Empreendedor ou empresário: qual é o seu perfil?
O ato de inovar e pensar fora do quadrado pode ser um divisor de águas para o desenvolvimento dos negócios e a chave para uma empresa de sucesso
Muitos brasileiros têm encontrado no empreendedorismo uma saída para a falta de oportunidades no mercado de trabalho. Contudo, nem sempre abrir uma empresa pode ser entendido como sinônimo de empreender. É o que diz Edmir Kuazaqui, presidente da Academia de Talentos e organizador do livro “Manual de Administração e Marketing Empreendedor, Criativo e Inovador” (Editora Évora).
Segundo ele, para empreender o indivíduo não deve ter somente a motivação de fazer algo novo ou diferente, mas fazer benfeito e de forma a contribuir financeira e economicamente consigo próprio, com a empresa e com a sociedade. “Talentos humanos devem perceber que, às vezes, suas capacidades e competências são mais fortes do que as paredes da empresa onde trabalham”, comenta.
O momento de instabilidade econômica e aumento das taxas de desemprego pode ser propício ao estímulo à criatividade aplicada aos negócios. E é diante deste cenário que muitos brasileiros decidem se levar pelo impulso de iniciar uma empresa própria, deixando para um segundo momento etapas primordias para o êxito do negócio. Um exemplo muito comum é a falta de um plano de mercado que contemple a justificativa para o lançamento de um produto ou serviço, perfil do público alvo e cronograma de implementação e desenvolvimento.
“O ato de pensar de forma empreendedora deve estar acompanhado de ações e procedimentos que respeitem empresa e sociedade, pois são criados direitos e deveres, gerando uma inter-relação entre as partes. Esta é a diferença entre o simples empreendedor e o empresário. Enquanto o empresário assume uma responsabilidade jurídica e legal com o seu mercado interno - como com colaboradores - e externo - com os seus fornecedores, por exemplo -, gerando impostos que são revertidos para a sociedade, e, muitas vezes, promovendo o crescimento tecnológico, o empreendedor pode ir além e se comunicar com as atividades inovadoras”, explica Kuazaqui.
O especialista destaca ainda que de nada adianta ter boa vontade e ideias criativas, se não houver um espaço ou mesmo um modelo de negócios competente que possa absorvê-las com sucesso. “O processo de empreender, criar e inovar pode ocorrer a partir da necessidade e/ou oportunidade. Se o indivíduo conseguir inseri-lo, no seu cotidiano, terá mais sucesso do que aqueles que somente praticam ações a partir de estímulos externos. É fundamental que se faça o planejamento de sua aceitabilidade, introdução e desenvolvimento nesse mesmo mercado”.
Confira cinco dicas para ser um empresário-empreendedor:
1. Invista no processo criativo: Entenda o ambiente no qual você está inserido e as possibilidades de como a empresa pode incrementar esse ambiente. A criatividade pode facilitar e otimizar as mudanças e transformações necessárias, conjugando esforços e recursos.
2. Faça um exercício de questionamento pessoal: Defina e exemplifique o que é empreendedorismo, criatividade e inovação, estabelecendo um check-list daquilo que você realmente desenvolve à frente do seu negócio e como esses conceitos influenciam o seu cotidiano pessoal e empresarial
3. Descubra formas de agregar valor para o ambiente interno da empresa: Busque identificar os pontos fortes dos seus colaboradores e os coloque em posições que valorizem o perfil profissional de cada um deles. Isso trará resultados positivos para todos e farão com que novas oportunidades de crescimento sejam percebidas.
4. Esteja atento às mudanças do seu mercado e busque acompanhar as tendências externas: Muitas vezes ao iniciar um negócio o empresário deixa de lado sua veia empreendedora por medo de abandonar uma ideia que parecia inicialmente inovadora. Insistir em algo que desponta como pouco válido para o mercado pode decretar o fim de uma empresa. Saber o momento de rever seus conceitos é crucial para que o negócio tenha sucesso.
5. Não se deixe sufocar pelas paredes do escritório: Tente organizar a sua agenda para que você tenha tempo para refletir sobre os negócios e amenidades – sim, elas também são importantes para gerar negócios. Muitas vezes as oportunidades surgem em momentos de ócio criativo.
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