Empreendi. E agora? #3
Dia 19 de março. O blog está no ar há 3 meses e 4 dias. A palavra da vez é: confiança!
A meta que estabeleci, mês passado, era alcançar 1 mil curtidas na minha página do Facebook, até o final de março, sem impulsionamentos. Neste exato momento, cheguei a 911 “likes”. Acredito que atingirei minha meta – mês que vem eu conto. E essa perspectiva me deixa confiante.
Confesso que não foi assim o tempo todo. No final de fevereiro, cheguei a me sentir ridícula. Ridícula por trabalhar tanto sem perspectiva de remuneração. Ridícula por tentar “vender” um blog com menos de mil curtidas para instituições que tinham seus Ks de fãs nas suas próprias mídias sociais. Ridícula também por "perder tempo" escrevendo para cá. Porque a baixíssima audiência dos textos da “série” mostra que o pessoal por aqui não está muito interessado em acompanhar o processo de desenvolvimento de um projeto.
Aqui, o que “bomba” é listinha. Dez conselhos para atingir o sucesso; 5 dicas para fazer seu negócio decolar; 7 frases para se dizer ao acordar; 20 perguntas que você nunca pode fazer.
A questão é que, no meio desse caminho, terminei minha formação de Coach de Alta Performance. E ficou claro porque processos incomodam e listas fazem sucesso: porque as pessoas sonham em ganhar na loteria sem, ao menos, se darem ao trabalho de comprar o bilhete.
O processo é trabalhoso, a listinha é prática. O processo não dá garantia de final feliz, a listinha promete felicidade chegando de bandeja. O processo exige entrega , a listinha, apenas um saquinho de pipoca.
Já tinha até decidido a parar com a série. Porém, cá estou. O meu compromisso é comigo mesma. Tenho certeza que tudo o que escrevi, até agora, sobre o processo de se firmar no ambiente digital ajudou alguém em alguma coisa. Nem que seja uma única pessoa. E só por isso, está valendo. E de onde tiro essa certeza? Da minha confiança.
Nesse último mês, foram muitos os elogios que recebi pelas matérias. O mais curioso é que os elogios deixam transparecer uma certa surpresa. As pessoas se surpreendem porque estão tão pouco acostumadas a ler produção própria em sites, textos com edições cuidadas nos blogs (capricho ao máximo dentro das limitações de edição da ferramenta de publicação) e assuntos inéditos. Afinal, o que mais se vê é o copia e cola interminável de um mesmo "texto cabeça" ou meme.
Não faço jornalismo investigativo, mas levo informação de qualidade, inédita. Houve divulgador que achou que para o meu “veículo” bastava o release. Resultado: seu “cliente” ficou fora da minha página. A internet é ampla o suficiente para abrigar todo tipo de experiência de jornalismo.
Eu quero me firmar como uma revista digital e não ser obrigada a escrever somente sobre um assunto.
No momento, além da eterna busca de curtidas, eu tenho que ser esperta na escolha das matérias. Como jornalista experiente, sei os caminhos para chegar nas fontes com agilidade e rapidez. Porém, sei também que nem sempre minha solicitação será a primeira a ser atendida, mesmo que tenha chegado na frente de outra vinda de um grande veículo. Eu já fui repórter de grandes veículos e sei muito bem como isso funciona. Também já trabalhei como assessora de imprensa. Entendo a regra do jogo e busco meu espaço, até porque, o jogo está mudando e todos os playeres, principalmente os assessores de imprensa precisam ficar espertos. De todo essa situação, o que achei mais bizarro foi ser esnobada por um cientista - logo cientistas que vivem choramingando a ladainha de que, no Brasil, não há interesse em se divulgar as pesquisas que são feitas. Pois é...