Entenda a polêmica causada pelo reposicionamento da marca Jaguar

Entenda a polêmica causada pelo reposicionamento da marca Jaguar

Uma enxurrada de críticas marcou o reposicionamento da marca Jaguar, revelado nos últimos dias.

A empresa de automóveis fez um rebranding completo, redesenhou o seu logotipo, assumiu uma nova identidade visual e um novo posicionamento no seu segmento de mercado.

A polêmica foi causada principalmente por dois motivos.

Primeiro porque quebrou a expectativa do público ao lançar o novo logo sem o animal-símbolo “o jaguar” e em razão de publicar um vídeo-conceito totalmente disruptivo para o setor automobilístico.

Nenhum carro aparece no vídeo, mas sim pessoas com roupas exuberantes – conteúdo que mais parece um lançamento de moda (veja o vídeo abaixo).

Até o Elon Musk (Tesla) fez um comentário no conteúdo lançado nas redes sociais –

“Do you sell cars?”

(Vocês vendem carros?), debochou, tamanho o "afastamento" em relação ao produto.

 

Woke

Outro motivo da polêmica é que o conjunto de elementos do rebranding da Jaguar foi associado por várias pessoas à filosofia Woke.

Esse conceito está relacionado a políticas identitárias, causas socialmente liberais, feminismo, ativismo LGBT e questões culturais.

Ele deriva de “estar acordado” (Stay woke) no sentido de manter o estado de consciência. Ser “woke” é ter consciência social e racial.

O problema é que, em países como os Estados Unidos, esse conceito tem sido atribuído a posições políticas de esquerda – associação, esta, que não é o objetivo da empresa.

 

Ricos, jovens e exuberantes

A Jaguar, por outro lado, aborda seu novo posicionamento como Modernismo Exuberante.

A busca é pela diferenciação.

Em suas mensagens iniciais, a marca deixa clara sua proposta de romper com o que é padrão ou comum ("break mould").

Quanto à percepção o público, ela deseja ser associada à irreverência, criatividade e originalidade: “Copy Nothing”, intitula o vídeo.

Esqueçam os fãs de James Bond.

O novo posicionamento da Jaguar busca gerar conexão com um novo público mais jovem, criativo, ousado.

Fica claro que a empresa quer atrair uma nova base de consumidores, fato confirmado pelo diretor-gerente da Jaguar, Rawdon Glover.

Ele declarou ao Financial Times que o objetivo da mudança é atrair clientes mais jovens e ricos.

 

O futuro

O futurismo também está abarcado na nova identidade da Jaguar.

Essa tendência de “abraçar o futuro” está em alta e tem sido observada com mais evidência a partir da ascensão da temática da sustentabilidade e dos conceitos ESG.

Inclusive há rankings de empresas mais preparadas para o futuro, nos quais figuram a Tesla e a Toyota (FutureBrand Index).

No Brasil, aparecem Nubank, Netflix e o Itaú, cujo slogan é “feito de futuro” (Future-Proof Score 2024).

Sabemos que a Jaguar tem, declaradamente, a ambição de se tornar uma marca de luxo totalmente elétrica até 2025.

No próximo mês de dezembro, ela lançará o seu conceito completo no evento Miami Art Week.

Aguardamos, ansiosamente, os próximos capítulos desta polêmica e, principalmente, como serão os próximos veículos Jaguar.

Um brinde à ousadia! Ela nos tira da zona de conforto.

Sucesso a todos!


Assista ao vídeo de lançamento, clicando aqui: Novo Conceito Jaguar 2024

Nova marca da Jaguar


Adriane Schirmann

JORNALISTA E ASSESSORA DE IMPRENSA NA CÂMARA MUNICIPAL DE GUAÍRA- PR

1 m

Apenas uma jogada para ser vista. O rebranding que desagradou muita gente, que já era também esperado pela marca, busca falar com uma nova audiência.

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