a minha idade, quando começaram. Os mais novos desejam ter a oportunidade de começar, assim como eu.
Parte de mim escuta meus amigos e os incentiva a continuar, compartilha experiências que me levaram a onde estou, relembro meus divisores de águas, atitudes e escolhas que mudaram completamente o rumo da minha vida. É como se eu abrisse um álbum de fotos e voltasse no tempo.
Outra parte escuta com atenção a voz daqueles que estão à minha frente, buscando olhar para o meu próprio futuro, como quem pega um telescópio e olha para as estrelas. Se bem que quanto mais longe olhamos para o espaço, mais longe do passado estamos enxergando… ironia da natureza.
Às vezes sou a voz da experiência para quem não chegou onde estou. Às vezes procuro vozes de quem viveu mais do que eu.
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O engraçado é que todas essas “vezes” apontam para um único ponto: o agora.
Ao conversar com os amigos da “minha época”, dentre momentos de diversão, brincadeiras, planejamento e compartilhamento de sonhos, há momentos que falamos sobre ansiedade, pressão, dúvidas, inseguranças, a cobranças, e principalmente, a autocobrança.
Ao conversar com meus outros amigos, escuto que eles passaram por tudo isso que eu e meus contemporâneos passamos. Chego então à conclusão de que não há muito o que fazer, aparentemente, é um processo e pronto. E que processo!
Eu disse acima que havia um preço a ser pago pela disposição da juventude, e creio que seja a vontade de querer fazer um monte de coisa, senão tudo!
Queremos fazer e acontecer, vemos os que estão à nossa frente e o que os mesmos conquistaram, e queremos ser como eles! Mas eis o detalhe: eles estão à nossa frente.
Não falo como quem quer dar lição de moral, falo como quem quer ter tanto conhecimento quanto eles, ter tanta experiência quanto eles, ter construído tanto quanto eles!
Porém, estes tais “eles”, confessam que gostariam de voltar a ser como nós! Eles querendo ser como a gente, e a gente querendo ser como eles!
O que acontece quando dois corpos em 2 pontos opostos começam a ir um em direção ao outro? Eles se encontram no meio do caminho. E qual o meio do caminho entre o passado e o futuro? O presente.
E no fim voltamos a onde começamos e estamos. Cada um volta ao seu presente, ao agora, ainda que no futuro e no passado.