Embedded Finance e Banking as a Service (BaaS)
Conceitos
Ambo os conceitos têm relação direta. Uma estratégia digital, para atingir com eficiência seus objetivos, parte do ponto do entendimento do conceito e de seus principais atores: Quem consome e quem fornece este serviço e/ou produto.
As empresas que adotam essa integração também fortalecem suas marcas ao proporcionar experiências aprimoradas aos clientes dentro de suas plataforma, aumentando significativamente as chances de fidelização de sua base de consumidores.
Impactos na adoção
O impacto desta integração reflete no mercado com a concorrência. Não somente as instituições financeiras, que estão aptas a oferecer produtos e operações bancárias, como novos concorrentes (fintechs) que atuam como integradores.
Uma estratégia digital para fornecer este serviço, deve ser bem orquestrada e a arquitetura corporativa tem um papel nesta adoção. É necessário apresentar os riscos e benefícios da adoção, reforço de tecnologias e práticas de desenvolvimento para garantir a implementação adequada nos diversos segmentos de produtos, serviços e em sua infraestrutura.
API´S:
A arquitetura de ambas os atores dependem de integração fortemente apoiados em APIs, garantindo a comunicação entre diferentes sistemas e plataformas existentes.
Revisitar e reforçar a adoção do conjunto de princípios de comunicação entre aplicações é uma iniciativa necessária para garantir as integrações.
Sobre a perspectiva de comunicação das aplicações e componentes, a utilização de REST é uma boa escolha, amplamente utilizada, permitindo a integração entre plataformas heterogêneas. O foco é entender o nível de maturidade de uso deste conjunto de princípios de comunicação.
É comum , e erroneamente atribuir REST a um protocolo ou padrão , é na realidade, uma restrição arquitetural para representar a transferência de estado de um objeto.
O nível de maturidade foi proposto por Leonard Richardson, sendo um modelo e uma boa maneira de pensar sobre o uso dessas técnicas.
Ainda sobre a perspectiva de comunicação das aplicações, estabelecer uma padronização de respostas de erro em APIs é outra iniciativa que merece atenção.
A adoção da RFC-9457 habilita recursos e benefícios importantes :
Modularidade:
A modularidade na engenharia de software, arquitetura e design de produtos se refere à capacidade de dividir um sistema complexo em partes menores e independentes, chamadas de módulos.
No contexto dos serviços financeiros, a modularidade permite que as empresas escolham e integrem apenas os serviços que realmente necessitam. Isso evita a sobrecarga das plataformas com funcionalidades desnecessárias e permite uma personalização mais eficiente, reduzindo custos de manutenção e facilitando a evolução do produto e/ou serviços.
Sobre a perspectiva de Banking as a Service (BaaS) reavaliar os serviços que serão expostos, de forma granular, irá permitir ofertas mais personalizada com as funcionalidades desejadas para os clientes nas suas plataformas, com transparência e menos dependência.
Esta capacidade de entrega modular requer uma inciativa de adoção de práticas de engenharia de software que favoreçam o encapsulamento em domínio, reduzam e abstraíram as dependências externas.
Padrões de comunicação por eventos pode ser uma boa prática para mitigar dependências fora do domínio e ganhar independência dos componentes com uso de microsserviços (isso pode aumente a complexidade acidental! Deve-se ponderar seus reais impactos).
Apesar das vantagens, a modularidade também apresenta desafios, como a definição clara dos limites dos módulos e a comunicação eficiente entre eles. Um bom planejamento e uma comunicação Cross entre times e produtos é essencial para garantir que os módulos funcionem harmoniosamente e independentes quanto possível.
Não existe um padrão ou design arquitetural superior. As imagens apresentadas apenas enriquecem as formas de modularização em diversos níveis. Cada proposta traz uma complexidade acidental (adicionada ao projeto) e uma complexidade essencial (inerente ao negócio). As escolhas dependem de cultura, habilidades técnicas, capacidade de comunicação da equipe e de aspectos técnicos limitantes.
Impor uma única escolha de complexidade acidental é um erro na minha opinião, pois assume que todos os problemas de negócio são mais bem resolvidos da mesma forma.
Como complexidade gera custo, a ideia de reduzir custos e acelerar entregas se desfaz quando complexidades desnecessárias são inseridas, aumentando o tempo de entrega, suporte e evolução da solução.
Um ambiente de diversidade arquitetônica, guiado por padrões de mercado, melhora significativamente as soluções de negócio. A modularidade deve ser adaptada a cada tipo de produto ou serviço oferecido.
Além disso, a diversidade permite que a engenharia de software corporativa trate e se concentre em elementos estruturantes que podem ser usados em diferentes padrões, flexibilizando a entrega da melhor solução para o negócio com a modularização adequada em cada cenário , em especial, para o Embedded Finance e BaaS.
