Empoderamento Coletivo: O Cooperativismo como Ferramenta de Transformação Social e Ambiental

Empoderamento Coletivo: O Cooperativismo como Ferramenta de Transformação Social e Ambiental

É crucial contextualizar e compreender o momento em que estamos vivendo ao abordar o tema do cooperativismo no despertar do século XXI. Nos encontramos na era da tecnologia, em que a população dos países desenvolvidos está envelhecendo, enquanto nos países subdesenvolvidos  continua a crescer. 


De acordo com Bialoskorski Neto (2006, p.21), o cooperativismo e as formas de cooperação têm uma longa história na humanidade. Desde tempos remotos, como na Pré-História e nas civilizações antigas, como os Babilônios, há evidências de cooperação e associação solidária. Essa tradição milenar nos ensina que a união das pessoas resulta em uma produção muito maior do que se fossem trabalhar individualmente. É um princípio fundamental que se mantém relevante até os dias de hoje.


O cooperativismo na sustentabilidade

Em um mundo cada vez mais preocupado com a sustentabilidade, a reciclagem se destaca como uma solução para reduzir o impacto ambiental dos resíduos. Nesse contexto, as cooperativas desempenham um papel crucial. Desde a década de 70, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reconhece a reciclagem como uma prioridade na gestão dos resíduos sólidos urbanos (RSU). As cooperativas são agentes ativos nesse processo, reduzindo o volume excessivo de resíduos gerados pela sociedade e promovendo a separação e classificação adequadas (GIUSTI, 2009).


Além de contribuir para a preservação ambiental, as cooperativas desempenham um papel fundamental na geração de impacto social positivo. Ao criar empregos e oferecer oportunidades de desenvolvimento socioeconômico, elas impactam diretamente as comunidades em que estão inseridas.

Uma visão mais profunda dessa realidade está ao alcance de todos nas páginas do livro ”Recicladores de Sonhos” (conheça o livro) . Essa obra notável reúne os relatos emocionantes de 30 pessoas cujas histórias de vida estão intrinsecamente ligadas ao universo da reciclagem. Uma das personagens marcantes desse livro é Rosileide Manço, que compartilha sua jornada transformadora. Como ela sabiamente coloca: “O cooperativismo mudou minha forma de pensar, agir e enxergar o mundo. Mostrou-me que ser líder requer atitude. Afinal, nem todos desejam ser protagonistas de sua própria história.” Essa citação exemplifica como o cooperativismo tem o poder de mudar vidas, empoderar e inspirar uma nova perspectiva para aqueles envolvidos na reciclagem.


Além de materiais, a prática da reciclagem também pode ser aplicada a ambientes, como acontece no projeto Cantos de Leitura que cria espaços agradáveis e lúdicos de educação e socialização em escolas, cooperativas de reciclagem e instituições utilizando a leitura como atrativo e ponto de encontro. A capacitação de recursos humanos também está relacionada com esta prática. E é com esse objetivo que o ‘Arte Recicla’ assumiu a responsabilidade de dar continuidade aos processos formativos dos educadores e mediadores dos Cantos de Leitura já implementados, além de todos os outros atores sociais envolvidos que possuem interesse em participar. Por fim,  a reciclagem também é utilizada como técnica para criação de obras de arte, como acontece durante a #EXPORECICLOS – CRIANDO NOVAS PERSPECTIVAS. Nesta exposição, o público é convidado a refletir sobre o consumo mais consciente e sustentável por meio da exposição de nove obras de artes produzidas a partir de materiais recicláveis que foram recolhidos em cooperativas de reciclagem. 


Portanto, é inegável o potencial do cooperativismo como ferramenta de transformação social e ambiental. Ao fomentar a colaboração, a solidariedade e o empoderamento coletivo, o cooperativismo nos convida a repensar nossa forma de interagir com o mundo e nos tornarmos agentes ativos na construção de um futuro mais sustentável e inclusivo. Ao fortalecer e promover as cooperativas, estamos impulsionando um modelo de desenvolvimento que valoriza o bem-estar das pessoas e do planeta, pavimentando o caminho para um futuro mais justo e equitativo.

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Bibliografia

  • BIALOSKORSKI, Neto Sigismundo. Aspectos Econômicos das Cooperativas. Belo Horizonte: Mandamentos, 2006.  


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