Embedded Insurance - Muito além da distribuição

Embedded Insurance, um termo que vem sendo muito mencionado e explorado nos últimos anos. Venho percebendo um aumento significativo de artigos e menções sobre o tema. Para se ter uma ideia, nos últimos 12 meses, a busca pelo termo “Embedded Insurance” no Google aumentou cerca de 44%. 

Uma das principais razões desse crescimento é sem dúvida o alto volume de vendas com baixo esforço quando comparado ao 1-to-1. Esse volume vem da integração da oferta na jornada de compra do produto ou serviço core. Além de aproveitar todo o fluxo de clientes do canal que está integrado, o seguro tem total sinergia com a transação ou produto, o que facilita a conversão.

As empresas e artigos publicados tem como foco o processo de venda, e não há dúvida de que a receita vem da distribuição, mas pouco se fala de embedar a jornada do cliente durante o ciclo de vida do produto. Essa, na minha visão, é uma oportunidade ainda pouco explorada. Vejo que ao ignorar o restante da jornada embedded, é deixado de lado o acesso a um volume imenso de dados que são fornecidos pelos usuários de forma direta ou indireta. Dados que poderiam ajudá-los a aumentar as vendas, reduzir custo de regulação de sinistro, melhorar subscrição, entre outros benefícios. Além de, no mínimo, prover uma ótima experiência ao cliente final, algo muito criticado no segmento de seguros.

Visto o aumento de discussão sobre o assunto e a falta de tópicos dedicados a todas as outras etapas da jornada, quero contribuir um pouco com a minha experiência no tema, trazendo casos práticos e exemplos do que vivenciei ao longo de todos esses anos atuando com seguros no modelo B2B2C e Embedded Insurance - que vamos deixar claro, NÃO são a mesma coisa.

A cada semana vou compartilhar um novo artigo explorando um pouco mais alguns tópicos relevantes sobre o Embedded Insurance. Meu objetivo é apresentar desde os conceitos básicos até gerar insights de como explorar melhor esse modelo.

Já que estamos aqui, vamos do início...O que é o Embedded Insurance?

1.    O que é o Embedded Insurance?

Não quero ter a pretensão de definir um conceito sobre um tema tão amplo e importante, e acredito que não exista uma única e definitiva forma de compreender o seu significado. Vou então compartilhar o meu entendimento sobre o assunto, até mesmo para seguir uma linha que vai nortear todos os tópicos que apresentar por aqui.

Antes da própria definição, quero reforçar minha visão de que o Embedded Insurance precisa ser sobre a experiência do cliente final. Não podemos pensar em Embedded sem pensar na jornada do cliente. Outro ponto que é importante que se tenha em mente é que pela própria natureza, seguros é serviço complementar, que está vinculado a algum bem, serviço ou a um indivíduo (ou pet). Afinal, ninguém compra um bem por já ter uma proteção de seguro, mas compra o seguro por já ter o bem.

Sendo assim, para mim:

Embedded Insurance é a distribuição e administração de seguros que tem por objetivo prover a melhor experiência para o cliente durante a aquisição e o uso do seguro por todo o seu ciclo de vida em conjunto com o bem ou serviço assegurado.

Trago essa reflexão no conceito, pois dessa forma seguradoras e distribuidores podem pensar e estruturar suas operações de seguros voltadas para o cliente final, enxergando o modelo como mais do que uma simples e fácil forma de distribuição.

Não posso deixar de destacar também o ciclo de vida do seguro, já que o embedded pode e deve ser explorado em todas as fases de sua vigência e não apenas na distribuição. É possível sim gerar benefícios em todas etapas, como na cobrança integrada, ou no processo de comunicação do sinistro e até mesmo no pagamento do sinistro integrado. O mindset de quem atua com seguros deve ser de tentar integrar o máximo possível das camadas, conquistando assim os benefícios gerados com os dados de cada uma delas.

Se você estiver pensando, que o seu produto não consegue ser embedded em todas as camadas, te convido a reavaliar sua lógica. Se ainda não achou a forma, é porque não está analisando ou não integrou a jornada completa. Lembre-se, o foco deve ser no cliente final, e somente quando analisar toda a jornada que você conseguirá atingir as demais camadas do embedded, destravando os benefícios desse modelo.

Na próxima semana, vamos explorar um pouco mais sobre os níveis de Embedded Insurance e alguns cases.