EM LUTO

Hoje decidi falar sobre um assunto tabu. As pessoas tendem a se sentir desconfortáveis em falar sobre qualquer assunto relacionado à morte. E luto é o processo naturalmente associado a morte, não? Quando morre alguém que amamos é claro que entramos em luto e passamos por todas as fases, mas não é só na morte que ele acontece.

Tenta pensar nessas fases em outra situação como perda do emprego, fim de uma amizade, rompimento de relação amorosa, fim de um projeto, enfim, em todas as situações onde criamos expectativa, temos esperança, colocamos nossa energia, haverá luto caso termine.

Quando o final ou a morte acontece em uma situação já esperada como por doença, ou o relacionamento já estava bem ruim ou a pessoa já queria sair do trabalho antes de ser mandado embora, o luto tende a ser mais rápido, mas isso se deve a pessoa já ter passado pelas outras fases durante a relação e quando finaliza realmente, ela já está na depressão ou até na aceitação.

Sempre que terminamos bem uma história, um projeto, uma relação sentindo que fizemos tudo que podíamos; quando alguém morre e temos uma boa relação com a pessoa e sentimos que falamos tudo que devíamos, que fizemos o que podíamos, o luto tende a ser mais rápido e a pessoa recupera a força de viver antes. Porém, o contrário também acontece, e muito.

Se perdemos algo ou alguém sentindo que não fizemos tudo, ou que a pessoa morreu antes de podermos arrumar o que estava errado na relação, que não falamos tudo que precisávamos ficam pendências e estas dificultam e, às vezes até impedem o luto de se desenrolar e finalizar.

Ter consciência de que se está em luto e que não consegue passar por ele, é o primeiro passo e mais importante. Buscar ajuda e poder elaborar o que aconteceu é o passo seguinte. Acredite: é possível finalizar a história e retomar sua vida.

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Lilian Garcia de Paula Cintra - CRP 06/77515 - psicóloga clínica mestre em psicologia clínica junguiana - 11.999648509 - www.psicologiabarrafunda.com