Emoções e sentimentos com inteligência artificial
Estudos recentes indicam que em geral as pessoas naturalmente rejeitam a interação com as máquinas inteligentes. Isso ocorre por conta de uma visão resultante de um processo de empatia, especificamente sobre como ocorre esse processo de empatia em outrem.
Todos temos, a priori, a nossa moral pautando as nossas escolhas e compondo a nossa subjetividade.
E o pensamento lógico, friamente calculado, em determinadas situações entra em conflito com a moral.
Por vezes, o mais lógico a ser feito e que traz os melhores resultados em termos de ganhos e vantagens é também imoral. Pegue, por exemplo, um caso em que seja necessário optar pela morte de um indivíduo para poupar da morte uma quantidade maior de pessoas. A morte de uma pessoa nesse contexto em detrimento da sobrevivência de um grupo maior produziria um resultado lógico positivo, mas para a esmagadora maioria das pessoas essa é uma escolha impossível. Apesar de extremo, esse exemplo mostra com facilidade a razão intrínseca das pessoas terem dificuldade em confiar em máquinas, ou em pessoas calculistas.
Máquinas podem fazer as escolhas impossíveis para nós, pois a menos que sejam programadas para tal, elas desconhecem a moral e não terão conflitos emocionais, podem calcular o melhor resultado e agir de acordo. E nós não queremos confiar em alguém assim, pois em muitos casos pode ocorrer do melhor resultado lógico entrar em conflito com o nosso bem-estar.
Apesar de natural e automático, esse mecanismo nos diz que preferimos interagir com entidades que tomem decisões baseadas nos mesmos processos que nós usamos: as emoções.
Emoções são conjuntos de reações e respostas, que apresentamos para determinados momentos.
Diante de momentos de perigo, apresentamos (desde que neurológica e psicologicamente saudáveis) a emoção do medo e essa emoção nos leva a agir de determinada forma, autopreservação ou preservação daquilo que está em perigo e que nos é benquisto.
Sabemos que emoções podem ser primárias ou secundárias, as primárias são naturais pois todos nós independentemente das culturas as sentimos, como o medo, a tristeza, a surpresa, a raiva, a alegria e para alguns especialistas, o amor.
E as secundárias surgem ao longo do nosso amadurecimento através de nossa interação social, um conjunto novo de emoções resultado da união de emoções primárias, ou da supressão delas para determinados contextos.
Note que ninguém nasce naturalmente sentindo culpa, pode sim sentir medo desde que se é bebê, e pode-se sentir tristeza diante das consequências de um comportamento, e a emoção de tristeza diante dessas consequências nos levaria a sentir o medo de experimentar isso novamente, e isso dá origem a emoção secundária da culpa. Sentir culpa depende do contexto, da cultura social. Essa emoção nos levaria a um processo de policiamento das regras do comportamento social ou agir de forma a evitar a punição por parte de terceiros.
Se você estiver conversando com uma máquina e ela lhe disser algo aborrecedor ou perturbador e você advertir essa máquina, você espera que ela identifique aquilo como algo negativo, espera que ela sinta culpa por seu ato e use essa emoção para não repetir esse comportamento. Não chega ao nível do processo lógico que querer isso, é mais rápido e natural do que isso, você espera inconscientemente esse comportamento pois é o que você sempre experimentou em sua vida. - Salvo casos em que você tenha convivido com algum sociopata.
Compreende-se, portanto, que as emoções são um processo chave na determinação de como as pessoas irão agir para cada diferente situação. Por isso, a forma mais eficaz de tornar a convivência entre humanos e máquinas inteligentes uma realidade, é ensinarmos as máquinas a identificar e agir de acordo com as emoções humanas, é criarmos personalidades programadas que estejam aptas a evoluir naturalmente com base nos resultados dos estudos da filosofia, psicologia e neurologia e durante a interação com humanos. Assim teremos máquinas que apresentarão reações naturais, e anteciparão as reações dos humanos com os quais interagem.
Psicóloga & Mentora de Carreira para Líderes, Executivos e Empreendedores / Empregabilidade, Transição e Crescimento com foco em Felicidade Profissional / TCC - Terapia Cognitivo Comportamental / Método EESP
3 mDavid, obrigada por fazer a diferença aqui na rede! Sucesso com felicidade sempre! Abraço forte, Aline Bravo