Governança de comunicação externa e internas
A comunicação das APIs com parceiros de negócio requer uma governança para garantir serviços auditáveis, financeiramente alinhados com a oferta do produto, preservando o ambiente e a plataforma de entrega para atender aos volumes e manter os sistemas saudáveis.
Um API Gateway atua como um intermediário entre aplicativos clientes e serviços de backend, controlando o tráfego, aplicando políticas de segurança e otimizando o desempenho.
Para garantir a modularidade e o conceito de domínio este elemento (Gateway) pode ser uma boa escolha para comunicação entre domínios e precisa ser revisitado para adequação.
Por outro lado, o API Manager é uma plataforma que oferece recursos adicionais, como gerenciamento de ciclo de vida de API, portal do desenvolvedor e análise de tráfego, sendo uma escolha desejada para comunicação externa.
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Um API Manager facilita a integração de serviços financeiros em uma plataforma única, permitindo que empresas não financeiras acessem esses serviços com segurança, conformidade regulatória e uma interface simplificada e bem documentada.
Outros recursos como monitoramento e análise de tráfego permitem que as empresas acompanhem o desempenho das APIs e tomem decisões baseadas em dados.
Soluções de API Management geralmente são fornecidas por terceiros, o que pode criar dependência e riscos associados a mudanças nos serviços e políticas desses fornecedores, além de custos significativos de licenciamento, infraestrutura e manutenção.
Portanto, a troca e adoção de um API Manager devem ser tratadas com cautela, sendo um componente essencial para a governança de soluções de Embedded Finance e Banking as a Service (BaaS).
Escalabilidade:
Uma infraestrutura escalável é essencial para suportar o crescimento e a demanda por serviços financeiros integrados, especialmente em Embedded Finance e Banking as a Service (BaaS).
Com o aumento das ofertas de integração, o volume transacional também cresce. Não basta isolar e modularizar produtos e serviços; as aplicações precisam ser elásticas para atender a demandas sazonais, crescentes e decrescentes. Vai além de apenas aplicar design patterns no código.
Uma infraestrutura adequada, com componentes que monitoram e executam o escalonamento horizontal e vertical, é um ponto de atenção para garantir estabilidade e entrega eficiente em BaaS.
Ambientes tradicionais tendem a desperdiçar recursos e têm dificuldade em realizar downgrades, resultando em gastos desnecessários e perpetuação de ativos.
A adoção de ambientes em nuvem pública está se tornando uma tendência no mercado financeiro por sua elasticidade e gestão de recursos computacionais. Nesse contexto, a gestão dinâmica de custos de infraestrutura (FinOps) é essencial.
Networking:
A adoção de Embedded Finance tende a aumentar o tamanho dos payloads para endpoints de integração entre instituições, especialmente para transações em lote ou processos de conciliação.
Revisar APIs e restrições de tamanho dos elementos de rede e tráfego para atender a essas demandas pode ser uma iniciativa necessária.
Segurança:
As implementação de Embedded Finance e Banking as a Service (BaaS) não fogem a regra de implementações de segurança.
A segurança de dados e infraestrutura é um aspecto que permeiam todas as atividades de qualquer sistema que faça uso de tecnologia.
Alguns pontos devem ser sempre observados.
Utilização de IA como diferencial
A utilização de Inteligência Artificial (IA) em conjunto com Embedded Finance e Banking as a Service (BaaS) pode ser um diferencial competitivo, especialmente quando alinhada com data-analytics.
Instituições financeiras possuem uma grande quantidade de dados estratégicos de clientes e parceiros. Investir na classificação e entendimento desses dados com IA permite identificar tendências, vieses e comportamentos, criando novas oportunidades e destacando a empresa no mercado com uma plataforma robusta e customizada.
Aplicações da IA:
Benefícios Combinados:
A combinação de Embedded Finance, BaaS e IA cria um ecossistema financeiro mais eficiente, seguro e centrado no cliente, oferecendo serviços integrados e personalizados, e proporcionando uma experiência mais fluida e conveniente para os consumidores.
Conclusão
A introdução de Embedded Finance e BaaS no mercado financeiro está exigindo que as instituições financeiras resinifiquem seus processos, produtos e serviços.
Para uma execução bem-sucedida e sem muitos obstáculos, é essencial envolver equipes multidisciplinares e garantir uma comunicação fluida entre as áreas de negócios e tecnologia. A estratégia digital da área de tecnologia deve focar no propósito de cada funcionalidade do produto e nos fundamentos do negócio.
É importante lembrar que as decisões não são apenas tecnológicas. Elas devem ser tomadas para atender da melhor forma o negócio, utilizando a tecnologia de maneira adequada e equilibrando inovação, manutenção e evolução do ecossistema.