Empatia ou Identificação?
Será que nos colocamos no lugar do outro, ou colocamos o outro em nosso lugar?
Quando nos sentimos tocados pelo contexto de outras pessoas, quando surgem estes sentimentos de compaixão, o desejo de acolher e ajudar...assumimos que ali existe algum tipo de sofrimento, e você consegue ver o que está se passando dentro da pessoa, sabe se há sofrimento de fato?
Passei por algumas situações em minha vida em que parecia que as outras pessoas estavam sofrendo mais do que eu, a cada vez que vinham me consolar...eu quase tinha de consolá-las de tanta dor e sofrimento que elas projetavam em meu contexto.
Isto aconteceu principalmente para pessoas que passaram por situação similar ou que tinham muito medo que a mesma coisa acontecesse com elas.
Estas pessoas não estavam a se colocar em meu lugar, porque isto não é possível! Elas estavam encaixando a minha experiência no lugar delas, na vida delas, na experiência delas e por isso se compadeciam tanto.
É impossível nos colocarmos no lugar do outro, são experiências de vida completamente distintas, cada um tem seu histórico, sua forma de experimentar o mundo...o que fazemos o tempo todo é trazer os outros para o nosso lugar e não ao contrário.
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"Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chamar isso de destino." C.G. Jung
A verdade é que nenhum de nós enxerga as coisas pelo seu valor real, pela verdade crua...nós projetamos nosso universo subjetivo no mundo dos fatos o tempo todo!
Por isso, se quer compreender melhor o mundo...comece por você, isso já vai lhe dar muito trabalho por alguns anos. Sempre que estiver analisando, criticando, elogiando a outras pessoas, sempre que estiver compadecido, enraivecido, enamorado...veja se não está sendo uma projeção de si mesmo.
Relações construtivas e saudáveis nascem e se sustentam através de uma boa comunicação, paradoxalmente, para que o amor flua nas relações humanas...precisamos ser mais racionais do que emocionais! Pois é preciso ter o discernimento para perguntar ao outro o que está sentindo, quais são suas necessidades, quais são seus valores e como gostaria de ser tratado...em vez de simplesmente presumirmos a partir de nossas próprias emoções.
Foi-se o tempo em que a própria experiência de vida era um bom preditor de comportamento alheio, isso funcionou no mundo analógico...um tempo em que as mentalidades pouco se alteravam ou levavam anos para transformar-se. Saber do outro, hoje exige que você escute, ouça e deixe que cada um lhe esclareça o que é, ou não, importante para si.
Respeite as pessoas e pare de identificar-se com elas, passe a exercitar a compreensão através da abertura para receber a perspectiva do outro.