Empreendedorismo Feminino: Uma Jornada de Desafios, Empatia e Sororidade

Empreendedorismo Feminino: Uma Jornada de Desafios, Empatia e Sororidade

Neste mês em que celebramos as conquistas das mulheres, é importante refletir sobre os desafios únicos enfrentados por nós, mulheres empreendedoras. Embora tenhamos avançado em muitas áreas, a estrada para a equidade de gênero no empreendedorismo ainda é longa e cheia de obstáculos que muitos homens nem imaginam.

Ser uma mulher à frente de um negócio, especialmente em setores dominados pelos homens como o da reciclagem, é trilhar um caminho que testa nossas forças diariamente. Enfrentamos não apenas os desafios inerentes ao empreendedorismo, mas também barreiras adicionais moldadas por estereótipos de gênero e expectativas sociais. São esses obstáculos que nos obrigam a provar constantemente nossa competência, a lutar por nossa voz e espaço, e a equilibrar nossas responsabilidades profissionais e pessoais de uma maneira que raramente é exigida dos homens.

Apesar desses desafios, estamos progredindo, mas é crucial reconhecer que ainda estamos longe da equidade de gênero. A desigualdade se manifesta não apenas em diferenças salariais ou na sub-representação feminina em posições de liderança, mas também na forma como nossas capacidades são percebidas e valorizadas. Como empreendedoras, muitas vezes, temos que trabalhar mais duro para acessar os mesmos recursos, oportunidades e reconhecimento que os nossos colegas.

No entanto, se há algo que minha jornada como CEO me ensinou, é que o melhor significado de empatia não é apenas ouvir, mas entender profundamente o que o outro pensa. Empatia é reconhecer que, mesmo não concordando em tudo, podemos chegar a conclusões semelhantes sobre o valor e a importância da inclusão e do respeito mútuo. A verdadeira empatia no mundo dos negócios significa criar espaços onde todos sintam-se ouvidos, valorizados e capazes de contribuir com seus pontos de vista únicos.

No entanto, pior do que enfrentar o "letramento" masculino sobre a equidade de gênero, temos ainda que superar um obstáculo possivelmente mais desafiador: a falta da prática de empatia, confiança, cooperação e acolhimento entre mulheres, ou seja, de sororidade. Em uma jornada já marcada por tantas lutas, é desanimador encontrar resistência não apenas no mundo externo, mas também no nosso próprio círculo. Mulheres que veem o sucesso de outras como uma ameaça, que não se apoiam mutuamente, que não reconhecem que em cada porta aberta por uma de nós, cria-se uma passagem para todas nós. Este comportamento não apenas nos atrasa, mas também fortalece o discurso masculino de que não somos capazes de trabalharmos juntas e liderar, e ao mesmo tempo, enfraquece o tecido da nossa coletividade, dificultando o progresso rumo à equidade que tanto buscamos.

Por isso, faço um chamado a todas as mulheres: deixemos de lado a competição desnecessária, reconheçamos que, unidas, nossa força é amplificada, tornando-nos capazes de mudar este cenário muito mais rapidamente. Ao apoiarmos umas às outras, celebrando cada vitória como se fosse nossa, construímos uma rede de apoio poderosa que não apenas abre portas, mas também mantém-nas abertas para as futuras gerações de mulheres empreendedoras, líderes e sonhadoras.

Neste mês das mulheres, convido todos, homens e mulheres, a refletirem sobre como podemos promover uma cultura de empatia, inclusão e equidade no empreendedorismo e além. Que possamos ouvir e aprender uns com os outros, reconhecendo as lutas e celebrando as conquistas de cada um, para juntos construirmos um futuro em que a equidade de gênero não seja mais uma meta distante, mas uma realidade palpável.

E para encerrar, gostaria de expressar meus sinceros parabéns a todas as minhas colegas de trabalho, minha equipe, minhas amigas, familiares, vizinhas e todas as mulheres que me cercam. Vocês, que buscam incansavelmente seus espaços e respeitam o espaço das outras, são a verdadeira força motriz por trás da mudança que desejamos ver no mundo. Cada uma de nós deve provar, a si mesma, e a mais ninguém, que somos capazes de perseverar, ao mesmo tempo, em que vibramos com a perseverança de nossas iguais.

Como mulher, empreendedora e líder, sei que temos um longo caminho a percorrer. Mas também sei que, juntos, podemos enfrentar esses desafios e transformar nossos ambientes de trabalho e nossas comunidades para melhor. A jornada é difícil, mas as recompensas de um mundo mais justo, empático e sustentável, são infinitamente valiosas.

Priscilla Zacharias

Haryela Zacharias

Especialista em Marketing com foco em ESG 🧠 Criadora do Método Market IQ 🚀Top 3 em Melhor Planejamento de Marketing do Brasil 📒Estratégias para Redes Sociais 🎯 Consultorias ✅Relatórios de Sustentabilidade

9 m

A questão da falta de empatia e apoio mútuo entre as mulheres é particularmente dolorosa. A sororidade, ou a falta dela, pode definir a trajetória de nossa jornada empreendedora. O sucesso de uma mulher deve ser visto como um farol de possibilidade para todas, não como uma ameaça. É triste observar que, enquanto lutamos contra as barreiras impostas por estruturas patriarcais, às vezes nos deparamos com obstáculos adicionais criados por nossa própria falta de união.

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